Terremoto em Chaville. Elogio dos
escolásticos. Os Sulpicianos em
Metz. A ordenação ao diaconato está
próxima.
Vaugirard,
16 de setembro de 1866
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
O
Sr. Faÿ me entrega uma carta que chegou para você em Chaville. Não
lhe enviou diretamente, porque não sabia se você ainda estava em Montcoy, e em
seguida, talvez a tenha esquecido um pouco em sua carteira, não me tendo perto
de si para saber exatamente a direção a dar a esta missiva. Ei-la, perdeu parte
de sua oportunidade, mas não por sua culpa, nem pela vontade de quem a
escreveu. Receba-a, então, amavelmente. Talvez uma resposta muito rápida possa
lhe poupar, ainda a tempo, a aparência do descuido.
Tudo
vai aqui como de costume, o que não significa com uma grande serenidade nem
amenidade da temperatura. O mundo parece estar transtornado, tanto física
como moral e politicamente. Sentiu o terremoto? Em Chaville, causou comoção e
pavor, não somente em casa, mas em toda a aldeia. De Orléans escreveram ao Sr.
Leclerc que o bairro foi rudemente sacudido também. Em Vaugirard não se sentiu
nada.
As
férias estão chegando a seu final, nossos jovens seminaristas as aproveitaram
com alegria, mas com uma medida totalmente amável. Esse primeiro ano em Issy já
lhes fez um grande bem: têm a simplicidade das crianças e, ao mesmo tempo, um
certo sentimento da elevação de sua vocação. Chaville ainda está numeroso. O
Sr. Risse chegou há 8 ou 10 dias, levará provavelmente consigo o Sr. Magnien,
cuja saúde está bem restabelecida, mas que, no entanto, dificilmente suportaria
o internato do seminário. Há, em Metz, um pequeno trajeto entre nossa casa e o
seminário. Repetido duas vezes cada dia, fará uma útil diversão aos estudos.
Nosso caro Sr. Baumert terá assim um companheiro. Passou 15 dias em Chaville,
estivemos muito contentes com ele. De seu lado, sentia uma verdadeira alegria
em reencontrar a família. A esse respeito de Metz, grande notícia: os
Sulpicianos assumem o seminário. Fico feliz com isso em todos os sentidos.
Receio um pouco, no entanto, que se mostrem menos favoráveis do que seus
antecessores para a frequentação das aulas pelos externos, o que seria para nós
uma verdadeira contrariedade. Em Angers como em Paris, recusam-se absolutamente
em admiti-los.
Talvez sejam menos rigorosos para a filosofia. O Sr. Magnien
seria ao menos salvo para este ano. Para o Sr. Baumert, talvez não houvesse
retroação. De outro lado, não estarão logo de início (os Senhores de Saint
Sulpice) em plena regularidade; somente os primeiros postos serão ocupados por
eles, alguns padres da diocese continuarão a dar aulas como professores.
Eis
tudo, caro filho, esta carta tem como única finalidade mandar-lhe sua carta
atrasada.
O
Sr. Victor [Trousseau], de volta a Chaville até quinta ou sexta-feira, o assegura
de suas afetuosas lembranças e todos os demais se unem a ele. Não esquecem o
quanto próxima está a ordenação. Como todos nós, rezam ardentemente por você.
Como o Veni Creator é, em caso semelhante, uma preciosa linguagem para
pedir como convém as graças tão elevadas que nem se saberia nomear, se o
Espírito Santo não nos fornecesse as palavras para dizê-las. Ah! Que Ele fale e
que falemos em seguida. De
outra forma, não se saberia conversar bem com Deus.
Será
que lhe disse que vi o Sr. Fouache, vigário em Yvetot? Devia lhe escrever.
Pareceu-me deslocado no meio de um rebanho de vigários. Não é do mesmo sangue
que eles, duvido que fique por ali.
Adeus,
caríssimo amigo e filho em N.S., ficarei feliz por revê-lo.
Le Prevost
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