1548 - ao Sr. d’Arbois
Saída
do Sr. Chaverot para Roma. Organização de Vaugirard. Contar com o socorro de
Deus. Orações para pedir o fim da seca; preocupação pelos pobres.
Chaville, 21 de junho de 1870
Meu caríssimo filho em N.S.,
Demorei um pouco para lhe responder, aguardando de dia
a dia a chegada do Sr. de Varax e pensando que me daria talvez algumas
informações que poderiam pedir uma resposta ou uma solução de minha parte. Ele
está aqui desde segunda-feira e não vi, nas comunicações, aliás interessantes,
que pôde me fazer, nada de que tivesse de cuidar imediatamente.
Vamos penosamente em Vaugirard, privados de seu
concurso ordinário. De seu lado, você encontrou em Angers uma tarefa rude e
duplamente penosa pelos grandes calores que estamos sofrendo. As dificuldades
que terá suportado serão, esperemos, uma causa a mais para atrair a bênção
sobre a obra que serve tão corajosamente. Rezamos fielmente por você e Vaugirard,
em particular, o menciona sempre nas recomendações.
Terá sido informado, não sem alguma tristeza, no ponto
de vista, ao menos, do bem do orfanato, de que nosso caro Sr. Chaverot teve que
nos deixar na quinta-feira última (Festa de Corpus Christi) para ir a Roma.
Embarcado ontem, segunda-feira, em Marselha, já terá chegado em sua destinação
no momento em que esta carta o alcançar. As missivas sucessivas que me chegaram
nos pareceram exigir essa dura separação, sem mais diferir. Pensamos que era segundo
as vistas de Deus, sua graça assistirá nosso caro irmão.
Ajustamos as coisas em Vaugirard o menos mal que
pudemos, não sem muitos vazios que não se podem preencher agora. O Sr. Demante
fica constantemente (exceto no domingo) no orfanato. Eu mesmo fico ali um dia a
mais e o Sr. Planchat dá também mais tempo. Um padre de fora diz uma missa cada
manhã para que o pessoal da casa possa facilmente assistir. Para o domingo, o
espiritual é também dado por estranhos. Está vendo, de seu país de Angers, como
todos esses arranjos são defeituosos.
O Sr. Boucault, casado desde quinta-feira, já está
viajando, creio; o vimos só um momento com sua jovem esposa e não pudemos dar a
última conclusão a suas disposições conosco. Será para sua volta.
O Sr. de Varax partirá amanhã para um tempo sempre
longo demais e cuja duração ignoro absolutamente. Bem convencido de que essa
viagem é necessária, entrega-se resolutamente, sem medo das dificuldades que
deixa atrás de si. Tem razão, sem dúvida. Procuremos ter a mesma resolução,
apoiando-nos na bondade paterna de Deus. Dignar-se-á, esperemos, constituir-se
o guardião de todas as obras diminuídas ou abandonadas.
A Festa de Corpus Christi se passou muito bem. O Sr.
Pároco de Vaugirard a presidia no orfanato. As outras casas também foram
satisfeitas.
Rezamos em Vaugirard e em Chaville para obter chuva
(um Pai Nosso e uma Ave Maria, com três invocações: Cor Jesu,
uma: Cor Mariae); acho que seria bem que essas orações fossem feitas em
todo lugar em nossas casas: respondem a uma necessidade que atingirá o povo e
os pobres sobretudo.
Adeus, meu excelente amigo. Esqueço, sem dúvida,
alguns pontos talvez interessantes dos quais deveria lhe falar. Mas, se for
assim, providenciarei por alguma nova missiva, já que, com muito pesar, o
momento em que estaremos reunidos está ainda um pouco longe. Faça muitas
amizades para mim aos nossos irmãos e a todos os amigos que nos concedem sua
afeição em Angers.
Respeitos aos Srs. do Bispado.
Seu todo devotado amigo e Pai
Le Prevost
P.S. Encoraje bem todos, o Sr. Moutier em particular. Diga-lhe
que lhe escreverei logo. Sempre nos entendemos bem.