Simpatia para com amigos e parentes doentes. O
Sr. Le Prevost estima não poder mais aceitar no interior obras que não achassem
seus recursos no próprio local. O irmão Charrin deixa a obra de Sainte Anne por
motivo de saúde.
Vaugirard,
22 de janeiro de 1867
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Tomamos
uma viva parte no grave acidente acontecido ao excelente Sr. Chazaud e rezamos
por ele, como o merece tão bem por tantas boas obras que fez ou encorajou. Pode-se
esperar que esse primeiro acidente não seja sem remédio. Raramente um primeiro
ataque tem gravidade igual. Peçamos a Deus que faça por seu servo o que for
melhor, segundo sua sabedoria e sua misericórdia. Os financeiros cristãos e
homens de boas obras são raros!
Para
seu caro irmão, é-me impossível me representar esse bom jovem, cheio de vida há
tão pouco tempo ainda, caído de repente em estado verdadeiramente inquietante.
Entro, todavia, de toda a minha alma em suas inquietações, nas preocupações de
sua boa mãe, nas tristezas desse venerável avô. Todos esses interesses são para
mim interesses de família, já que, por você, temos com todos os seus um tipo de
laço, em Deus antes de tudo e, por uma profunda simpatia em seguida. Não
duvide, portanto, meu bom amigo, que todos, em casa, estejam vivamente
preocupados pelo sofrimento de seu caro irmão e pensem muitas vezes nele aos
pés do Senhor. Terei, em particular, um memento especial por ele no Santo
Sacrifício cada dia.
Você
terá entendido, caro amigo, através de minhas observações sobre o que diz
respeito às finanças de sua obra, que não podia entrar em minhas perspectivas
deixá-lo definitivamente sem auxílio, se seus embaraços se tornassem sérios.
Mas queria chamar sua atenção sobre este pensamento, que você aceita certamente
como nós, a saber: que não poderíamos nos decidir a fazer no interior, nem
alhures, no futuro, obras que não pudessem encontrar seu sustento em si
mesmas e nas localidades que têm seus frutos. Em segundo lugar, que, antes
de recorrer aos recursos tão restritos, tão insuficientes da Comunidade,
devíamos esgotar todas as faculdades que o solo próprio podia produzir. Tinha
pensado, em particular, que você poderia ver o Sr. Roussel, pedindo-lhe para
conversar com o Sr. Chazaud sobre esse assunto. Pondo o pensionato de lado, já
que esses Srs. não parecem querer cuidar dele, parece incontestável que o
patronato não se pode bem efetuar sem três pessoas: o Superior ou capelão
eclesiástico, o diretor leigo e um ajudante para os trabalhos secundários.
Seria, portanto, absolutamente justo que recursos fossem fornecidos pela obra
ou por seus protetores para a manutenção dessas três pessoas. Se fosse assim,
os produtos do pensionato e os poucos fundos provindos de você e da pequena
pensão do Sr. Adolphe Lainê cobririam certamente as outras despesas da
comunidade.
Lamento
muito que tenha sido obrigado a recorrer à sua boa mãe. Ela pode se perguntar a
si mesma o que você faz com sua renda e não deve entender bem essa obrigação de
cada casa de não precisar do auxílio de ninguém. Acho, como você, que seria
melhor não incomodar Monsenhor, antes do tempo, com nossos pedidos.
O
Sr. Charrin deixará, como você entendeu, de ir a Charonne e o Sr. Derny
retomará ali sua função. Não é como conseqüência de dificuldades com a
Sociedade de São Vicente de Paulo, nem porque o Sr. Charrin não tinha êxito em Sainte Anne. Ele
é muito amado pelos jovens dali e desempenhava bem seu papel, por pesado que
fosse, quanto à capacidade e suficiência moral. Mas, fisicamente, as idas
e vindas multiplicadas numa tão grande distância, os deitares tardios, a
direção e disciplina de quase 400 aprendizes e operários aos domingos e dias de
festa, enfim, as visitas e colocações durante a semana, com as escrituras, etc.
formavam, no conjunto, um tal fardo, que sua saúde não podia mais dar conta.
Permanece com constipação quase constantemente e tivemos que pensar em dar-lhe
um posto menos rude. O Sr. Decaux entendeu essa necessidade, e o Sr. Derny fez
sua primeira reaparição em
Sainte Anne no domingo. O Sr. Charrin deverá ainda
acompanhá-lo ali para as eleições dos dignitários, no fim deste mês. Deverá
tornar a ver o Sr. Jousset, que achou o conjunto de sua constituição excelente,
mas que adiou por alguns dias uma posição definitiva sobre as funções que podem
ser-lhe dadas.
Adeus,
caríssimo amigo, mil afeições a você e a seus irmãos da parte de todos daqui e
da vizinhança. Cada um se mantém. O Sr. Philibert, muito lânguido
presentemente, faz exceção. O Sr. Streicher, à força de perseverança em suas
instâncias, obtém sua volta para perto do Sr. Maignen, na obra dos Jovens
Operários.
Esqueci
de dizer-lhe que o Sr. Lantiez havia remetido a seu irmão, na sua volta de Arras,
suas folhas de estrada de ferro; vamos perguntar-lhe o número e os algarismos
delas, que não anotamos.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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