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Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
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81.1 - a um Confrade de S.V. de P.Relatório sobre a Conferência S. Sulpice.
29 de abril de 1840 Meu caro Confrade,
Tenho a honra de endereçar-lhe as notas anexas que me foram remetidas pelo secretário e pelo tesoureiro da Conferência de S. Sulpice.
Não tenho nada a acrescentar, a situação desta Conferência sendo mais ou menos a mesma neste momento que por ocasião de nossa última assembléia geral.
Sou, com sentimentos bem afetuosos Seu todo devotado Confrade
Le Prevost
(ANEXO que não é da mão do Sr. Le Prevost)
RELATÓRIO SOBRE A CONFERÊNCIA DE S. SULPICE90 7 de abril de 1840 15 de dezembro de 1835 – Sr. Chaurand Presidente
Sr. Le Prevost (idem)
Seção de S. Sulpice de 1836 a 1840
A origem da Conferência de S. Sulpice se confunde com a da Sociedade de São Vicente. Teve uma existência separada, desde que o número dos associados foi bastante considerável para exigir sua divisão em várias seções diferentes. As sessões regulares da seção de S. Sulpice começaram em 15 de dezembro de 1835, sob a presidência do Sr. Chaurand, que foi substituído pelo Sr. Le Prevost, presidente atual da Conferência.
OBRAS DA CONFERÊNCIA – De conformidade com o bem geral da Sociedade, a seção de S. Sulpice se propôs à visita e ao alívio das famílias pobres da paróquia, umas das quais cada um dos membros visita regularmente. Para prestar conta, não somente do estado material, mas também do estado moral e religioso desses pobres, a Conferência costumava, no início, pedir a cada um dos membros um relatório especial e detalhado sobre cada uma dessas famílias. Essa medida, que produziu em primeiro lugar os melhores resultados, teve no entanto de ser abandonada quando o grande número dos membros da Conferência permitiu aumentar consideravelmente o das famílias; foram encarregados então, uma vez por ano, um certo número de membros de fazer uma inspeção de todas as famílias da paróquia e de prestar conta à Conferência, de maneira geral, sobre sua situação. Esta medida nova também não pareceu ser suficiente para dar à Conferência inteira, aos membros, ao presidente e ao secretário, um conhecimento habitual e aprofundado das necessidades dos pobres, e a Conferência decidiu, em 1840, que 10 membros seriam encarregados, de uma maneira permanente, da vigilância sobre uma seção da paróquia para obter, percebidas na ocasião, todas as informações necessárias sobre as famílias visitadas.
A Conferência de S. Sulpice nunca sofreu interrupção completa em suas sessões nem na visita dos pobres. Somente no primeiro ano, a extrema diminuição de seus membros a obrigou a recorrer por algumas semanas à seção de S. Tiago. Durante as férias seguintes, os membros permanecendo em Paris se esforçaram por substituir seus Confrades, redobrando de assiduidade; foram abandonadas, momentaneamente, somente as famílias mais necessitadas.
A Conferência, sem se limitar absolutamente à visita dos pobres, cuidou ativamente de procurar colocações ou trabalho às pessoas da classe operária que lhe foram recomendadas, até o estabelecimento da Comissão da colocação, que trata agora de satisfazer aos pedidos vindos de todas as seções. A Conferência de S. Sulpice, sobretudo desde que foi presidida pelo Sr. Le Prevost, teve sempre sob seu patrocínio direto a Casa dos Órfãos; foi ela que, a primeira, organizou a loteria que acontece anualmente em prol dos jovens aprendizes.
Em seus diferentes trabalhos, a Conferência sempre encontrou um grande socorro na benevolência do Sr. Pároco de S. Sulpice, que vem de vez em quando visitar e presidir suas sessões. PESSOAL – A seção de S. Sulpice sempre foi, mais ou menos, uma das mais numerosas da Sociedade de S. Vicente. Formada por uns quarenta membros no começo de 1836, contava com mais de cem no fim desse ano – cento e cinqüenta ao menos estavam inscritos nos seus registros em 1837, 1838. Mas a formação de várias Conferências vizinhas, que a de S. Sulpice teve que amparar, em seu nascimento, mandando-lhes um certo número de seus membros, diminuiu pouco a pouco seu pessoal; ela está composta, em 1840, de uns cento e vinte membros, entre os quais oitenta ou noventa cuidam ativamente da visita das famílias. O número das famílias visitadas acompanhou as variações do número dos membros; ele é, em 1840, de 210 a 220.
NATUREZA DOS SOCORROS – Os socorros distribuídos às famílias consistem em vales de pão, de sopa, de carne ou de batatas. Socorros extraordinários em dinheiro são concedidos para as necessidades urgentes. O vestuário fornece um número bastante grande de objetos de vestimenta de todos os tipos, aos pobres. Enfim lençóis e cobertores adquiridos pela Conferência são emprestados aos pobres durante suas doenças ou durante os frios do inverno.
RECURSOS – Para prover a todas essas diferentes despesas, a Conferência não tem recurso regular algum: nenhum sermão de caridade, nenhuma loteria particular encheu sua caixa para algum tempo de antemão. Uma só vez, um legado de um de seus membros lhe deu condições para fazer uma distribuição geral de socorro em dinheiro aos pobres mais necessitados. Suas rendas consistem no produto das coletas feitas em cada sessão, ou os dons feitos, de vez em quando, pelo Sr. Pároco ou algumas pessoas estrangeiras.
Ela procurou juntar a isso alguns acessórios como a colocação de bilhetes de subscrições, sejam perpétuas, sejam limitadas à duração do inverno, ou melhor de bilhetes pagáveis em uma só vez, sem compromisso ulterior. A venda dos exemplares da Vie de S. Vincent, sobre a qual cada Conferência tinha um pequeno benefício, lhe forneceu durante um certo tempo um suplemente de rendas. Algumas vezes, recorreu à venda de alguns objetos dados por alguns membros. Mas a regularidade de seus fracos recursos a obriga a viver o dia de hoje, sem preocupar-se com o futuro, sem nem ter a caixa cheia para as necessidades do dia seguinte, ou, antes, a obriga a confiar inteiramente na bondade da Providência, que até agora não lhe faltou.91
RECEITAS E DESPESAS – Cada ano trouxe um aumento no número das receitas e, por conseguinte, permitiu estender as despesas.
A Conferência não se limitou a levar aos pobres um alívio material; as exortações de seu presidente, as do Sr. Pároco de S. Sulpice e de todos os eclesiásticos que, de vez em quando, vieram visitá-la, tiveram por objeto constante gravar no espírito dos jovens a necessidade de exercer uma ação moral sobre os indigentes, de trazê-los de volta à religião através da caridade, - e, ao grande número dos membros da Sociedade de São Vicente, que tinham feito a si mesmo um bem espiritual inefável, trabalhando à salvação da alma como à salvação do corpo dos que lhes são confiados.
SESSÕES – As sessões da seção de S. Sulpice se realizam, desde o dia 13 de dezembro de 1836, em uma sala contígua à própria igreja. As sessões se abrem com uma leitura piedosa que, desde 1838, se faz na “Vie de S. Vincent”: pareceu que em nenhum lugar se encontrarão exemplos mais lindos e mais práticos de caridade que na vida deste grande padroeiro de todas as boas obras, que é também o Padroeiro de nossa Sociedade inteira.92 A distribuição dos socorros em natureza, as proposições e os pedidos de colocações ocupam a maior parte da sessão que termina pela oração, assim como começou.
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90 Esse anexo não é da mão do Sr. LP. 91 O presidente não gosta muito de ver a caixa cheia. “Nunca deixamos amontoar dinheiro nela, nosso costume é tratar só do dia de hoje, não contar com o dia de amanhã. Atribuímos freqüentemente socorros em dinheiro; a miséria é tanta que não se pode socorrer por vales. Mas, na maioria dos casos, a Conferência vota socorros sobre fundos que ainda não possui; a Providência provê.” Assemblées générales de la SSVP.,21 de julho de 1839, f.45. 92 Em uma carta a seu amigo íntimo, François Lallier, F. Ozanam escrevia de Lyon no dia 17 de maio de 1838 a respeito das reuniões da Conferência de Lyon: “...lemos agora, em lugar da Imitação, a Vie de saint Vincent de Paul, para melhor nos penetrar de seus exemplos e de suas tradições. Um santo padroeiro não é, com efeito, uma tabuleta banal para uma Sociedade como um Saint Denys ou um Saint Nicolas para um bar. Nem é um nome honrado sob o qual se possa ter boa aceitação no mundo religioso: é um exemplar que se deve esforçar por realizar, como ele mesmo realizou o exemplar divino de Jesus Cristo. É uma vida que é preciso continuar, um coração com o qual é preciso aquecer seu coração, uma inteligência onde é preciso procurar luzes; é um modelo na terra e um protetor no céu; um duplo culto lhe é devido: de imitação e de invocação.” (carta 175, t.1, p.309). |
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