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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 114 - ao Sr. Levassor
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114 - ao Sr. Levassor

Falecimento de duas de suas “três velhinhas”. Pede informações sobre as obras sociais lançadas em Chartres por seu amigo. Descrição da Santa Família de S. Sulpice.

 

Paris, 18 de setembro de 1844

 

            Meu querido irmão,

            Queria há muito escrever-lhe para conversar um pouco, consolação que me é dada só muito raramente; e também falar-lhe dos pequenos encaminhamentos, em relação às pobres senhoras,  cujo cuidado sobrou para mim.

            A morte de Dona Dorne e a de Dona Meslin de que você ficou sabendo, só lhe deixa  a pobre Dona Delatre, como único objeto de suas disposições caridosas. Entreguei-lhe, como de costume, o dinheiro necessário para seu último prazo, e apronto-me a entregar-lhe também a importância do prazo que vai vencer. Estive em casa da Senhorita Montvoisin, para dar-lhe os 9f que ela, por sua vez,  tinha a bondade de lhe levar, em seu nome,  a cada trimestre,  mas ela está doente, fora de Paris, e não voltará tão cedo, se todavia sua saúde, que dizem fortemente esgotada, se restabelecer.

            Para não deixar a pobre Dona Delatre sofrer demais, vou dar-lhe eu mesmo essa pequena importância e lha entregarei também para o trimestre que termina com o fim do presente mês. Serão, portanto, caro irmão, 50f que você me ficará devendo, a saber: 16f para cada trimestre de aluguel e 9f para cada trimestre também da retribuição mensal.

            Não posso, você sabe, receber esse dinheiro como antes, na casa do Sr. seu irmão em Rouen; deixo portanto à sua sabedoria a escolha do meio que você achar o melhor para me devolvê-lo.

            Não deixe, caro amigo, de me dar notícias desse bom irmão. Teria sido então por causa da saúde que deixou nossa Normandia? Ele, porém, me tinha parecido com muito boa saúde; responda-me sobre este ponto interessante e recorde-me à lembrança desse piedoso e excelente homem que amo bem sinceramente, e por ele e também por causa de você.

            Ficarei também muito feliz se você me disser algumas palavras sobre as obras cristãs que nosso divino Senhor lhe confiou. O regulamento tão simples e tão bem concebido que você me enviou me deu a melhor idéia de suas reuniões de crianças e tenho a confiança de que, com a perseverança, seus cuidados produzirão frutos bem preciosos.

            Quanto a nós, temos experimentado, em St Sulpice, uma obra que chamamos de Santa Família e que consiste em reunir todos os nossos pobres, homens e mulheres, cada quinze dias, aos domingos, em uma missa que é celebrada para eles e onde recebem instruções especiais. Alguns exercícios, de moldes atraentes, que temos juntado a este fundo essencial conseguiram plenamente ganhar o coração de nossos pobres. Cada dia de reunião é uma festa para eles, e, nas ocasiões solenes, o Pentecostes (que tinha sido precedido, graças aos nossos cuidados, por um retiro particular para eles) e a Assunção, tivemos a alegria de ver quatrocentos dentre eles, cada vez aproximarem-se conosco da Santa Mesa. Essas reuniões realizam-se na capela baixa de S. Francisco Xavier.119

            A Missa se diz ao meio dia e trinta minutos, nossos Senhores fazem um pouco de música na primeira parte; durante o resto do Santo Sacrifício, lêem-se em voz alta as orações da missa no livrinho La journée du chrétien. Sobre esta obra muito simples, fácil de ser aplicada e que, há seis meses, ultrapassa todas as nossas esperanças, lhe darei detalhes mais amplos, para lhe oferecer  condições de  também fazer esta tentativa.

            Adeus, meu querido irmão, recomendo-me às suas piedosas lembranças e lhe peço também alguns mémentos no Santo Sacrifício, sobretudo por minha mulher que, segundo seu costume, nesta época do ano, está atualmente no campo.

            Seu, com ternura em  Jesus e Maria.

                                               Le Prevost

 





119 Trata-se de uma das capelas subterrâneas da igreja de SSulpice.





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