1640 - ao Sr. Risse
O
Sr. Baumert foi a Metz. Gravidade da situação em Paris. Anúncio
da morte do Sr. Planchat; seu elogio: “ninguém entre nós levou mais avante o
zelo e a dedicação pelos pobres e os operários...”
Chaville, 2
de junho de 1871
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Fico sabendo com prazer, por sua carta do dia 30 de
maio, a chegada junto a você de nosso caro Ir., o Sr. Baumert. Acho que lhe
prestará um útil apoio e lhe tornará um pouco menos pesado o encargo de
suas obras. Retido aqui e só comunicando dificilmente com nossos irmãos de
Paris, ainda não pude me dar conta exatamente de nossa situação, após os
desastres que acabamos de atravessar, nem ver com muita precisão que medidas
teremos de tomar para tirar partido do pessoal que nos resta. Ainda não posso,
então, resolver nada senão provisoriamente. Logo cessará essa incerteza.
Amanhã, asseguram-nos, as comunicações serão reabertas com Paris. Seja o que
for, desejo sinceramente que seja assistido, logo que for possível, pela
presença habitual de um padre que lhe seja adjunto. Tenha certeza de que o
Conselho levará em conta essa necessidade.
A carta do Sr. Baumert não continha absolutamente
nada, a não ser os termos de benevolência e de submissão sobre tudo o que vão
querer determinar em relação a suas funções. Espero que acolha bem todas as
observações que poderá lhe fazer sobre suas maneiras e seu modo de agir.
Nosso caro Sr. Lebrun me escreve que está curado e em
condições de retomar seus trabalhos. Deseja que volte à sua casa? Ou,
suficientemente ajudado pelos Srs. Baumert e Emes, poderia passar sem seus
serviços? Nós o empregaríamos muito utilmente, sendo que um certo número de
vazios se fizeram em nosso pessoal leigo. Peço-lhe para me responder sem demora
a esse respeito. Talvez fosse útil que o Sr. Baumert escrevesse uma palavra ao
Sr. Emes para apressar sua chegada. Não estou bem certo de que esteja em
Greffrath, nem de que minha última carta lhe tenha chegado. Ele poderia estar
em Colonha, não sei exatamente em que endereço.
A dor que temíamos nos atinge definitivamente: nosso
querido padre Planchat foi fuzilado ao mesmo tempo que Monsenhor o
Arcebispo de Paris [Dom Darboy], com um número notável de religiosos e de
padres [55], na quarta-feira, dia 24 de maio. Outras execuções aconteceram nos
dias seguintes, não menos lamentáveis.
Nossos irmãos de Paris conseguiram encontrar seu corpo
que tinha sido jogado, com seus companheiros de martírio, numa fossa comum no
[cemitério do] Padre Lachaise. Sepultaram-no e o colocaram num caixão que o Sr.
Pároco de Vaugirard recebeu em um dos jazigos de sua igreja, aguardando que
possamos trazê-lo de volta a Chaville. Era importante para nós guardar esses
preciosos restos mortais. Ninguém entre nós levou mais avante o zelo e a
dedicação pelos pobres e os operários, ninguém praticou mais generosamente as
virtudes religiosas, ninguém, enfim, professou um tão terno apego pela nossa
pequena família. Era, portanto, preciso que ficasse no meio de nós após sua
morte, era ali o lugar escolhido para seu repouso. Cada um de nós celebra
três missas à sua intenção. Peço-lhe, assim como a nosso caro padre Baumert,
para desempenhar para com ele esse dever de santa fraternidade. Mas em nossa
oração, tenhamos confiança. Parece certo que uma vida tão cordialmente dada a
Deus encontrará graça diante dele e que essa cara alma, chegada na paz, obterá
por seus irmãos que ficaram no trabalho e na luta, grandes assistências da graça.
Assegure todos os nossos irmãos, nossos caros
convalescentes sobretudo, Sr. Nominé, Sr. Allard, de todos os nossos
sentimentos de simpatia e de terna afeição, e acredite, você mesmo, meu
caríssimo amigo, em todos os meus sentimentos mais devotados em N.S.
Le Prevost