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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1701 - 1806 (1872 - 1874)
    • 1759 - à Sra Marquesa de Houdetot
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1759 - à Sra Marquesa de Houdetot

Vida de família. Os deveres de estado antes de tudo. Conversões a obter.

 

Chaville, em 3 de agosto de 1873

 

Senhora Marquesa,

 

Não acho que seja por minha culpa, se minha resposta à sua penúltima carta lhe chegou bem tarde. Uma multidão de circunstâncias se jogaram de permeio, constituindo obstáculo. De qualquer modo, respondo que estava bem longe de mim ficar indiferente a esses fatos que queria bondosamente me comunicar. Tinham em si demasiado interesse para não chamar toda a minha atenção. Abençoei de longe a querida pequena Thérèse, de quem ainda ignorava o nome. Pedi a Deus para lhe fazer uma boa parte neste mundo e para pô-la entre as almas favorecidas por suas preciosas predileções. Os detalhes de nascimento me parecem de feliz augúrio. A divina Providência velava evidentemente sobre ela, e o anjo da guarda a assistia na sua chegada neste mundo. Assim, não é verdade que tudo se passou maravilhosamente? Possa a divina intervenção acompanhá-la também em toda sua caminhada, não terá nada a invejar às criaturas mais favorecidas!

 

Já sabia, no momento em que sua última missiva me falava de sua gravidade, a doença inquietante da Senhora de Saint Maur. A natureza e o caráter do mal não parecem muito prometer uma verdadeira cura. Mas ela é amada, cercada por almas piedosas que obterão para ela, seja uma melhora em seu estado, seja esse repouso bem mais desejável em que os sofrimentos e as penas não podem mais nos atingir. Junto de todo o meu coração minhas instâncias às suas e às da Senhora sua mãe para que Deus, segundo sua sabedoria e sua misericórdia, a console, assim como os seus.

 

Como estou entristecido por não poder ceder a suas tão amáveis instâncias para uma visita a Saint Laurent! Mas como fazer? Fico detido aqui por deveres reais. Interrompê-los sem uma absoluta e evidente necessidade me pareceria agir mal. Se alguma necessidade de ordem maior para a Senhora ou os seus, espiritualmente sobretudo, exigisse essa diligência, não hesitaria, a vontade de Deus pareceria manifesta. Mas, nas condições presentes, haveria somente uma alegria para mim e apenas uma leve e breve consolação para a Senhora, que tem a indulgência de encarar assim as coisas. Permanecer em minhas obrigações de estado, não é o que pede a razão? Estou bem certo de que seu sentimento não será muito diferente do meu.

 

Tomo uma viva parte em suas preocupações sobre o estado de alma de seus caros tios [General d’Hurbal, irmão de seu pai; Sr. de Bailleul, irmão de sua sogra], daquele de Vendôme sobretudo, que vi, que me parece de um espírito tão elevado, tão bem feito para se nutrir com a verdade e os bens reais da vida espiritual. Mas tenho boa confiança de que os fatos que aconteceram durante sua estada junto a ele terão deixado nele uma viva impressão. Ele se aproximará mais vezes de seu pároco, capaz, parece, de compreendê-lo e de combinar com ele. Eis indícios bons e esperanças reais. Rezemos constantemente, ofereçamos alguns pequenos sacrifícios e boas obras, o Coração do Senhor se deixará ganhar. Estarei em tudo isso numa fraca e indigna parte, feliz, Senhora, por lhe testemunhar assim meus sentimentos de profunda simpatia e de bem respeitoso devotamento. Peço também à Senhora sua mãe para aceitar com a Senhora o protesto desses sentimentos e para acolher, sempre em comum, a homenagem de meu inalterável apego em N.S.

 

Seu humilde e devotado servo

 

                                               Le Prevost

 




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