O Sr. Le
Prevost ajuda o Sr. d’Arbois a combater sua propensão natural ao pessimismo.
Convite a ser bondoso para com seus irmãos. Encorajar suas qualidades pela
paciência. Notícias da Comunidade.
Vaugirard,
8 de junho de 1866
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Hoje,
festa do Sagrado Coração, está aqui a maioria de nossos irmãos das obras.
Não conto muito escrever-lhe demoradamente. No entanto, traço algumas linhas,
lamentando ter demorado mais do que queria para fazê-lo.
Sua
última carta, com efeito, estava um pouco triste e parecia chamar para
consolação. Mas pensei, caro amigo, que a disposição de seu espírito vinha do
cansaço e da insuficiência do repouso. Espero que, agora, você tenha voltado a
melhores condições e que esteja vendo todas as coisas sob um aspecto mais
tranqüilizador. Sabe, caro amigo, temos repetido várias vezes, você é um pouco
pessimista, e não encara as pessoas e as coisas pelo lado bonito. Tem,
portanto, que desconfiar um pouco dessa propensão e endireitar, por si mesmo,
seus juízos, por um ato de alta razão e também por um sentimento de caridade.
Quando se vê muito o mundo pelo pior, é difícil não entristecê-lo pela falta de
simpatia, e o suporte que se lhe concede é, às vezes, tão estrito, que atrai
pouco e deixa cada um na reserva. Reanime um pouco sua benevolência tão sincera
de costume, ela faz contrapeso à disposição contrária que o solicita de vez em
quando e, com a graça do Senhor, fará com que continue todo o bem que fez
constantemente entre nós, a seus irmãos e a nossas obras.
Seus
irmãos são jovens, mas não são ruins por nenhum lado essencial, e têm, ao contrário,
todos eles, felizes qualidades que, se cultivadas, produzirão fruto pela
paciência. Não é sem razão que o Evangelho usa esse termo. É preciso, com
efeito, de muito tempo e muita paciência para nos corrigirmos e nos emendarmos,
mas a graça do Senhor, obtida pela oração, faz abreviar muito esses prazos.
Afinal, também, enquanto há boa vontade, luta e resistência contra a má
natureza, há mérito, o tempo não é perdido e Deus, mais misericordioso, menos
exigente do que nós, sabe encontrar sua glória onde encontramos apenas
imperfeição e motivo de censura. Repito, caro filho, estou persuadido de que
todas essas reflexões são fora de propósito. Você retomou a confiança,
trabalha como antes, sob o olhar de Deus, submisso a suas disposições todas sábias,
e bem decidido a considerar toda provação, toda dificuldade, como um meio de
santificação que seu amor lhe preparou.
Noto
que nosso caro filho, Sr. Ladouce, nos escreveu até agora algumas palavras
apenas, nem tenho plena certeza disso. Convide-o a nos escrever algumas vezes,
assim como os outros. Sempre se faz, para essas cartas, um pequeno esforço de
boa vontade e de devolução de afeição, o que não é sem vantagem para ao
coração, que fica melhor disposto.
Acha
que eu faria bem em escrever ao Sr. Jean Gauffriau algumas palavras de
representação afetuosa, para convidá-lo a não recair nos seus maus
comportamentos que lhe foram, aqui e em outros lugares, tão justamente
censurados?
Peço-lhe
uma pequena informação. Você me disse, acho, que tinha encontrado aqui, rua do
Bac ou rua Saint Dominique, um paramenteiro que oferecia suas mercadorias com
preços muito moderados. Acha que ele seja mais acessível do que outros?
Nesse caso, diga-me mais precisamente seu endereço. Gostaria de comprar, para
Chaville ou para Vaugirard, uma pequena capa branca, simples e barata.
Não
tenho notícias a lhe dar, estamos na calma imóvel neste momento, nem bem nem
mal: nos mantemos, o trabalho é árduo sempre, o dinheiro é pouco comum. Vai
bem, financeiramente, de seu lado? Há muito tempo você não me diz nada em
matéria financeira.
O
Sr. Laroche está sempre muito fraco, muito esgotado. Deve vir nos ver em breve,
é muito corajoso e domina sua fraqueza. O Sr. Paillé está também muito
debilitado neste momento. O Sr. de Varax mal alcançará o momento de abertura
das férias no dia 2 de julho. Foi promovido, sabe, assim como nosso irmão
Chaverot, ao sub-diaconato. Três dos quatro de nossos jovens irmãos de Issy
foram tonsurados. O Sr. Urbain [Baumert] o foi igualmente em Metz, assim como o
Sr. Victor [Trousseau], com o Sr. [A] Lainé, em Arras. Todos vão
indo. Nosso jovem Boiry, de Issy, desconcertado por uma desagradável pergunta
de geometria (o que faz aqui a geometria?) foi reprovado no exame, sendo transferido
para o ano que vem: grande amargura, ele ainda não está consolado.
Adeus,
caríssimo amigo, assegure nossos irmãos de que os amo em N.S. bem
ternamente, e acredite também em minhas mais vivas afeições nos Corações
divinos de Jesus e de Maria
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
Há
bastantes exemplares de mês do Sagrado Coração para seus irmãos? Acho
que temos 3 ou 4 disponíveis.
|