Reflexões do Sr. Le Prevost sobre a ausência.
Detalhes sobre a visita do Bispo de Autun em Vaugirard.
Exortações à confiança.
Vaugirard,
31 de agosto de 1866
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Eis
que o reencontramos, que você está de volta à França, em Lyon, em Montcoy,
outros tantos passos que o aproximam de nós. É coisa singular que se sofra
menos pela ausência de seus amigos, quando estão menos longe de nós. É sempre a
ausência, a imaginação transpõe, parece, mais facilmente o espaço assim
diminuído, voa, porém, bem depressa!
Respondo
a suas duas cartas ao mesmo tempo, a segunda engolindo um pouco a primeira.
Monsenhor
de Autun teve a extrema bondade e condescendência de vir aqui ontem, mas eu
estava em Chaville e a casa estava deserta. Era o grande passeio, apenas o Sr.
Georges [de Lauriston] estava em casa e teve para si só a honra de sua visita.
O Sr. Georges está fora de casa desde cedo, no momento em que lhe
escrevo, e não posso saber nada sobre essa visita. Aconteceu pelas 3 ou 4 horas
da tarde. O Sr. Georges disse ao Sr. Myionnet que esse bom Senhor se tinha
mostrado muito amável, só isso. Sua curiosidade vai ser bem mal satisfeita...
Estive com cada um, sucessivamente, para saber mais: impossível, o próprio
porteiro não pode me dizer nada.
O
Sr. Georges teve a boa idéia de me mandar prevenir em Chaville. Embora
já tivesse ido a Paris e a Vaugirard de manhã e tivesse voltado a
Chaville bastante cansado, saí de novo pelas 5 horas e cheguei à rua de Sèvres,
nos Lazaristas, onde descera Monsenhor. Mas, corrida inútil, o bom Senhor tinha
ido almoçar na casa de Monsenhor Buquet. Seu carro se afastava quando eu
chegava. Escrevi no locutório algumas palavras de homenagem, de pesar e de
gratidão, assim acabou o episódio.
Se
não tivesse sido abatido pelo cansaço, a idéia me teria vindo, sem dúvida, de
ir à casa de Monsenhor Buquet, para esperar o fim do almoço, após ter, eu
mesmo, refeito um pouco minhas forças em Nazareth, mas essa luz me veio somente
à noite, quando tinha voltado a Chaville. No entanto, voltei contente.
Monsenhor terá visto minha diligência, já que sabia que eu estava no campo.
Aliás, tinha rezado ao Pai São Vicente de Paulo, em sua capela, para tudo fazer
para melhor. Enfim, Monsenhor estava tão bem em casa de Monsenhor Buquet, o
melhor e o mais venerável de nossos amigos! Acho, portanto, que tudo foi
divinamente regrado pela boa Providência. Que longa história! Felizmente, é a
você que é contada!
Vou
esperar, para escrever ao Sr. Chaverot, a chegada da procuração para a
assinatura, da qual você me anuncia o envio. O Sr. Victor [Trousseau] está
saindo daqui neste instante, após ter se despedido. Vai pousar em Nazareth para
partir mais comodamente amanhã cedo. Voltará dentro de 8 dias, se o Sr. Laroche
não estiver em condições de recebê-lo em Baraques. Ele
já estava mais forte e melhor descansado, mas ainda não verdadeiramente
restabelecido.
Tenha
boa confiança para você, caro amigo, as águas fazem sofrer inevitavelmente.
Quando, no ano passado, cheguei de Allevard, estava extremamente fraco. Dez
dias passados na Normandia me tornaram forte, Montcoy vai fazer a mesma coisa
para você. Acho que, ali, você estará talvez, não talvez mas muito certamente,
melhor tratado, melhor interessado do que em nossa casa. Não o convido,
portanto, a voltar antes de sua ordenação, a não ser que tenha uma inspiração
pronunciada e que veja nisso um meio útil para sua saúde. De resto, a estação é
tão constantemente ruim, que não há muito lugar onde se possa contar, com
segurança, que nos tornaremos fortes. Os temporais, as chuvas contínuas são
pouco próprias para fortalecer e firmar uma saúde abalada. Deus providebit! Tenhamos
confiança, Ele estará em Arras, está aí onde você se encontra, oh! que Ele
esteja sobretudo em seu coração.
Tocam
para a leitura espiritual. Há, porém, ainda em suas cartas muitas coisas que
exigiriam resposta, simpatias a exprimir, como as senti, por tudo o que o cerca
e tudo o que lhe acontece. Você adivinha tudo isso: intelligenti pauca. Se
esqueci algum ponto essencial, você me escreverá, me falará. Adeus, mil
respeitos profundos à sua cara família, se quer bem recebê-los.
Seu
afeiçoado amigo e Pai em Jesus e Maria,
Le Prevost
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