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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1101 - 1200 (1867)
    • 1111 - ao Sr. Decaux
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1111 - ao Sr. Decaux

Difícil mudança de pessoal em Sainte Anne. O conjunto das obras  corre o risco de ser prejudicado. Rezar ao Deus de caridade; Ele dilata o coração e dará os recursos necessários.

 

Vaugirard, 25 de julho de 1866

 

Meu excelente amigo,

 

Não respondi logo à sua carta de 15 deste mês, porque sentia algum embaraço para fazê-lo segundo meu desejo, quer dizer de tal modo que fique satisfeito e não possa duvidar de nossa boa vontade em concorrer para o bem que deseja cumprir.

 

Tenho, como você, uma grande rejeição pelas mudanças de pessoal. Por pouco que um homem tenha faculdades e zelo, adquire, com o tempo, numa obra, uma posição e influências que são bem favoráveis ao êxito de seus esforços. Se o deslocam, seu sucessor necessita de uma longa aprendizagem para chegar ao mesmo ponto. Daí um gasto de cuidados e de trabalhos, tudo em vão, se não é justificado por uma evidente necessidade.

 

Até agora, não percebo uma tal urgência na mudança do Sr. Derny. Durante mais de um ano, após sua entrada em Sainte Anne, seus serviços e qualidades foram bastante apreciados, de modo que o Sr. de Coulonges, verbalmente e por escrito, me expressou toda a sua satisfação, assegurando-me que seus serviços no patronato ultrapassavam muito os do Sr. Moutier e não deixavam a desejar. Há 3 ou 4 meses apenas, o Sr. de Coulonges, comunicando-me bondosamente os resultados obtidos em 1865 no patronato Sainte Anne, constatava ainda um progresso extraordinário no pessoal, na assiduidade, na disciplina, em uma palavra, em todos os fins essenciais da obra. Há algum tempo, é verdade, o Sr. de Coulonges começou a se queixar das insuficiências do Sr. Derny. Mas, não podemos pensar que essas queixas se tornaram mais freqüentes à medida em que o Sr. de Coulonges, apoderando-se de todo o movimento do patronato, apagou tanto toda iniciativa no Sr. Derny, que o reduziu a uma passividade quase absoluta? Essa situação explica, talvez, não alguma diminuição de zelo, que não se censura no Sr. Derny, mas uma eficácia menor na sua cooperação. Há, em nossos esforços comuns, um equilíbrio a guardar. Se a caridade não nos mantiver nele, as obras serão prejudicadas e, mais cedo mais tarde, nossa união será quebrada.

 

Se acha que, em todo o caso, se deve operar aqui uma mudança, duvido que haja vantagem para Sainte Anne em substituir o Sr. Derny pelo Sr. Jean-Marie [Tourniquet], mais amadurecido, sem dúvida, mais experimentado do que ele, mas menos robusto em saúde, menos apto a dirigir os jogos e os divertimentos, que não são sem importância na obra. Nem precisa dizer que Saint Charles, já bem desprovido pela retirada do Sr. Faÿ, receberá um golpe perigoso pelo afastamento do Sr. Jean-Marie. Acho, portanto, meu caro amigo, que se, definitivamente, lhe parecesse oportuno fazer uma mudança, seria menos prejudicial para o conjunto das obras substituir o Sr. Derny pelo Sr. Charrin, por exemplo, ou de outra forma, mas sem repercussão infeliz para as outras casas.

 

Você reconheceu, acho, conversando com o Sr. Planchat, que não havia utilidade essencial na mudança do Sr. Alphonse [Vasseur] e que se correria assim o risco de perturbar a harmonia, atualmente bastante bem estabelecida, em Nazareth. Não insisto, portanto, sobre essa combinação.

 

Quanto ao desejo que exprime, sobre a instalação de um pessoal inteiramente estável para a Obra de Sainte Anne, não nos recusamos a buscar os meios. Mas, se observar, meu bom amigo, os encargosassumidos por nós e as forças tão restritas de que dispomos, ficará bem convencido de que, longe de sonharmos em nos estender, deveríamos visar a nos restringir. Há muito tempo, recusamos todas as ofertas que nos foram feitas para novos postos, e somos obrigados a recorrer a expedientes, logo que surge o menor incidente nos que ocupamos. Não poderíamos, com toda a franqueza, reunir nenhum elemento próprio a formar um estabelecimento de certa consistência, nem de um auxílio definitivamente estável e regular. Não perdemos de vista essa idéia, tenha perfeita certeza disso. Vemos, a cada dia, tudo o que há de ser feito no bairro de Charonne, ficaremos felizes em levar nossa parte de labuta e de zelo, se as circunstâncias se tornarem, mais tarde, menos difíceis para nós.

 

Acrescento, mas somente como testemunho de nosso desinteresse e sem nenhuma segunda intenção, que, se a fraqueza de nossos meios fosse um obstáculo para o desenvolvimento da Obra e se algum auxílio menos impotente lhe fosse oferecido, acolheríamos, os primeiros, como um favor celestial, assistências menos ineficazes do que as nossas e não ficaríamos menos dedicados por isso na cooperação que nos fosse possível prestar-lhe em outros pontos.

 

Continuemos confiantes, rezemos sem cansar, e o Deus de caridade nos dará, enfim, o acréscimo de coração e de recursos que exigiriam as necessidades urgentes de que estamos cercados.

 

Aceite, meu bom amigo, os protestos costumeiros de meu afetuoso devotamento em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

 




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