A questão do pessoal na obra de Sainte Anne.
Com tato e discernimento, o Sr. Le Prevost examina como empregar os irmãos,
levando em conta as saúdes, as competências e o trabalho já realizado.
Vaugirard,
11 de janeiro de 1867
Meu
bom amigo,
Não
atrasei por querer, de forma alguma, a resposta que tinha de lhe fazer em
relação à obra de Sainte Anne. Examinamos com toda a boa vontade possível os
meios que podíamos ter para mantermos ali nossa cooperação e, afinal, achamos
ainda, como pessoas suscetíveis de trabalhar utilmente ali, somente o Sr. Derny
e o Sr. Charrin. Não tivemos que nos deter no primeiro, pela oposição que
poderia encontrar sua volta a Sainte Anne. Não era, todavia, sem pesar que o
afastávamos, já que sua experiência maior da obra e sua boa saúde o tornavam
mais apto, em muitos aspectos, para os serviços que estão a assegurar.
Para
o Sr. Charrin, uma questão de consciência devia ser esclarecida para nós:
estava ele fisicamente em condição de suportar essa função? Anexo aqui a carta
que escrevi ao Sr. Jousset, nosso médico, para consultá-lo formalmente sobre
esse ponto. Resulta de sua resposta, escrita na continuação de minha carta,
que, atualmente, poderia tentar continuar suas funções, mas que ficam, no
estado de seu peito, indícios a vigiar e que deixam dúvidas para o futuro.
Você
julgará, meu bom amigo, se pode aceitá-lo nessas condições. Quanto a ele, se
entrega com um sacrifício perfeito e nós mesmos lho remetemos, com essa reserva
somente, que os fatos relacionados com sua saúde poderiam ordenar. Peço-lhe,
meu bom amigo, e você me pareceu bem disposto a isso, para fazer-lhe, se ficar
com você, uma posição tal que possa cumprir a tarefa que lhe for dada, qualquer
que seja. Não são funções eminentes que pedimos para ele, mas a liberdade de
movimento e os auxílios de que precisa para efetuar os atos que se espera dele.
Tínhamos
entrevisto uma combinação que, a nosso gosto, seria mais segura. Seria, retomando
o Sr. Derny, acrescentar-lhe para o espiritual o Sr. Faÿ, que daria em Sainte Anne a
cooperação que dava em
Saint Charles. Isso não iria tirar inteiramente os serviços
reais, e talvez difíceis de substituir, que o Sr. Planchat presta em Sainte Anne. Ele
começou no bairro, tão propício para as obras de zelo, muitas relações que
importa não deixar se perder. Nosso pensamento seria de que alugasse ali uma
sala, onde faria seus catecismos e recepções e prepararia suas primeiras
comunhões. Não estaria, nos domingos e dias de festa, em Sainte Anne, tendo que
substituir em Vaugirard, nesses dias, o Sr. Faÿ. Mas, em vários dias da semana,
viria à vizinhança, prestaria os serviços que a casa poderia esperar dele para
a capela ou de outra forma, e sobretudo recrutaria o pessoal dos aprendizes e
jovens operários nas suas visitas das famílias. Talvez fosse autorizado a fazer
(num dia de semana) suas cerimônias de primeira comunhão, mais edificantes
então, porque não iriam coincidir e conflitar com os exercícios e as
assembléias do patronato.
Essas
disposições nos pareciam dever conciliar todos os interesses da obra. Mas, para
sua execução, haveria necessidade de um entendimento franco, cordial, e de
certa conformidade de sentimentos entre todos os que iriam concorrer para
realizá-las. Verá, meu bom amigo, o que o bom Deus lhe inspirará sobre esse
assunto. Quanto a nós, pedimos muito a Deus para que a união e a paz
reinassem entre nós; pois, se a caridade sofrer, como Deus estará conosco?
Acredite
bem, meu bom amigo, em todos os meus sentimentos habituais de devotamento bem
afetuoso em N.S.
Le Prevost
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