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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1301 - 1400 (1868 - 1869)
    • 1391 - à Sra. e à Srta Salva
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1391 - à Sra. e à Srta Salva

Narração da viagem para Roma. Conclusão sobre os frutos espirituais que espera dela o Sr. Le Prevost.

 

Pise, 9 de março de 1869

 

Caríssimas amigas,

 

Escrevo-lhes duas linhas desta cidade de Pise, que é nossa última estação antes de Roma, para tranqüilizá-las sobre as circunstâncias de nossa viagem. Passou-se bem, com a ajuda do Senhor. Não deixei de perceber mais de uma vez que estou bem velho hoje para fazer longas excursões. Tive alguns dias de cansaço um pouco penoso, mas, poupando nossas forças e estacionando, na medida do possível, à noite, nas cidades onde passávamos, para evitar estarmos na estrada durante a  noite, chegaremos, acho, sem mal-estares sérios. Passamos somente uma noite no vagão. Pousamos aqui, esta noite, em Pise, e amanhã, com 11 horas de estrada de ferro, chegaremos a Roma às 8h.30 da noite. Procuraremos tomar ali um repouso um pouco prolongado, para nos restabelecermos bem do cansaço da estrada, antes de  fazer qualquer coisa que possa nos dar nova lassidão. O Sr. de Varax, mais novo do que eu, pôde ressentir menos os mal-estares de uma tão longa estrada. Experimenta, porém, igualmente uma verdadeira satisfação em chegar ao término.

 

Estivemos assim de Paris a Chalon-sur Saône, no primeiro dia. Como a mãe do Sr. de Varax reside perto de lá, mandou buscar-nos e passamos a primeira noite na casa dela. No dia seguinte, pousávamos em Valence; em seguida em Menton (principado de Mônaco), depois em Gênes, onde chegamos, passando a noite. Daí, chegamos a La Spezia, porto do reino de Itália. Enfim, hoje, estamos em Pise e, amanhã, se Deus nos assistir, chegaremos a Roma. Nossa viagem durará oito dias completos. Para evitar o cansaço, teria sido necessário caminhar ainda mais devagar, mas as despesas de um tal percurso são bem pesadas e nos preocupamos em aumentá-las o menos possível.

 

Não lhes digo nada, caras amigas, das coisas que puderam nos interessar durante a caminhada. Quis somente, hoje, dizer-lhes como estávamos em nosso empreendimento. Terei, aliás, menos do que muitos viajantes, narrações para fazer, já que não empreendi essa excursão por curiosidade, nem por necessidade de mudar de lugares. Saí, porque acreditei ser a vontade de Deus e o bem de nossa pequena Congregação. Na minha idade, se tem necessidade de calma e de paz, se aceita o movimento só por dever. Confio, portanto, que o Senhor contará minha viagem como uma parte do trabalho que o homem deve suportar aqui em baixo. Tenho a confiança também que incluirá nela alguma consolação na visita de tantos lugares santos, que tornam Roma tão cara aos cristãos.

 

Adeus, caríssimas amigas, rezarei a Deus por vocês em todo lugar. Rezem também para que não faça esta viagem sem proveito espiritual para mim.

 

Seu afeiçoado irmão e tio

                                               Le Prevost

 




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