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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1301 - 1400 (1868 - 1869)
    • 1382 - ao Sr. de Varax
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1382 - ao Sr. de Varax

O Sr. Le Camus deixa o Instituto. Como as dificuldades servem para nos santificar. Vocação particular dos fundadores: “não são chamados a fazer obras perfeitas”. Aceitação de um novo atraso. Plano de viagem para Roma. Embaraço para preencher o vazio causado por sua ausência.

 

Chaville, domingo 21 de fevereiro de [1869]

 

Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Tenhamos confiança, nossas dificuldades são grandes, mas Deus é maior do que as dificuldades. O Evangelho de hoje dizia: Jesus, aproximando-se, tocou-os e lhes disse: “Levantai-vos e não temais412. Obedeçamos-Lhe, estejamos sem medo e façamos o menos mal possível. Um último recurso nos sobrava, que poderia ter sido o melhor: o Sr. Le Camus poderia ter adiado por um mês a retomada de sua teologia em Versailles, onde tínhamos tomado nossas disposições. Mas, nestes dias, por alguns fatos novos, confirmou nossas dúvidas sobre sua vocação, senão ao sacerdócio, ao menos à vida religiosa: nos separamos dele. Já nesta manhã, ele se põe a correr atrás de outro lugar.

 

Acharemos um homem para as funções secundárias que sua carta indica. Mas não vejo à nossa disposição um homem capaz de uma responsabilidade maior. Vou rever amanhã nossos irmãos na Conferência eclesiástica em Nazareth, conversarei com eles sobre isso.

 

Não desanime pela imperfeição de todos os seus meios. Os fundadores não são chamados a fazer obras perfeitas, seu caminho na santidade consiste em suportar com paciência os obstáculos e as angústias que sofrem sem cessar. Somos felizes por Deus nos deixar esse meio de nos santificar, nós que, na maioria, não saberíamos chegar a isso, talvez, por eminentes virtudes.

 

Lamento um pouco o novo adiamento que pede para nossa saída. Não é por ter pressa pessoalmente de fazer essa viagem, que é para mim assunto de dever, mas há três meses estou de partida, nossos irmãos de Roma nos esperam semana após semana, me acham a caminho a partir da semana que vai iniciar. Adiar ainda é um pouco lamentável, mas estou decidido, no entanto, a fazer segundo seu desejo. Nossa partida seria, então, somente na quarta-feira de manhã, em vez da terça-feira, que você pede para seus recados.

 

Se não vir problema para você, eu desejaria não viajar durante a noite noite, pois a noite me dá um duplo cansaço por causa da insônia. Acho que, a menos de uma calma perfeita, com que não podemos contar muito, o mar nos seria bem pouco suportável. Prefiro as segundas classes às primeiras quando se pode assim ter trens Express. De outro modo, será preciso nos resignar aos trens de primeira classe, muito mais dispendiosos, mas que abreviam a duração da viagem, tipo de compensação.

 

Acho boas suas observações a respeito do Sr. de Bretenières, é talvez uma graça que a Providência nos proporciona. Penso que teria sido mais perfeito somente, como regularidade religiosa, dizer-me uma palavra de aviso antes de fazer a proposição. Não se contriste com o reparo, feito bem afetuosamente.

 

Acho que parar em Lyon seria bom para uma noite. Ir diretamente a Marselha, sem parar, talvez fosse um pouco duro. Acho, todavia, que se vai até lá agora em 18 horas, o que, no início da viagem, não pareceria impossível.

 

Não tenho obrigação de chegar em dia fixo, iremos segundo nossas forças. Penso, como você, que o Sr. Lemaire não iria à rua de Noyon. Uma idéia me vem, sua realização seria bem terrível para Chaville, o Sr. Faÿ, os perseverantes, mas acho que salvaria a posição em sua casa. Seria mandar-lhe o Sr. Vincent durante sua ausência. Tem educação, conduz aqui muito bem os perseverantes, ensina muito bem, sabe ocupar seu lugar, é muito superior a todo o seu pessoal, exceto o Sr. Trousseau, por causa de seu hábito e de suas ordens. Mas o Sr. Faÿ poderá consentir nisso, no momento em que o Sr. Le Camus, que lecionava numa classe, se afasta? O Sr. Vincent tem duas ou três classes e participa muito nas vigilâncias. O Sr. Ginet, cuja responsabilidade foi atenuada neste ano para que possa estudar um pouco melhor, está há um certo tempo muito doente e absolutamente incapaz de retomar esse serviço. Quantos sofrimentos, embaraços, prejuízos talvez para o Noviciado! Parece pouco provável que o Sr. Faÿ possa aceitá-los. Mesmo assim, vou falar com ele amanhã. Reze para que Deus nos conduza.

 

O Sr. Laroche, em tratamento em Paris, me falou de Goubet, mas não via nenhuma chance de poder achar alguns recursos para uma pequena pensão. Vaugirard é pobre demais para aceitá-lo sem alguma indenização. De resto, seria preciso alguém de Arras ou de outro lugar entrar diretamente em contato com o Sr. de Lauriston a esse respeito. Só se ouviu falar desse assunto até agora através de terceiras pessoas, sem missão precisa para tratarem disso. Assim sendo, o assunto nunca chegará a uma solução em nenhum sentido, a não ser a abstenção e a vã espera.

 

Adeus, meu caríssimo amigo, acho que respondi a tudo, mas o correio, tenho medo, terá saído. Vou enviar a Viroflay.

 

Seu todo afeiçoado amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 





412 Mt 17,7.





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