1659 - ao Sr. Trousseau
Exame de
uma oferta de fundação em
Amiens. Pedido de prazo. Paciência, confiança.
Chaville,
20 de julho de 1871
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Sua última carta contém uma proposição que merece da
nossa parte gratidão para com Monsenhor [Boudinet], cuja simpatia por vocês
nunca se desmente, mas que, também, pede uma séria consideração.
Em princípio, essa oferta que nos é feita de nos
encarregarmos de um novo orfanato, onde seriam acolhidos os filhos das vítimas
da guerra, sob o patrocínio imediato de Monsenhor, me parece bem poder
constituir uma ocasião oportuna, suscitada pela Providência, de contornar
algumas de nossas dificuldades e de servir o primeiro Pastor da diocese na
execução de uma obra digna de todo o interesse. Mas, mesmo assim, é preciso ter
os meios para tanto. Teria, em conseqüência, necessidade de algumas indicações
sobre as condições de estabelecimento dessa casa, e especialmente sobre o lugar
onde será instalada. Será em Amiens mesmo ou nos arredores? No segundo caso, se
a distância fosse um pouco notável, os relacionamentos e a vigilância do
pessoal dos irmãos encarregados das diversas obras em Amiens e por fora se
tornariam mais difíceis. Além disso, mesmo supondo todas as condições
perfeitamente aceitáveis, há necessidade de examinar se temos um pessoal
suficiente e que nos permita assumir novos encargos.
Não posso, portanto, lhe mandar imediatamente uma
resposta, como pede. Será somente após ter recebido a informação de que
acabo de falar sobre o local do orfanato projetado e após ter consultado o
Conselho, que terei condições para responder-lhe de um modo preciso.
O Sr. Helluin me escreveu que não queria mais fazer
parte da Congregação. Acha que seja preciso aguardar e dar-lhe o tempo de uma
reflexão mais calma antes de considerar essa decisão como definitiva, ou
considerá-lo desde já como não sendo mais dos nossos? Se sua saída da
Congregação fosse irrevogável, não teríamos mais a obrigação de continuar a
sustentá-lo.
Peço-lhe para fazer aceitar por Monsenhor meus
agradecimentos pelo interesse que o leva a querer nos associar a seus
trabalhos, e ao mesmo tempo o prazo que me é necessário para me esclarecer
sobre o partido a tomar em relação à sua proposição.
Quanto a você, caríssimo filho, paciência em suas
provações e confiança em
N.S. Essas duas disposições, acompanhadas por fervorosas
orações, são bem poderosas sobre o Coração do bom Mestre para obter dele as
soluções das questões mais confusas.
Receba os protestos de meus sentimentos mais devotados
em N.S.
Seu amigo e Pai
Le Prevost