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Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
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1219 - ao Sr. MaignenPlano de um diálogo para a distribuição dos prêmios. Empenho do Sr. Le Prevost em educar o senso moral dos operários e dos pobres.
Vaugirard, 13 de julho de 1867
Caríssimo filho em N.S.,
O Sr. Emile [Beauvais] está muito embaraçado para seu diálogo da distribuição dos prêmios. Examinou vários, fez experimentar um, nada vai. Está persuadido de que Le Jugement Téméraire do Sr. Wilhem serviria melhor do que qualquer outro. Mas acha, e sou de sua opinião, que essa pequena peça é curta demais, vira bruscamente demais e, por isso mesmo, não dá satisfação ao espírito. Pensava que poderia ser alongada um pouco, mais ou menos assim:
No momento em que o juiz indiscreto, dissipadas suas falsas suspeitas, começa a mudar e já está enternecido, aparece um bom velhinho que conseguiu descobrir seus jovens visitadores e que chega a eles todo animado, tendo mil coisas a lhes dizer. Sua mulher, que estava doente, acaba de ser curada pelos cuidados de um médico enviado por eles; começa a andar; queria, a todo o custo, achá-los, mas ainda fraca demais, insistiu para que ele os procurasse: ela quer vê-los, lhes agradecer, chora de alegria quando fala deles, não estará contente antes de tê-los visto e abençoado por sua caridade que a salvou, etc. (Se esse bom velhinho pudesse evitar ser ridículo, sendo simples, singelo e tocante em sua linguagem, acrescentaria um elemento de interesse à peça).
De outro lado, um dos jovens visitadores enxerga nesse momento, pela janela, dois meninos de uma família que ele visita; o mais novo parece banhado em pranto. O visitador vai a seu encontro e o introduz. O que ele tem? O que querem? Como acharam o patronato? Viram os visitadores entrar ali; o pequeno fez questão absolutamente de falar com o Sr. Adolphe (não me lembro do nome do aprendiz); o porteiro não queria que entrassem, daí suas lágrimas.
Imagine um pequeno colóquio amável. Ele queria lhe mostrar um livro obtido na escola, lhe recitar lições que o visitador lhe ensinou e que guardou bem: o pequeno Moisés em seu berço nos caniços, o pequeno Jesus no presépio; (mistura um pouco tudo isso) Jesus abençoa as crianças, etc. os passarinhos que não semeiam e que colhem grãos de trigo etc. O irmão maior tem também coisas cordiais a dizer. (Se tudo isso fosse dialogado de uma maneira viva, sem cair nem no idílio, nem no grotesco, resultariam disso cenas comovedoras, que motivariam a conversão do juiz temerário. Ele mesmo, emocionado, dá doces ou outros bombons às criancinhas. Ao velhinho, tinha dado uma laranja e um dinheirinho para a mulher doente. Assim convencido da felicidade que se tem em freqüentar o patronato e fazer um pouco de bem aos que sofrem, ele se reúne aos aprendizes do patronato.
Indico esses meios que podem, certamente, ser trocados por outros, mas que mostram a lacuna a preencher, ao mesmo tempo que salientam melhor a moral da peça:
--- É agradável ser bom. --- Só nos sentimos bem na sociedade dos bons.
O Sr. Emile e eu contamos que você vá arranjar esse pequeno desenvolvimento hoje mesmo, os momentos estando tão contados que um atraso torna a execução da peça impossível. Essa pequena peça, um pouco recheada, terá seu valor para os patronatos. Tal qual, não serve quase para nada.
Seu afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
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