1677 - ao Sr. Paillé
Solicitude
paterna pela saúde do irmão Paillé. Instalação do Sr. de Varax. Permanecer no abandono
e na confiança “na amorosa bondade de Deus”.
Chaville, 23 de agosto de 1871
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Esperávamos notícias suas com certa impaciência.
Desejava vivamente, em particular, saber se os banhos de mar pareciam dever lhe
ser úteis. Ao escrever-me, ainda não pôde precisar nada a esse respeito. Mas
todas as conjecturas são favoráveis, já que pôde suportá-los sem que a tosse,
que o incomodava muitas vezes, tenha reaparecido. Tudo deixa esperar que seja
fortalecido pela ação tão vivificante do mar. Podemos pensar sobretudo que
Aquele que é o Mestre soberano do mar e de todos os elementos a tornará
benfazeja para você, já que Ele o levou a suas margens, escolhendo como com
prazer uma praia unida e segura, para que seu pé não bata contra as pedras.
Assim é que o bom Senhor poupa seus humildes servos quando estão cansados pelo
trabalho ou enfraquecidos pela doença. Para ovelha tosquiada, Deus poupa o
vento, dizem as boas pessoas que guardaram a confiança e a fé.
Espero que encontre ainda traços bem nítidos dessas
virtudes em nossa cara região de Normandia. Infelizmente, há muita gente hoje
em que seriam encontrados miseravelmente apagados. Assim, uma inquietação geral
ganha todos os espíritos sãos sobre o futuro que se prepara. Não são mais
somente no horizonte uns pontos pretos, mas nuvens ameaçadoras que podem
esconder o relâmpago. Digne-se o Senhor poupar seu povo e lhe inspirar um
salutar arrependimento!
Nossos meninos de Vaugirard vão, amanhã quinta-feira,
fazer sua primeira comunhão. Não se esquecerá deles, espero, e se, contra minha
expectativa, essa lembrança lhe tivesse escapado, rezará depois, se não for no
momento mesmo. O Senhor, que sabe a preparação de nossas almas, terá lido em
seu coração a vontade de se unir a nós nessa tão interessante solenidade.
Não vejo muitos fatos de alguma importância que
mereçam ser-lhe ditos. O Sr. de Varax foi posto regularmente como Vigário Geral
na sexta-feira, dia 11, em nosso retiro mensal para o qual todos os irmãos
tinham sido convocados. Tudo se passou convenientemente, com a satisfação
geral. Tinha avisado as casas do interior, por uma circular, da decisão tomada
pelo Conselho e, depois, o Sr. de Varax dirigiu pessoalmente a nossos
estabelecimentos uma carta por ocasião de sua tomada de posse de seu ofício.
Os negócios de Amiens ainda estão em suspenso, embora
os Srs. de Varax e Myionnet tenham viajado para lá. Só Deus pode assentar ali
as obras em ordem sólida. É preciso pedir-Lhe por isso e por tantas outras
coisas.
Nosso Pe. Beaussier sofreu muito por uma disenteria,
bastante inquietante durante um momento. Vai melhor, felizmente.
Permaneça, caro amigo, nesse caminho para o qual Deus
o atrai, de um grande abandono à sua vontade divina, de uma inteira confiança
em sua amorosa bondade. É o caminho das almas que Ele reserva para si.
Tira-lhes, quase, o livre arbítrio, de tão sensivelmente ele as conduz,
de tão pouco resistem a suas paternas diretivas. Quando se é bem estabelecido
nesse hábito, nele se encontram uma grande repouso de espírito e uma doce
satisfação de coração: optimam partem elegit quae non auferetur ab eo.
[Lc 10,42]
Estou até agora sempre em Chaville, exceto nas
sextas-feiras e nos sábados. Não sei se essas disposições durarão e se será
mantida esta casa durante o inverno. Eu também procuro me manter nessa renúncia
na vontade que me deixa todo disponível na mão do Senhor. Dessa maneira, Ele me
encontrará todo liberado quando se dignar chamar-me para Si. Sem hesitar nem
tardar, responderei: Adsum, eis-me aqui, Senhor.
Adeus, meu bom e velho amigo. Como é verdadeiro dizer
dos velhos amigos como dos vinhos velhos: esquentam e reanimam.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
P.S. Boas lembranças de amizade ao Sr. Dupaigne e
respeitos à sua família. Fico feliz por você ter essa sociedade amiga e cristã.