1776 - do Sr. Conde de Caulaincourt ao Sr. Le Prevost
Nota
do Sr. Le Prevost ao Sr. de Varax
A
respeito de uma oferenda a destinar às obras da Congregação.
20
de janeiro de 1874
Meu caro e respeitável amigo,
Envelhecemos. Gostaria de lhe propor um projeto que
acrescentaria um cunho à nossa velha amizade.
Acabo de herdar uma certa importância com a qual não
contava e que quereria empregar, em parte, em boas obras. Uma certa parte já
está empenhada, mas quando os negócios estiverem arranjados e que vir claro
neles, gostaria de contribuir de uma maneira um pouco eficaz em seu novo edifício,
por exemplo com 5.000f
ao menos e espero mais. Não é uma promessa, mas uma intenção e uma esperança
sobre a qual, como adiantamento, reclamo suas orações por minha cara prima, que
minha mãe amava muito e da qual mando-lhe a lembrança.
Por outro lado, acho que o momento é plenamente
favorável para se estabelecer em Lille. O Pe. Trousseau conquista ali a
benevolência, está a par das obras. Ele está em relações delicadas com o Sr.
Desclée, em Tournai.
Isso torna o bem difícil e o bom padre ganharia, como ação e
como saúde, em atravessar a fronteira. Todo o mundo ficaria contente: ele,
acho, Tournay e Lille.
Dando-o a nós com dois irmãos, colocará uma pedra de
espera que seria imediatamente utilizada e que o introduziria em um centro de
obras muito importante, onde encontrará recursos e recrutamento. Recomendo essa
solução a toda sua atenção. Isso não exige grandes deslocamentos nem grandes
esforços, e parece-me que o momento é agora. Os grandes pagadores das
obras, Srs. Vrau e Féron, o desejam muito.
Enfim, para
meu orfanato, que tem a grande benevolência do Bispo [de Putanges (Orne)],
estabelecido numa propriedade de 80 hectares, objeto de muitas simpatias e
dirigido por um homem tão dedicado quanto experimentado, tínhamos reclamado um
segundo padre, que deixava de bom grado uma boa paróquia para se sacrificar.
Teria procurado recursos para construir e teria completado o primeiro.
Monsenhor estava bem disposto, mas, ao redor dele apareceram idéias mesquinhas
e estamos na véspera de sermos recusados. Dizem-nos para pegar uma Comunidade.
Chegaremos, sem dúvida, a isso, mas, num período de fundação, quer dizer de
incerteza e de sacrifícios, é preciso do fogo sagrado que todos não têm. Além
disso, diante das populações, a organização atual atrai melhor as simpatias.
Essa recusa pode ferir mortalmente a obra, porque precisaria construir,
constituir uma Sociedade Civil para dar-lhe um caráter geral. Encontramo-nos
num beco sem saída: sem construções, desenvolvimento nulo, simpatias
esfriando. No caso em que ficássemos em situação muito crítica, poderia nos
emprestar momentaneamente dois irmãos sob a direção de nosso excelente diretor?
Não falo de dar a obra aos Irmãos de São Vicente de Paulo, porque isso não
corresponde a seu ponto de vista, acho. Querem cuidar somente das cidades, e,
porém, estou convencido de que nosso diretor se uniria a vocês de bom grado, e
seria uma excelente aquisição. Mas, sem ir tão longe, faço-lhe hoje
simplesmente uma pergunta para os irmãos: isso poderia nos livrar de um grande
embaraço, permitindo-nos aguardar e não tomar precipitadamente um partido que,
mais tarde, lamentaríamos.
Em todos os
casos, ocupemo-nos dos dois primeiros objetos de minha carta.
Queira,
caríssimo padre, aceitar a expressão de meu muito afetuoso devotamento.
Conde de Caulaincourt
Será
preciso acrescentar que lhe ofereço todos os meus votos?
23 de janeiro de [1874]
Informei o
Sr. de Caulaincourt, em resposta à sua carta, de que você estava em Tournay e
que lhe seria assim fácil entreter-se com você.
Todos aqui
vão bem, as orações e os votos de todos estão com você.
Seu
devotado Pai e amigo
Le Prevost