O Sr. Le Prevost está provado em sua saúde. Notícias
diversas. Ordem das precedências na comunidade. Procurar antes de tudo a vida
interior.
Vaugirard,
14 de fevereiro de 1867
Caríssimo
filho em N.S.,
Você
achará talvez que demorei muito para responder às perguntas contidas em sua
carta. Não é sem alguma razão: estou muito abatido há algum tempo, um
enfraquecimento geral causado, ou pela estação úmida demais, ou por outros
incidentes, me deixou uma tal debilidade nas pernas, que não posso andar sem
bengala, mesmo dentro de casa. Todo o corpo sofre as conseqüências, e a cabeça
como o resto. Daí, atraso em todos os meus negócios. Vou responder por sim
ou não às suas perguntas.
O
Sr. Lantiez, notário, tentou vender os valores pertencentes ao patronato de
Arras. Os Mexicanos ou Espanhóis estão numa tal taxa de baixa, que achou dever
renunciar à venda. Que devemos fazer?
Para
o jovem Goubet, podemos aceitá-lo somente se protetores consentirem em
responder por ele mediante uma pensão de 400f. O Sr. Laroche está sendo aguardado em
Paris em breve para o casamento de seu irmão. Talvez ele tenha alguma idéia a
esse respeito. Não acho que deva fazer um peditório em Paris para uma criança
de Arras.
Para
as precedências, a antiguidade entre os irmãos leigos é a medida que as rege de
costume. No entanto, passa adiante da antiguidade a dignidade do sacerdócio e
mesmo das ordens, mas somente em um grau elevado de promoção. Certas funções
eminentes podem também pedir consideração. De tudo isso, podem resultar muitas
complicações. Se há dúvida, como no caso, o Superior local, apreciando as
conveniências particulares que pode conhecer melhor do que outros, deve
dirimir, ele mesmo, a questão. O que não é duvidoso é que cada chefe de função
tem autoridade sobre os que colaboram acidental ou secundariamente nessa função.
Assim, o Sr. Charrin toma o parecer do Sr. [Ad.] Lainé no que toca ao
pensionato, como o Sr. Lainé o toma do Sr. Charrin no que concerne ao
patronato.
Tenho
alguns santinhos que me entregou o Sr. Chaverot. Vou mandá-los a você com uma
caderneta de poupança.
O
Sr. Georges [de Lauriston] escreveu imediatamente a Sète, para pedir seu vinho.
O Sr. Chaverot pensava que você havia sido satisfeito com o vinho que fizera
vir de Bourgogne. Não foi assim? Eu mesmo procuro vinho de Bourgogne que me
convenha, isso se torna difícil de achar.
Não
nos dá mais notícias do Sr. seu irmão e do Sr. Chazaud; cada um aqui fica
vivamente interessado.
Tudo
vai aqui como de costume. Sentimos muito a penúria do lado do pessoal, em todo lugar
pouco numeroso demais, ou pouco experimentado demais. Todo o Conselho diz o
terço, a cada dia, nessa intenção. Ofereça o seu nesse mesmo pensamento.
Adeus,
caríssimo amigo, assegure todos os nossos irmãos de meus ternos sentimentos, o
Sr. Charrin em particular, a quem não respondo hoje. Que ele se faça uma vida
bem constante, interior sobretudo. Possamos ser bem penetrados, cada um de nós,
de que tudo está aí, para o presente como para o futuro.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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