1565 - do Sr. A. Lainé ao Sr. Chaverot
P.S.
do Sr. Le Prevost
Proclamação
do dogma da infalibilidade pontifical. Dispensas para as ordenações.
Chaville, neste dia 26 de julho de 1870
Meu caríssimo irmão em N.S.,
O P. Superior me encarrega de lhe dizer quanto prazer
lhe fez sua última carta. Continha o anúncio e os detalhes de uma definição
desejada demais entre nós para não causar uma alegria das mais vivas. Desde o
dia da festa de São Vicente de Paulo, alguns instantes após a missa solene, o
Sr. Maignen trazia um telegrama do Sr. Streicher: “Te Deum, a
infalibilidade é proclamada; 2 non placet somente.” À medida que a
notícia penetrava, ouvia-se estourar esse grito que, cada dia, ouvem em Roma:
Viva Pio IX ! O Sr. Hello estava radiante, o Sr. Codant e esses outros Senhores
padres se felicitavam. Todos éramos felizes pelo triunfo de nossa Mãe, sem
esquecer, porém, de rezar pelos Bispos da oposição que se pensava, através desse
telegrama, serem convertidos, com a exceção de dois. Hoje, conhece-se a
verdade.
Fala-se, ao mesmo tempo que de sua ausência por
ocasião da última votação, dos protestos de NN.SS. de Paris, de Orléans, etc.
Que infelicidade, se é verdade!
O P. Superior nos prometeu ler para nós os trechos de
sua carta em que se fala das festas de Roma a respeito da definição. Como
certamente pensa, ficou ele, como nós, feliz por essas notícias. Uma só coisa
faltou para que sua alegria fosse perfeita: você não dizia nada do extra
tempora e da dispensa de idade de que necessito. Os cuidados das Igrejas
pesam fortemente sobre ele, as necessidades são extremas e três ordenados a
mais, apesar de sua inexperiência e de suas misérias, trariam um sensível
alívio a nossos anciãos cujos ombros curvam-se sob o fardo. Esperava-se receber
essas permissões de modo que a ordenação fosse celebrada na festa de São Tiago,
que era ontem. Nos atiramos para a festa de São Pedro, mas sua carta, onde não
é questão de permissão, demonstrou que não era mais possível. O P. Superior
ficava um pouco triste. Gritam a ele de todos os lados para conseguirem
auxílio. Nós, testemunhas também dessa aflição comum, apesar do medo que
inspira sempre uma diligência tão grave, desejamos o sacerdócio. Apresse, então,
por favor. O P. Superior fala de um Sr. Clerc que, parece, poderia muito. Não
lhe deixe descanso.
Pensando que o triunfo e os trabalhos do Concílio não deixam as
Congregações despacharem depressa tais assuntos, o Padre pensa, se em
Roma não estão adiantados demais, pedir ao Monsenhor de Paris, para esses dois
Senhores, a extra tempora. Pode, dizem, conceder essa dispensa graças a
um indulto especial dele. No caso, se trataria apenas de obter de Roma a
dispensa de idade para mim.
O P. Superior, nossos anciãos, nós mesmos contamos com toda sua rapidez. Faça
bem, por favor, nossas amizades a nossos irmãos. Edouard [Lainé], que descansa
em Chaville, agradece ao Sr. Georges [de Lauriston] por suas pequenas cartas e
lhe manda os respeitos e as amizades de Grenelle inteiro. O Sr. Coquerel está
completamente restabelecido, o Sr. Leclerc festejou, domingo passado, com seus
meninos de Vaugirard, a definição. Para dar mais brilho e fazer melhor pensar
em Roma, tinha colocado um colarinho branco em lugar do plastrão. A festa de
São Vicente de Paulo se passou bem. Era, como sempre, amável e cordial, mas a
temperatura era pouco fresca. Nenhuma nuvem, nenhuma brisa, um ar irrespirável.
Apesar disso, as crianças correram, pularam, foram ao mastro de cocanha. Para
Parisienses, Chaville está sempre fresco e encantador. Malabre está morrendo em
Vaugirard, está bem disposto. Um anjo a mais que Vaugirard dá ao Céu.
Rezamos por você e nossos irmãos de Roma, assim como para
os que lhes são confiados. Pensem às vezes em nós todos: que as realidades não
enganem as esperanças que, após tantos sacrifícios, podem, com razão, ser
feitas sobre nós; que sejamos verdadeiros filhos de São Vicente de Paulo.
Adeus, meu mui amado irmão em N.S. Acredite-me
todo seu.
Ad. Lainé diácono dos irmãos de SVP
Meu caríssimo filho,
Apresse nossos extra tempora e a dispensa de
idade. Não podemos dar um passo nem resolver nossos assuntos sem a pronta
ordenação de nossos diáconos.
Lembro-lhe que devia revisar regularmente as contas
dos dois Círculos. Peça ao Sr. Georges que os submeta exatamente a você e
mantenha-me a par da ordem que lhes é consagrada.
Faço pedir ao Sr. Keller uma palavra que autorize sua
instalação na Villa.
Seu devotado amigo e Pai
Le Prevost