Vida das
obras. Como incitar o padre Laroche a ajudar o Instituto.
Vaugirard,
17 de novembro de 1866
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Posso
escrever-lhe só duas palavras hoje. Vou escrever logo a Orléans, mas pedindo
simplesmente a dimissória para o Sr.Victor [Trousseau], sem precisar o momento
em que lhe serão conferidas as ordens menores. Parece-me que é preciso, sobre a
data dessa ordenação, deixar agir inteiramente os Srs. do Bispado de Angers sem
apressá-los de maneira nenhuma, para não parecer levar precipitação em nossos
atos, mesmo quando nada a torna necessária.
O
Sr. Lantiez viu um jovem professor que nos é apresentado pela Escola Normal dos
Irmãos. Tem 23 anos de idade, já está exercendo a função de institutor-adjunto,
tendo seu diploma, piedoso, garantido pelos Irmãos, bom comportamento. Virá nos
visitar na quinta-feira. Custará para você 500f. É muito para você, mas não se deve hesitar,
se é tão bom como se diz. O bom Deus saberá bem encontrar para você 200f a mais do que tinha
esperado.
Não
se deve ceder sem luta ao Sr. Laroche para sua subvenção, para obter ao menos a
metade, se não se pode ter o total. Se deve fazer força também para que
se encarregue dos 600f
devidos ao Sr. seu pai. Precisa dizer lhe : É do meu conhecimento que, no
ano passado, oito cidades, das mais importantes, pediam, juntas, irmãos à
Comunidade para obras bem assentadas, com locais e recursos garantidos. Seria
certo, para você, ter empenhado nossa Comunidade numa obra menor sob todos os
aspectos, prometendo-lhe recursos que logo lhe seriam retirados, e com apóios
que viriam também a lhe faltar ? Não se deveria temer que a Congregação,
até agora sem nenhuma obrigação, se retirasse de uma posição tão pouco
sustentável e tão pouco animadora ?
Quando
o Sr. Lantiez ou eu iremos a Arras, examinaremos juntos quais os meios que se
poderia ter para equilibrar suas receitas e suas despesas. Seria de se desejar
que esses meios fossem, no conjunto, fornecidos pela região, porque uma obra
que não tem seu sustento no solo não tem muitas raízes sólidas.
Para
os 2.761,55 que espera de Lyon, acho, como você, que devo me pôr fora dos casos
financeiros, talvez até também Vaugirard. Penso, então, que seria bom
dirigi-los ao Sr. Abel du Garreau, Passage Landrieu no 9, que
avisarei a esse fim. Se esses fundos são capital, os remeterei ao Sr. Lantiez,
notário ; se renda, determinarei o emprego de acordo com você e não
disporei dela de outra maneira.
Achei
as Diaconales na biblioteca. Repugno um pouco em enviá-las pelo correio
ou pela estrada de ferro, porque esse livro não deve ser extraviado. Se, porém,
você não as encontra facilmente no seminário de Arras, diga o que deseja e o
farei.
Adeus,
meu caro filho, é sábado. Abraço-o às pressas, mas bem ternamente em Jesus e
Maria, com todos os seus irmãos.
Le Prevost
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