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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1101 - 1200 (1867)
    • 1170 - ao Sr. Trousseau
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1170 - ao Sr. Trousseau

Os sofrimentos e a doença não são obstáculos ao acesso às ordens, a não ser que obriguem a interromper completamente os estudos. Com sua delicadeza costumeira, o Sr. Le Prevost mostra ao irmão Trousseau que as provações são penhores da bênção de Deus e servem para a santificação.

 

Vaugirard, 25 de janeiro de 1867

 

Meu caríssimo filho em N.S.,

 

Creio firmemente que Deus o quer padre e religioso. Retome confiança e não receba as provações que sua Sabedoria lhe manda numa perspectiva diferente daquela com que Ele mesmo as olha. São, evidentemente, um trabalho pelo qual Ele quer modelá-lo, aperfeiçoá-lo e torná-lo digno do grande privilégio, como das grandes funções às quais aspira.

 

O padre, o religioso têm que sofrer muito, imolar-se muito, curvar muito sua vontade para o serviço de Deus e para o bem do próximo. A natureza impressionável, que rejeita o sofrimento e a contrariedade, se prestava pouco, no seu caso, a esses rompimentos necessários.  E eis que o divino Mestre passou essa natureza sob o martelo mortificante dos sofrimentos físicos e das contradições. Curve-se sob essa mão divina, meu caro filho, pois traz a cura, a graça e a paz.

 

Parece, de resto, que a paciência lhe escapa no momento em que Deus lhe mostra o alívio, já que, sem levar em conta os imensos encargos que seguramos aqui para nós mesmos, tudo dispusemos para mandar-lhe um ajudante que assuma, no seu lugar, o cuidado do patronato. Não dependia de nós tirar instantaneamente os obstáculos que se opunham à sua saída imediata. Mas acho que, daqui a alguns dias, provavelmente no decorrer da semana que vem, poderá estar perto de você. Será suficiente que você cuide de substituí-lo a você, sem precipitar absolutamente a situação, para que a obra não tenha que sofrer por essa mudança.

 

Não vejo nisso razão para interromper seus estudos, a não ser que, independentemente de todos os alívios trazidos a seu regulamento, sua saúde se oponha absolutamente a que os suporte presentemente. Mesmo assim, você deveria, nesse caso, reservar as disposições da Sabedoria divina para o futuro. É tão bom, tão seguro, tão tranqüilizador nos entregarmos nas suas mãos! Quando nosso divino Salvador explicava aos discípulos de Emaus a série misteriosa de seus sofrimentos, acrescentava: Não era preciso o Cristo sofrer todas essas coisas, e entrar assim na glória?390 Você, caro filho, a seu exemplo, recordar-se-á, com doçura e consolação, da série de suas provações, e, chegado ao nobre objetivo que entrevia, dirá: Discípulo de Jesus Cristo e seu representante neste mundo, devia andar atrás dele e alcançar, como Ele, meu objetivo pela pena e pelo sofrimento. Tenha certeza, caro filho, de que a verdade está aí, que tais são as vistas de Deus a seu respeito. Seja dócil sob sua mão, que o conduz ao repouso e à consolação.

 

Adeus, meu caro filho, reze por nós, como rezamos por você. As dificuldades não nos faltam também em nosso caminho, mas assumimos para nós mesmos também os conselhos que lhe damos em seu nome.

 

Seu amigo e Pai todo afeiçoado em Jesus e Maria.

 

                                               Le Prevost

 





390 Lc 24,26





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