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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1 - 100 (1827 - 1843)
    • 68 - ao Sr. Levassor
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68 - ao Sr. Levassor

O Sr. Le Prevost reconforta seu amigo na provação que atinge sua família. Exortação à esperança. “Deus não apaga a não ser para escrever e não retoma senão para dar ainda mais.” Comunhão dos santos.

 

Paris, 10 de março de 1837

 

            Meu muito querido amigo,

 

            Fico sabendo, por meio de nosso amigo Courbe, que uma grande causa de inquietação e de tristeza é dada à sua família, que uma perda dolorosa o ameaça e que os cuidados e os votos de seus amigos lhe são desejáveis. Quero ser entre os mais diligentes e testemunhar-lhe, sem demora alguma, a viva e terna simpatia que sinto em mim por ocasião dessa nova aflição. Talvez seja ainda apenas um aviso, um apelo enviado pela divina misericórdia para conciliar-se decididamente um coração que, sem isso, definharia ainda muito tempo em sua triste incerteza; você sabe, meu caro amigo, esse meio é habitual ao nosso Pai Celeste. Ele golpeia, e muito forte às vezes. O homem é derrubado e se acha perdido, mas logo que ele grita: piedade! a mão do Senhor o levanta, concede-lhe dias e conduz à perfeição a obra de sua conversão.

 

            Alegro-me em pensar que tal é, neste momento, a provação sofrida pelo seu bom pai, e que a consolação de possuí-lo lhe será deixada ainda; mas se fosse de outro jeito, conservarei, no entanto, viva e firme confiança. O bom Sr. Lecomte prometeu-lhe que seu sacrifício seria bênção para sua casa; era em nome de Deus que falava, Deus não o desmentirá; aconteça o que acontecer, a graça da salvação parece-me adquirida para seu bom pai e, se fosse do agrado do Mestre abreviar os tempos, ouso esperar do seu amor infinito que não haveria prejuízo nenhum para a alma do seu servo. Ele ajuntaria as graças, Ele as derramaria de mãos cheias, e, num instante talvez, faria a obra de muitos anos. Procure, meu caro amigo, colocar profundamente em seu coração essa esperança; além de consolá-lo em todo evento, ela será, se ouso dizê-lo, uma obrigação a mais para o nosso bom Mestre dar-lhe satisfação; Ele não quereria, para destruir essa esperança, dilacerar uma alma tão confiante em sua bondade, Ele far-lhe-á segundo aquilo em que tiver acreditado, e sua fé exercerá violência sobre sua vontade divina. Relembrando em minha memória o que sei de sua família, digo a mim mesmo que não é sem intenções de misericórdia que o Senhor já a atingiu dolorosamente. Seu pobre pai já não chorou dois de seus filhos, que lhe foram tirados, um para o céu, o outro para a casa de Deus? Não está ele também abalado, privado de saúde, de descanso, de alegria há muitos anos? Haverá para isso compensação nas justiças eternas. Deus não apaga senão para escrever e não retira também senão para dar ainda mais. Rezemos, no entanto, assim como você está pedindo, meu caro amigo, rezemos instantemente; nossas orações, apesar de imperfeitas e miseráveis, devem ter peso em sua balança. Felizes de nós se contribuirmos para incliná-la para o lado da misericórdia. Um dia, também isso nos será devolvido; outros, por sua vez, pedirão graça por nós; pois é assim  que tudo se liga e se encadeia na santa comunhão das almas!

 

            Estarei muito solícito em aprender a seqüência da provação em que estão engajados neste momento, você e os que lhe são caros; procure me manter informado sobre isso, se alguma folga lhe sobra; disponha, aliás, de mim para tudo o que acharia dever empreender diante de Deus. Cooperarei, segundo minha fraqueza, com suas orações e suas obras a fim de ser, verdadeiramente, como gosto de dizer isso a mim mesmo

 

            Seu irmão em J.C.

 

                                               Le Prevost

 




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