Confiança
invencível no socorro de Deus. Conselhos para as finanças e o pessoal.
Vaugirard,
15 de janeiro de 1867
Meu
caro filho em N.S.,
Não
fiquemos abatidos nas dificuldades, seria mau sinal se não percebêssemos diante
de nós a cruz de Nosso Senhor: poderíamos temer termos errado o caminho. Mas,
até agora, temos motivo para nos tranqüilizar: não há uma só de nossas obras
que não tenha graves dificuldades, mas sempre (há, agora, mais de 20 anos) o
socorro divino, muitas vezes sensível, veio removê-las. Assim será para os
embaraços de Arras e, quanto mais confiantes e submissos formos, maior será a
graça e mais consoladora.
Para
o pessoal, a não ser que se apresentem contratempos novos, espero mandar-lhe um
ajudante para o patronato, após um prazo que um duplo acidente, do qual falo ao
lado ao Sr. Victor [Trousseau], suscitou, mas que não pode, acho, se prolongar.
Quanto
às finanças, parece-me que você vê demais as coisas pelo lado pior. A Sra. de
Bréda deu, no ano passado, 500f
para o Sr. Adolphe [Lainé], os quais foram, em seu tempo, pagos em diferentes
momentos deste ano. Acho que fará o mesmo em 1867. Você tem, de seu lado,
tanto por sua pensão quanto por seus honorários de missa, entre 1200 e 1300f. O Sr. Laroche se
comprometeu em recomeçar uma subvenção a partir de março próximo; suponho que
seja de apenas 500 ou 600f
para o ano. Enfim, Monsenhor de Arras prometeu que, pela primavera ou neste ano
ao menos, lhe daria 500f.
Esses diversos socorros, acrescentados a seus outros recursos, e sem contar
algumas eventualidades que o Pai celeste sempre tem em reserva, nos parecem a
todos aqui proporcionar-lhe recursos bem mais claramente indicados do que de
costume nas obras que se confiam à Providência. Boa esperança, portanto, caro
amigo. Trabalhemos da melhor forma possível, com um espírito fiel e bem
simples, a fé e o abandono filial serão nossa salvação.
O
Sr. Mordat escreve ao Sr. Lantiez uma boa carta, bem redigida, em que se mostra
contente, cheio de simpatia e de estima pelo ambiente em que Deus o colocou. Esse
jovem é inteligente e deve, com o tempo, atrair alunos para o pensionato. Você
nos falou de um escândalo da parte de seus dois professores no ano novo.
Lamentamos que não tenha acrescentado nada mais. Era despertar em nós uma
inquietude, sem nenhum detalhe que nos permitisse julgar o caso. Os enigmas em
assuntos sérios são penosos para o espírito.
O
Sr. Lantiez me diz que os 500f
prometidos ao Sr. Mordat são para o ano, pagáveis por duodécimos.
Tenho
um regulamento pronto para você. As mil ocupações que nos empurram neste
momento ainda não me deixaram o tempo necessário para conseguir o manual
do confessor. Vou mandar comprá-lo e o enviarei com as diaconales. O
irmão que lhe é destinado (o Sr. Charrin, acho) poderia levá-los para você.
Adeus,
meu caríssimo filho, oremos muito. Você tem agora o Santo Sacrifício, essa
alegria cobre todas as penas, essa força domina e reergue todas as fraquezas.
Estejamos, portanto, fortes com Aquele que nos fortalece. Abraço-o ternamente
em Jesus e Maria.
Ofereça
algumas vezes minha lembrança respeitosa à sua boa mãe.
Le Prevost
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