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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1101 - 1200 (1867)
    • 1143 - ao Sr. de Varax
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1143 - ao Sr. de Varax

Providências para a ordenação. Cuidados de saúde. Leitura dos jornais: cuidar de não perder tempo. Renovar muitas vezes o dom de si a Deus.

 

Vaugirard, 30 de outubro de 1866

 

Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Acredito que ainda não recebeu sinal algum de Roma nem de Autun a respeito da excorporação, já que me fez nenhuma comunicação sobre o assunto. Essa espera é uma ocasião para recolocarmos todas as coisas, mais uma vez, entre as mãos de Deus. É preciso acrescentar também que, afinal, a decisão perde parte de sua importância à medida em que as distâncias diminuem até a ordenação do dia 22 de dezembro, pois, em breve, não haverá muito mais que uns vinte dias a ganhar pela licença extra tempora solicitada. É o que torna dúbia a chance de obtê-la. Monsenhor de Arras pôde motivar o pedido que fez nesse sentido pelas necessidades de sua diocese e a urgência, para ele, de começar antes dos grandes frios suas visitas episcopais. Mas, para nós, trata-se da conveniência de um particular e de uma obra pouco considerável. Manter-nos-emos em nossa pequenez se nos recusarem, pensando que é com toda a razão, e se, por acaso, nos tiverem atendido, ficaremos maravilhados e confusos  por tanta condescendência.

 

Para sua ordenação, se tivesse que ser feita após o dia 4 de novembro, acho que seria possível dirigir-se ao Monsenhor de Amiens, muito bondoso para conosco, e que, se fosse enviado de Arras um parecer favorável (senão um pedido formal), Monsenhor de Amiens não se recusaria a ordená-lo em sua capela. Esta é uma simples conjectura de minha parte, à qual não se deveria dar, em Arras, uma tonalidade diferente, enquanto nenhuma diligência tiver sido feita junto a Monsenhor [Boudinet] de Amiens, que não foi sondado de forma alguma. Se recebesse, de última hora, uma autorização suficiente para sua ordenação, poderia, parece-me, nos avisar por telégrafo, para que um de nós pudesse chegar a tempo de assistir a essa consagração tão interessante para você e para nós.

 

Quanto ao retiro, faça-o como lhe aconselhará o Sr. Roussel, que dizem ser um homem tão judicioso e particularmente benevolente para com você. Suas obrigações em casa lhe servirão também de regra. Você não me respondeu sobre estes pontos: não se canse demais, sua saúde se firma? Tem um regime tal como sua natureza nervosa e cansada pede? Sobra-lhe tempo suficiente para o estudo? Meu grande desejo é ser edificado sobre todos esses pontos. Quantos alunos há no pensionato? As aulas são dadas razoavelmente? Os professores cumprem sua função e os alunos parecem apegar-se a seus mestres? Quantas perguntas! Não responderá a todas de uma vez, se houver excesso de pormenores juntos. Enfim, sua pobreza não é excessiva?

 

Um jornal, publicado duas ou três vezes por semana e que você somente percorreria, não lhe seria fora de propósito,  mas bem dificilmente você impedirá os que o rodeiam de perder muito tempo nessa leitura.  Já têm, sem dúvida, alguns pequenos periódicos para o patronato, a Revue de la Presse ou outro, é bem suficiente. Aconselho-o, portanto, a ter jornal político somente na medida em que tiver certeza de impedir os irmãos e os professores de tê-los em mãos. É, repito, coisa infinitamente difícil e que suporá, de sua parte, uma vontade bem determinada, para fazer a proibição e para impedir que seja transgredida. Em Vaugirard, estou firme nisso e, na prática, todo o mundo reconhece que é sábio agir assim. Essa experiência de longos anos não deve ser esquecida, sempre teve somente vantagens e nenhum inconveniente.

 

Temos, em Vaugirard, um só Bouvier, e ainda assim, incompleto. Nossos Srs. me asseguram que o volume das Diaconales se vende separadamente e que você encontraria certamente em Arras, seja no seminário, seja no livreiro, o meio fácil de adquiri-lo. Se não conseguir, o compraremos aqui e o mandaremos pelo melhor modo que pudermos encontrar.

 

Eis aí toda uma carta de negócios onde o bom Deus não aparece muito. Ele está aí, porém, já que tudo aqui é para seu serviço, e espero que assim seja nas mínimas parcelas de nossa vida. Não temos dado tudo? Sim, mas é possível retomar, e aqui a coisa é, infelizmente, fácil. Os homens, uma vez possuindo uma coisa dada, a seguram e não deixam que a tirem. Deus não resiste, de costume, porque quer unicamente o que o coração , não num momento somente, mas em todos os instantes. Tornemos sempre, portanto, a nos doar, e, se é possível, sempre mais plenamente e mais generosamente. É também dessa maneira que é preciso nos doarmos a nossos irmãos. Por isso, renovo, para você e para os seus, caríssimo amigo, minhas ternas afeições em Jesus e Maria.

 

Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

O Sr. Chaverot vai bem. Escreveu-me nestes dias uma pequena carta, boa, cordial, como sempre. Os demais estão também em boa forma. O Sr. Camus, um pouco doente, não bastante firme nem bastante claro em seus relacionamentos conosco, com boas intenções todavia, mas sui generis.

 




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