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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1701 - 1806 (1872 - 1874)
    • 1769-à Sra. Marquesa de Houdetot
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1769-à Sra. Marquesa de Houdetot

Conselhos e reconforto à sua benfeitora que se encontra novamente sozinha, após a saída de seus filhos.


Chaville, 13 de dezembro de 1873

 

Senhora Marquesa,

 

Seus caros filhos, neste momento, já a deixaram, sem dúvida, e esta carta vai encontrá-la sozinha em Saint Laurent com sua boa mãe. Entendo bem que essa separação tão rápida, com a qual não devia ter contado, lhe terá sido particularmente penosa, posto que o estado de mal-estar e de cansaço em que se acha o Senhor seu filho nos deixa alguma inquietude. O grande e eficaz remédio para esse novo golpe será, para a Senhora, no recurso ao Pai das misericórdias. Seu Coração terá alívios para sua aflição e saberá também curá-la. Alguma lassidão de saúde, provindo de ardor excessivo pela caça e talvez de outras alegrias que sua condição torna legítimas, não é um mal verdadeiramente inquietador em si, mas uma alma terna e materna põe facilmente as coisas para pior. Deus o permite, sem dúvida, para nos lembrar o quanto nossos bens mais caros são frágeis e o quanto é sábio amá-los nele que, mesmo ao retirá-los de nós, seria poderoso para no-los devolver. Vou, como sempre, unir minhas orações às suas. Reservei particularmente todos os primeiros dias de cada semana, na Santa Missa sobretudo, à Senhora e a tudo o que lhe é caro. Mas, não há dia em que não ofereça a Deus alguma lembrança especial nas mesmas intenções.

 

Pedirei-Lhe para visitá-la em sua solidão, para torná-la não somente suportável, mas doce e cheia de consolação. Não disse ele, falando da alma fiel: “A conduzirei para a solidão e lhe falarei no fundo do coração”. A Senhora responderá, tenho certeza: “Fale, Senhor, sua serva escuta”. Se essa palavra divina chegar ao íntimo de sua alma, a tornará cheia de alegria e de confiança e derramará na Senhora como que uma plenitude de vida. É um ante-gosto do Céu de que gozou mais de uma vez e que um coração piedoso como é o seu não saberia esquecer. As leituras um pouco fortificantes lhe serão também de um grande socorro. Se houvesse alguma pela qual sentisse atrativo, apressar-me-ia certamente, após uma palavra de aviso de sua parte ou da parte da Senhora d’Hurbal, para lhe fazer chegar a obra que me teria sido indicada. Acho, perdoe-me a Senhora ainda esta palavra, que um tipo de pequeno regulamento ou organização das horas do dia lhe tornaria esses tempos de isolamento mais aceitáveis e talvez amáveis. Enfim, e com tudo isso, a saúde de seu caro filho vai se fortalecer. Vai reencontrá-lo em Paris, onde, talvez, chegará menos tarde do que no ano passado. Tenho muito medo de ter pensado em mim, nesse ponto particular, entrevendo que me seria dado fazer-lhe, mais cedo do que tinha esperado, algumas visitas, assim como à sua excelente mãe, tanto é verdade que nos envolvemos em tudo e em todo lugar. Perdoe isso a Senhora ao sincero e afetuoso devotamento de que estou animado por uma e outra das Senhoras.

 

O Sr. de Caulaincourt, atualmente em Paris, veio a Vaugirard, mas sem que eu estivesse. Viu o Sr. de Varax, deixando esperar que tenha a satisfação de vê-lo.

 

Queira aceitar, Senhora Marquesa, os novos protestos do profundo respeito com o qual sou

Seu humilde servo e amigo em N.S.

 

                                               Le Prevost

 




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