Avanço rumo
à ordenação sacerdotal. Somos apenas transeuntes sobre a terra. São Vicente de
Paulo, nosso modelo e nosso guia.
Vaugirard,
12 de julho de 1866
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Agradeço
a Deus com você pelo bom rumo que toma o negócio, objeto de sua viagem a Autun
e espero que se digne a consumar a obra que Ele começou assim. Mandei no mesmo
dia sua carta ao Sr. Laroche. O Sr. Lantiez se achava em Arras no momento em
que deve ter chegado. Poderá ter feito com o Sr. Laroche o queachava
melhor.
Aprecio
muito sua idéia de escrever a Monsenhor de Autun, que parece tão amavelmente
disposto em favor de nossas obras. Vou esperar a volta do Sr. Lantiez, que nos
dirá o que ouviu em
Arras. Estarei assim melhor informado para escrever a
Monsenhor de Autun.
Alegro-me
por pensar que, neste momento, você se restabelece, nas mais doces condições,
de seus cansaços do seminário e das fadigas de sua viagem. As consolações tão
poderosas que Deus pôs na família vão constituir um meio mais forte que
as águas e todos os remédios para firmar sua saúde. Estou duplamente feliz, já
que ficará para você dar, segundo toda aparência, dois passos decisivos em sua
carreira e dentro de um prazo bastante breve, de alguns meses. O conjunto é
para a glória de Deus, Ele dignar-se-á a prover às necessidades de cada
circunstância. Que pena que nossa confiança e nossa fé respondam
imperfeitamente demais a tantas misericórdias!
Recebi
excelentes notícias de nosso caro irmão, Sr. Chaverot. Ele foi o que a situação
exigia: manso e forte. Seus negócios vão bem. Voltará para o dia 17 a Chaville. Mando-lhe
algumas palavras que lhe escreveu. Tenho certeza absoluta de que fará o mesmo
com ele. Vou escrever-lhe também. Sua posição em Arras, muito transitória e,
conseqüentemente, mal definida, não será sem certa dificuldade, mas seu bom
espírito e sua simplicidade de coração o farão tudo atravessar felizmente.
Tenho confiança de que passará fazendo o bem. Oxalá façamos assim, em
todo lugar por onde passamos. Na verdade, neste mundo, somos tão instáveis, tão
pouco persistentes em tudo, que não passamos de transeuntes, em qualquer lugar
ou situação em que estejamos.
Não
acuso a recepção da carta registrada, que deveria ser enviada pela Senhora sua
mãe. Não sei se chegou em
Chaville. Fiquei esperando por ela segunda-feira até 11h30,
hora do carteiro, e deixei em seguida para o Sr. Faÿ a autorização escrita que
você fizera, para dar quitação. Desde esse momento, não vi ninguém de Chaville.
Pensei que a Senhora sua mãe, vendo o tempo curto demais até o momento de sua
saída, tivesse adiado o envio da carta. Se, sábado, ficasse sabendo que chegou
na minha ausência,escrever-lhe-ia no domingo para informá-lo; senão, é porque
não teria chegado. A Sra. de Varax, de resto, lhe terá dito o que foi feito.
Preparamo-nos
para a festa de São Vicente de Paulo. Você está faltando, mas fará a festa em
todo lugar onde estiver, e saberá aproximar-se, naquele dia, desse grande e
bonito santo, mais intimamente ainda do que de costume. Peçamos-lhe muito para
colocar-nos nítida e francamente na alta e santa via onde andou. Como o estudo
de uma tão grande alma é edificante, luminoso e consolador!
Adeus,
caríssimo amigo, deixo-o com ele. Se Deus se dignar a fazer, por sua graça, com
que nos tornemos verdadeiramente seus filhos, não teremos nada a invejar às
mais dignas e às mais santas Congregações.
Seu
todo afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
N.B.
Ofereça, se julgar oportuno, minha homenagem respeitosa à Senhora sua mãe e às
pessoas de sua família, das quais tenho a honra de ser conhecido.
O
tecido que me foi enviado de Amiens não era o que tinha pedido, teve de ser
substituído por outro que convém. Desejaria que lhe fosse enviada a quantidade
suficiente para fazer, seja em Chalon, seja alhures, uma batina para seu uso?
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