124 - ao Sr. Levassor
Exéquias de Dona
Delatre.
Paris, 11 de julho de 1845
Meu querido irmão,
Os últimos deveres foram prestados cristamente e de modo bem conveniente à sua
pobre Dona Delatre. O isolamento dessa infeliz mulher, aliás, se fez notar
muito, nessa triste circunstância. Aos poucos, quase todas as pessoas que
a tinham conhecido haviam deixado ou este mundo ou Paris. Estiveram, na
missa de seu enterro, somente a cunhada do Sr. Pianet, um bom moço que a
visitava pela Sociedade de São Vicente de Paulo e eu. Depois da missa, tive
que, forçosamente, chegar a meu ministério, o bom moço ficou, portanto,
encarregado de escoltar o cortejo fúnebre. Sozinho e de chapéu na mão,
acompanhou a pé o carro e presidiu a todos os pormenores da cerimônia.
Por seus cuidados uma pequena grade com uma cruz marcará o local onde a pobre
senhora está estabelecida até o último dia; seus filhos e você, caro irmão, que
era mais do que um filho para ela, saberão portanto onde a reencontrar.
Não sei onde está atualmente seu filho; se você sabe onde reside, seria uma boa
ação informá-lo sobre o falecimento de sua mãe. Ela deixou alguns poucos móveis
cujo valor será absorvido pelos gastos, se os que têm direito a eles tardarem
demais para se apresentar.
Aliás, não pudemos obter o reembolso de nenhuma das importâncias adiantadas
para os gastos do enterro etc., que atingiram a soma de 55f.
Se achar bom, caro irmão, tomará sua parte, uma importância equivalente à que
você estava para me mandar, quer dizer 25f. Repartiremos o resto da melhor forma.
Lamentei muito tê-lo visto tão rapidamente, quando de sua última viagem: mal
pudemos trocar algumas palavras de afeição; vamos suprir, caro amigo, a tudo o
que nos faltou, desse lado, orando um pelo outro. Durante a novena que começará
na véspera da festa de São Vicente de Paulo, terei necessidade particular de
suas piedosas lembranças diante de Deus; solicito-as com uma viva instância e
prometo-lhe, de meu lado, não esquecê-lo.
Seu com ternura em J. e M.
Le Prevost