Elogio da obediência. Necessidade da
condescendência. Entradas e saídas na Comunidade.
Vaugirard,
26 de fevereiro de 1867
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Recebi
com viva satisfação sua boa e filial carta. Já sabia seu espírito de submissão
à vontade de Deus e de deferência pelo Superior, embora indigno, que foi dado à
nossa pequena família, mas recebi dele a nova expressão com alegria, porque me
é uma certeza de que Deus não o abandonará em suas funções e que estabelecerá
também constantemente a paz em sua alma, já que a entrega entre suas mãos.
Permaneça sempre, caríssimo amigo, nesses sentimentos e tenha certeza de que,
de nosso lado, sabemos compadecer às suas dificuldades como a seus cansaços.
Presumo,
por algumas palavras de suas cartas, que nosso caro Sr. Ladouce vai um pouco
melhor. Procure ver, ao menos cada quinze dias, seus irmãos, para abrir-lhes o
coração e derramá-lo no seu. Acho que, tomados docemente, como sabe fazer, os
endireitará pouco a pouco. São poucos os espíritos, de nosso tempo, sobretudo,
que não tenham grande necessidade de condescendência. Nosso Senhor nos deixou,
nesse ponto como em todo o resto, exemplos bem marcantes.
Persisto
em pensar que, se não tiver recursos inesperados, fará bem em guardar os 200f que seu bom pai mandará
para o trimestre.
O
Sr. Philibert está sempre muito doente. Pensamos que não pode se arrastar muito
além de alguns meses. Reze por ele com seus irmãos. Eu mesmo estou fraco neste momento
e ando com pena.
O
padre Leclerc (não sei se o conheceu em nossas obras em que participava um
pouco, quando dirigia o coral de Sainte Clotilde) pensa seriamente em se juntar
a nós. É um homem já maduro e de um mérito real. De seu lado, o Sr. Baltenweck
vai se desligar de nossa família. Lamentamos isso, é um excelente homem. Sua
saúde tem exigências demais, diz ele, para que possa viver em comunidade. Esteve
durante demasiado tempo tratado por sua boa empregada alemã, que você conhece,
para poder passar sem atenções semelhantes. Não sei se é bem necessário dizer
esses fatos a seus irmãos, o último, sobretudo, que os interessará pouco.
Todos
os nossos jovens seminaristas vão bem e são de boa esperança. O Sr. Chaverot
não será ordenado muito antes do Natal, nas férias talvez.
Adeus,
caríssimo amigo, diga-me algumas palavras de vez em quando sobre sua cara
família, e ofereça, na ocasião, meu respeito a seu bom pai.
Mil
afeições a você e a todos os seus irmãos.
Meu
profundo respeito a Monsenhor, e algumas vezes também lembranças respeitosas
aos Srs. os Vigários Gerais.
Seu
amigo e Pai afeiçoado
Le Prevost
|