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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 105 - ao Sr. Pavie
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105 - ao Sr. Pavie

Sua amizade se sustenta pela correspondência. O Sr. Le Prevost tem dificuldade para se deslocar. Notícias de Th. Pavie e de Gavard. Nostalgia dos encontros de outrora.

 

Paris, 28 de outubro de 1843

 

            Caro amigo,

 

            Adrien, que retorna para sua cidade de Angers, aceita de bom  grado encarregar-se destas duas linhas que lhe traço apressadamente, para não perder esta boa ocasião. Você terá, assim, notícias minhas e minha carta solicitará uma resposta sua, que me será muito preciosa, caro amigo. Pois há muito tempo você não me diz nada. Após um tão longo silêncio, parece-me que não se deve interrompê-lo a não ser por um caso importante e espera-se sempre. Peço-lhe, caro Victor, não aguarde de jeito nenhum; as coisas mais simples serão de um alto interesse para mim se o tocarem e me falarem de você e de seus íntimos. Conservei em minha mesa sua última carta, porque  contém os nomes de seus três filhinhos com algumas palavras de detalhe sobre cada um. Quando minha memória falha,  recorro a ela e reencontro a pequena genealogia. Isso me encanta, caro amigo, e me representa estes três pequenos anjos com sua mãe e você; faço disso um quadro delicioso e tomo o cuidado de nele organizar para mim também, num cantinho, algum lugar.

 

            Parece-me que, no fim, virão momentos favoráveis, em que poderei com menos dificuldade dar uma escapadinha e ir vê-lo com um pouco de folga. Até agora, nada de semelhante se apresenta, pois estou tão acorrentado e mesmo minha boa mãe me chama a cada ano, sem que possa acorrer como meu coração quereria. Enquanto isso, você que tem o pé mais lesto, que está com menos embaraços também, venha, caro Victor. Você está sendo esperado, me dizem, para janeiro. Será um lindo começo de ano e alegrar-me-ei muito, neste tempo, em abraçar, em apertar forte e cordialmente um irmão ternamente amado.

 

            Não tornei a ver Théodore desde sua volta; faltam as ocasiões de aproximação  entre nós. Mas, sinto em mim a mesma afeição por ele, sem nada deixar dela, nem ao tempo, nem ao caminho. Conto com ele também e assim conservo o coração em forma. Poderia dizer outro tanto a respeito do nosso bom e sempre bom Gavard. Percebo-o, mais que o vejo. Damo-nos um aperto de mão, a ponto de gritar sob as arcadas de Rivoli. Às vezes chegamos a atravessar juntos as Tuileries, mas os belos passeios de outrora, ocupando horário nobre de longos dias, não voltam mais, apenas sobra uma gostosa lembrança.

 

            Caro amigo, fale-me de tudo isso com um pouco de pesar. Gosto de pensar que você também recorda esses passeios em sua memória e que seus velhos amigos daquela época lhe fazem falta como a nós às vezes.

 

            Faça mil carinhos respeitosos a seu bom pai, afeições bem devotadas à sua querida amiga e algumas carícias aos pequenos. Tudo isso para mim, que ama este querido mundo de todo o meu coração.

 

            Seu irmão e amigo

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. Sem esquecer os Vicentinos.

 




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