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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1601 - 1700 (1870 - 1872)
    • 1610 - do Sr. de Varax ao Sr. Chaverot
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1610 - do Sr. de Varax ao Sr. Chaverot

P.S. do Sr. Le Prevost

Pedido insistente de notícias dos irmãos e das obras de Roma. Narrativa das tribulações pelas quais passaram as comunidades da França.

 

Vaugirard, em 17 de fevereiro de 1871

 

Meu bem-amado e venerado irmão,

 

É em nome do Padre Superior que lhe escrevo. Tem necessidade de saber notícias suas e de nossos irmãos, após um longo cativeiro como o do sítio que nos isolou durante cinco meses.

 

Uma só missiva, chegada sob a asa dos pombos nos deu, em dezembro, uma vaga informação sobre a volta dos Srs. Jouin e Streicher que estão na Bélgica atualmente. Para você, caro amigo, e os Srs. de Lauriston e Beauvais, vemo-los ainda no interior dos muros dessa Roma tão desolada pelos recentes flagelos que acabamos enfim de conhecer, e nos perguntamos com uma preocupação bem viva: O que estão fazendo? O que aconteceu com eles? Estão ainda todos vivos? Tiveram que sofrer dos acontecimentos políticos? Estiveram em perigo de certa maneira por ocasião das inundações?

 

Responda, por favor. Hoje, graças às últimas convenções postais concluídas com nossos inimigos, o correio francês dirigirá nossas cartas e as suas com a mesma liberdade de antes da guerra.

Um ponto parece, sobretudo, merecer explicação ao Padre Geral. A retirada das tropas francesas (zuavos e Legião) trouxe o fechamento de nossos Círculos. Pela mesma ocasião, não tornou a presença de nossos irmãos inútil em Roma? Que causa determinou a estada de vários entre vocês ali, e há urgência em prolongar essa estada doravante?

 

No meio de suas penas de cristãos e de Franceses, terão, sem dúvida, encontrado alguma consolação na benevolência com que a comunidade não cessou de ser cercada em Roma. Além disso, a nobre serenidade do Santo Padre não terá deixado de lhe inspirar um pouco dessa confiança fora da qual não se vive feliz. Aqui, e particularmente em Paris, a Providência dignou-se fazer-nos partilhar esse sentimento e nos firmou nele visivelmente no meio de nossas mais cruéis provações.

 

Enquanto nossas casas do interior, Metz sobretudo, escapavam como por milagre às devastações que a guerra traz, nossas obras de Paris não foram interrompidas. Os soldados, em vários lugares, foram justapostos às crianças ou jovens. Os doentes e feridos também acharam seu lugar em quatro de nossas casas. Mas a sucessão dos trabalhos ordinários pôde ser suficientemente mantida de modo que as obras não tenham tido muito que sofrer, além de uma diminuição mais ou menos notável em seus membros. O pessoal de direção foi providencialmente garantido nas diversas medidas militares que pesavam sobre nós, e cada um desses Senhores, no entanto, pôde reconhecer, em toda a justiça, ter feito largamente seu dever pela defesa do país, sem ter abandonado por isso outras funções que exerciam em nome da caridade.

 

Durante o terrível período do bombardeamento, os projéteis, numerosos em Vaugirard, causaram somente danos secundários. Em Grenelle, um só, acho, caiu no jardim e não estourou. Em Nazareth, embora estivéssemos cercados de todos os lados por obuses que estouravam a uns metros de nós, um só, penetrando no ginásio, estourou no chão e não causou nenhum dano. As capelas, o círculo, a casa dos idosos, tudo foi guardado pela Santa Virgem ut pupillam oculi.

 

Possam todos voltar para nós, meus caríssimos irmãos, em estado tão bom como o nosso, após essa pesada provação. O regime alimentar do sítio não fez vítimas entre nós. O canhão também não fez, embora, em nossos muros ou nos campos de batalha, vários tenham sentido as bombas ou as balas de bem perto.

 

Nossos jovens das obras foram poupados como nós. Um só, que eu saiba, foi golpeado e tínhamos um grande número deles na linha, na artilharia, na marinha, na móvel, na mobilizada, etc...

Eis uma breve narração de nosso sítio, meu bom irmão. Sentindo o quanto lhe interessam nossos comportamentos, meça, à sua vez, o quanto nos será doce saber os seus!

 

Deixo-os, os três, na paz e na união a Nosso Senhor que devem sem dúvida saborear na Trapa433, e mando-lhe, com a  bênção do Padre Superior, os humildes e afetuosos sentimentos de

Seu pequeno servo e irmão em N.S.

 

                                               B. de Varax

                                               Padre dos Irmãos de SVP

 

O Sr. de Varax, caríssimos amigos, apenas expressa aqui meus sentimentos. Insisto somente na alegria que teremos, todos, em revê-lo e na utilidade que terá para nós sua colaboração. O conjunto de nosso pessoal foi poupado, o Noviciado e vários dos nossos estão em Tournay. Se puder voltar, faça-o. Se precisar de dinheiro para essa volta, diga-me.

 

Abraço-o bem afetuosamente.

Seu amigo e Pai

                                               Le Prevost

 





433 Os Srs. Chaverot, de Lauriston e Beauvais tinham sido forçados a abandonar a Villa Strozzi, de que os novos proprietários tinham tomado posse em janeiro. Encontrando-se sem alojamento, nossos irmãos tinham aceitado a hospitalidade dos Padres Trapistas, em sua casa da via S. Giovanni in Laterano, em frente da basílica de Sâo Clemente. Será no dia 14 de março (cf. infra carta 1618) que o Sr. LP. dará o sinal do retorno à França.





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