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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 146 - ao Sr. Myionnet
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146 - ao Sr. Myionnet

Ao Sr. Myionnet, inclinado a praticar as virtudes mais severas, o Sr. Le Prevost recomenda em primeiro lugar a caridade e a união fraterna. Desde a sua volta,  pretende seriamente determinar as práticas de comunidade. Que o Sr. Myionnet saiba se fazer substituir nas Obras. O Sr. Le Prevost lhe confia providências e diversos recados.

 

Duclair, 15 de julho de 1846

 

            Meu caríssimo irmão,

 

            Estou bem consolado por saber que sua pequena doença não deixou seqüela alguma. Se tivesse sabido mais cedo que uma indisposição um pouco grave o tivesse atingido, não teria podido deixá-lo sozinho e teria voltado para perto de você.

 

            Somos só dois ainda na nossa pequena Comunidade, caro irmão; temos, portanto, mais obrigações um para com o outro do que se pode ter em outro lugar e não saberíamos privar-nos por muito tempo de nossa assistência recíproca. Você diz, com razão, que devemos reproduzir no meio do mundo as virtudes dais quais o Divino Mestre nos deu o exemplo. Creio que a terna caridade e a união bem fraterna que nos ligará um ao outro não será nem a menos amável, nem a menos edificante destas virtudes; a caridade, ao menos, caro irmão, não será difícil a praticar e será para nós como um encorajamento, espero, para o exercício das outras menos fáceis. Cuide bem de si e, sobretudo, não volte rapidamente demais ao trabalho; você pode poupar-se um pouco, já que nossos amigos o substituem bem no domingo e o substituirão também, se precisar, durante a semana. Essa pequena provação terá tido seu bom lado, ao demonstrar-lhe que uma ausência momentânea de sua parte não poderia trazer um prejuízo real para suas obras, e poderá, oportunamente, renovar-se sem inquietação para você. Acho que, após minha volta, você fará bem indo passar alguns dias de repouso no campo. As mais vigorosas constituições se esgotam, quando o trabalho é contínuo demais e, para o próprio serviço de Deus, é essencial ter algum descanso, sob a condição de procurá-lo ainda nele.

 

            Esperava achar aqui mais tempo para escrever-lhe com folga e entreter-me com você sobre tudo o que nos interessa, mas desde a minha chegada, estive constantemente incomodado. Farei, segundo seu aviso, mas como simples passa-tempo, o levantamento das horas de nosso dia e do uso que poderíamos dar-lhes. Você já tinha feito, com o mesmo objetivo, um pequeno regulamento que estamos seguindo agora; por ser satisfatório. Bastar-nos-ia talvez observá-lo exatamente. Porém, como você mesmo acha, pode ser útil precisar melhor a natureza de alguns dos nossos exercícios. Examinaremos juntos aquilo que pode ser melhor, segundo o Coração de Deus, e agiremos de tal maneira que nos sujeitemos a isso regularmente. Infelizmente, tudo isso, para mim, ficará subordinado à minha pobre saúde, que me reduz muitas vezes à impossibilidade de fazer algo do  que minha vontade pede. No ar puro, no sol, no campo, como me encontro neste momento, meus dias passam sem exagerado sofrimento; mas sinto bem que minhas forças não voltaram e que, em condições de temperatura e lugares menos favoráveis, não devo encontrar muita melhora notável, em relação ao meu estado ordinário. No entanto, o bom Deus pode providenciar de outra forma se lhe aprouver; descansemo-nos, portanto, sobre sua bondade paterna que nos guiará com sabedoria e amor.

 

            Desejaria, caro irmão, que, para tranqüilizar-me inteiramente sobre seu estado, você me escrevesse imediatamente para dizer-me como está e se sua convalescença se procedeu direitinho, como você o esperava. Precisaria, de outro lado, que me fizesse o favor de enviar-me a pensão de meu sobrinho, e, para mim, algum dinheiro, que o prolongamento de minha estada no interior me torna necessário. Deixei, você sabe, em minha escrivaninha, 70f para uma parte do trimestre da pensão de meu sobrinho, que é de 105f; haveria, portanto, 35f a acrescentar. Você teria a bondade, caro amigo, de tirá-los do dinheiro que lhe deve ter sido entregue da parte do meu Ministério pelos meus emolumentos do mês de junho. Para mim, desejaria 65f que, acrescentados aos 105f destinados ao meu sobrinho, elevariam a 170f a importância que lhe pediria para enviar-me quanto antes. Bastaria mandar depositar esta importância em meu nome por Odulphe ou por algum dos nossos Confrades que passasse por esse lado, na casa de Dona Laurent, rua Neuve StEustache, e pegar um recibo que você teria a bondade de me mandar na sua carta; com esse recibo, farei receber os fundos em Rouen na casa da irmã de Dona Laurent. Esqueço o nº de Dona Laurent rua Neuve St Eustache, mas a gente passa, para chegar à sua residência atual, diante de sua antiga casa, rua Montmartre, nº 113; teria-se a bondade de perguntar ali por esse número, se você mesmo  não tem lembrança dele.

 

            Para os impostos, caro amigo, acho que Odulphe deve recusar os papéis dizendo: o Sr. Le Prevost não está em Paris e não tem mais domicílio em Paris; depois de minha volta, se persistirem, pagaremos uma parte da importância pedida e reclamaremos.

 

            Se a senhorita Blanchard, da porta da Estrela, ainda pede o pagamento de sua renda, você teria a bondade de mandar-lhe uma palavra por carta, informando-a de que vou chegar.

 

            Estou bem contrariado por cansá-lo com todos esses pormenores, quando outras conversas seriam mais suaves para nós, mas não posso livrá-lo dessa chateação.

 

            Aguardo de você, caro irmão, uma pronta resposta; depois, estaremos logo reunidos.

            Até lá, acredite-me sempre, nos Corações de J. e M.,

 

            Seu irmão afeiçoado

 

                                               Le Prevost

 

            Lembrança a todos.

 




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