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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1501 - 1600 (1870)
    • 1502 - ao Sr. Manque
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1502 - ao Sr. Manque

Encorajamento a perseverar no seu desejo de vida religiosa. O Sr. Le Prevost entende bem as razões das oposições que encontra: “os tempos  são ruins, a fé enfraqueceu”.

 

Chaville, 10 de fevereiro de 1870

 

Meu caríssimo filho em N.S.,

 

Recebemos sua carta com grande alegria, pois nos anuncia que, após uma viagem feliz, encontrou seu bom pai bem melhor do que esperava e todo o resto de sua família em saúde satisfatória. Rezamos com você para que seu caro pai complete seu restabelecimento e que seu estado o  tranqüilize.

 

Entendemos bem as dificuldades de sua posição e as oposições que sua vocação encontra. De antemão, as tínhamos previsto e já sabíamos o que teria de sofrer. Estamos em tempos ruins, a fé enfraqueceu, quase não há mais famílias que dão generosamente e de coração algum de seus membros para o serviço do Senhor. Ainda se consente em fazer alguma parte ao sacerdócio, porque, desse lado, é possível se criar uma certa posição, atrair para si alguma honra, mas esses pontos de vista, totalmente humanos, não encontrando nada que os possa contentar no estado religioso, o desprezam e não captam-lhe nem o mérito nem a santidade. Para você, meu caro filho, saiba bem que, enquanto a Igreja tiver verdadeiros filhos, esses saberão que a consagração inteira de si mesmo a Deus, com o desapego completo das coisas deste mundo, constitui o estado de perfeição, a melhor parte, assim como o declarou nosso divino Senhor, e que felizes, três vezes felizes são aqueles que Ele chama para isso e que escolheu para si como uma milícia privilegiada que deve andar de bem perto no seu seguimento. Então, não leve em conta de maneira alguma os dizeres e as contradições dos que o rodeiam. A falta de luzes os explica e deve nos levar a escusá-los, mas cada um tem seu caminho. Se o maior número é chamado para a vida ordinária, Deus faz para si sua parte, Ele reserva os seus para seu serviço, e seu dever é o de responderem a seu apelo.

 

Tinha chegado a esse ponto desta carta que lhe escrevia quando me remeteram a segunda que me dirige.

 

Vejo com alegria que o divino Senhor o acompanhou em sua ausência do Noviciado e supriu, Ele mesmo, as direções que recebe ali. Você pensa justamente, meu caro filho, está perfeitamente com o direito de voltar, e acrescento com muita nitidez que deve fazê-lo. Entendo bem o pesar que experimenta o Sr. Pároco ao vê-lo partir. Um pastor zeloso é feliz por ter em sua paróquia fiéis piedosos que possam edificar os outros. Mas quando estiver aqui, aos pés de Deus, nos piedosos exercícios do Noviciado, tenha certeza absoluta de que sua oração, feita mais poderosa pelo sacrifício, conseguirá mais bênçãos para sua região, para seu próprio Pastor e para sua família do que faria sua presença habitual.

 

Portanto, meu caro filho, já que seu bom pai está melhor e que, aliás, está rodeado por seis outros filhos e três noras, não hesite em voltar logo que puder. Logo que souber o dia de sua saída, escreva-me, para que nossos irmãos o aguardem e se alegrem com sua chegada.

 

Sabe que, a cada dia, aqui se reza em comum por tudo o que interessa à Comunidade. Não deixamos de rezar especialmente por você, e fazemos também uma menção para seu bom pai.

 

Ofereça-lhe meu respeito e acredite, você mesmo, meu caro filho, em minha cordial afeição em N.S.

Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 




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