Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
|
|
157 - ao Sr. Henri TaillandierAtividades da Conferência Saint Sulpice. Cooperação com o patronato São João, no bairro do Gros-Caillou, em Paris no 7o. O Sr. Le Prevost cuida do ensino do catecismo a dar às crianças.
Duclair, 4 de setembro de 1846
Meu caríssimo Confrade,
Eis mais uma carta de Duclair; você vai pensar que, estando acostumado a escrever cada manhã em Paris um certo número de epístolas, resolvi conservar este costume aqui, para não estragar demais minha mão. Esse motivo não bastaria para vencer minha indolência e tenho, caro Confrade, melhores causas de inspiração ao entreter-me com você. Queria, antes de tudo, agradecê-lo por ter superado suas resistências e ter assumido, na falta do Sr. Deslandes, a presidência de nossa Conferência. Ninguém mais do que você podia fazê-lo com zelo e inteligência; por isso, não foi uma surpresa para mim ficar sabendo que você tinha tido pleno sucesso. Um de nossos amigos, que teve a bondade de me relatar esse primeiro ensaio de sua administração, me pareceu muito satisfeito com ele e me assegurou que só estava exprimindo o sentimento geral da Conferência. Prossiga, portanto, caro amigo, tomando, com sua parte habitual em nossos trabalhos, esse acréscimo de fadiga e tenha certeza absoluta de que você já adquiriu totalmente a viva simpatia dos nossos amigos.
Se não temesse acabrunhá-lo, lembrar-lhe-ia a promessa que me fez de uma visitinha, domingo de manhã, às crianças de São João, obra tão interessante, dirigida por nosso excelente confrade, o Sr. de Lambel151. Nunca deixamos, cada ano, de substituí-lo no domingo, durante sua ausência, indo fazer uma pequena visita aos seus meninos às 10h. da manhã. Eles estão reunidos nessa hora nos Irmãos do Gros-Caillou, cuja casa fica junto à igreja de São Pedro. Dirige-se aos pequenos de São João uma curta exortação de vinte minutos sobre o assunto que se pensa dever escolher: vida de santo, festa, missa, moral, oração, evangelho, tudo é bom, fica-se inteiramente livre. Você julgará logo que esta obra seria muito conforme às suas disposições particulares, já que, fazendo o bem a esses meninos, você teria assim um exercício muito proveitoso para si próprio. Faz-se também algumas perguntas aos meninos, como se julga conveniente; querendo, canta-se um cântico com eles e com um bom e muito bom irmão que toma conta deles, e assim se chega ao final.
Esse pequeno passeio ao Gros-Caillou parecia a mim um amável emprego da manhã do domingo e eu voltava de lá sempre contente. Se você não puder ir lá cada domingo, e isso parece, com efeito, impossível por causa da Santa Família, procure achar algum confrade que o substitua e visite estes meninos, alternando com você. Devemos, por mil razões, prestar um vivo interesse à obra de São João, particularmente por causa de nosso querido Confrade, o Sr. de Lambel, que mostra para nós e para nossas obras uma dedicação e uma caridade que não saberíamos nunca reconhecer o bastante. Recomendo portanto, caro amigo, esta lembrança a sua inteira atenção.
Evito a todo o custo ocupar-me à distância com a próxima reunião da Santa Família; você tem, melhor do que eu, o hábito de cuidar de tudo: a Santa Missa, o orador, o leitor, a música, etc... Você terá também de cuidar com antecedência da loteria; creio que o Sr. Maignen, que está ausente de Paris neste momento, fazendo um retiro de alguns dias, não estará de volta para desempenhar, segundo o costume, esse pequeno papel; vai precisar pensar nisso; escrever-lhe-ei para pedir-lhe informações a esse respeito. O Sr. padre Vernois tinha manifestado o desejo de fazer uma visita à nossa boa gente e de lhes dirigir algumas palavras, numa de nossas próximas reuniões. Seria talvez o momento de pensar nisso; você falaria com o Pe. Milleriot que, provavelmente, renunciaria a fazer a instrução religiosa; se quisesse prestar-se a contar a vida de algum santo ou alguns fatos edificantes, seria perfeito.
Penso com tristeza que o desenho que estávamos preparando para o título de honra de nossa Santa Família não vai para frente. Antes de minha saída, tinha tirado toda dificuldade; o Sr. Lafon consentia que a Santa Família de seu quadro servisse para encher o medalhão do meio; desejava somente entender-se com o Sr. Belliard (rua de Sèvres, 2), que deve litografar de graça esse exemplar, sendo que o Sr. Belliard se tinha comprometido a pôr mãos à obra no dia 1o de setembro e a trabalhar sem interrupção durante oito dias, tempo que consente dar a essa boa obra. Mais tarde, outras ocupações virão pôr obstáculo à sua boa vontade; portanto, é essencial não descuidar desse pequeno negócio; precisaria rever o Sr. Lafon e determiná-lo a entregar ao Sr. Belliard o desenho em daguerreótipo que fez admiravelmente o Sr. Choisetat; só que ele prometerá ver o Sr. Belliard e não fará nada disso, e as coisas irão se arrastando; aí está a única dificuldade, supere-a, caro amigo, forçando um pouco a vontade do Sr. Lafon que, segundo seu próprio testemunho, tem necessidade, em geral, de ser um pouco empurrado. A pedra está com o Sr. Bion júnior. Suponho que você recebeu uma dúzia de estátuas; procure vender bastante para que, na minha volta, possamos pagar o modelador.
As cartas que você me manda pelo Ministério demoram sempre um pouco para chegar aqui; peça ao Sr. Laurençot para recomendá-las nesse aspecto ao Sr. Carré, ao levá-las para ele.
Minha saúde está sempre débil, um pouco menos em certos dias, mas com recaídas incessantes que não deixam ver em mim nada de estável.
Adeus, meu caríssimo Confrade, faça sempre por mim, eu o suplico, algumas dessas boas e suaves preces que você sabe fazer e que o bom Deus acolhe, tenho certeza, bem paternalmente. Abrace por mim todos esses queridos Confrades que abraçarei eu mesmo tão fortemente na minha volta e assegure-os de minha terna lembrança. Ofereço também por seu intermédio meus respeitosos sentimentos à sua cara família.
Seu afeiçoado irmão e amigo
Le Prevost
|
151 O visconde de Lambel, membro da Conferência São Sulpício, e amigo do Sr. LP., tinha organizado com Armand de Melun, na paróquia St Jean du Gros-Caillou, o primeiro patronato de aprendizes externos, cuja direção confiará aos Irmãos de São Vicente de Paulo, no dia 1o de maio de 1863. |
Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License |