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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 256.2 - a Napoleão III
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256.2 - a Napoleão III190 

À procura de benfeitores para seu Orfanato, o Sr. Le Prevost dirige uma súplica ao Imperador. (Ela não terá o êxito pretendido, cf. Carta 257.1, março 1854).

 

[fim de 1853]

            Senhor,

 

            O suplicante abaixo-assinado tem a honra de expor à Sua Majestade que, vivamente tocado pelo estado de sofrimento e de abandono em que se encontram as crianças da classe operária ou indigente, quando ficam privadas de seu pai ou de sua mãe, abriu há três anos, de acordo com alguns amigos consagrados inteiramente, como ele, às obras de caridade, uma casa para a educação de jovens meninos órfãos, rua de l’Arbalète 39 bis.

 

            O estudo, que o expoente pôde fazer há vários anos das necessidades dos pobres, o convenceu de que convém em geral deixar seus filhos seguir sob seus olhos as escolas públicas e colocá-los mais tarde com uma certa direção nas oficinas, para aprender uma profissão. Mas essa caminhada, natural e sábia nos casos ordinários, torna-se impraticável, quando o laço da família é quebrado pela morte do pai ou da mãe. O operário, uma vez viúvo, abandona em casa seus filhos, que ele não pode vigiar. A mulher, privada de seu marido, é obrigada a trabalhar fora. Em um e outro caso, é necessário que a caridade intervenha e recolha as crianças, sob pena de vê-las cair na desordem e na vadiagem.

 

            No entanto, Senhor, um só estabelecimento existia até esses últimos tempos no departamento do Sena para os jovens meninos pobres; além disso, não era reservado aos únicos órfãos e achava-se, conseqüentemente, lotado.

 

            Foi para satisfazer uma necessidade tão urgente e, infelizmente, tão comum que foi formada, sob o patrocínio de Monsenhor o Arcebispo de Paris, a Casa dos Órfãos de São Vicente de Paulo.

 

            Ela recebeu, há três anos, 120 meninos, entre os quais 75 ainda se acham no estabelecimento, e os outros, após sua educação terminada, foram colocados em aprendizagem. Além disso, 500 outros foram apresentados, com todas as condições necessárias para serem admitidos, os quais deveriam ter encontrado lugar, se o estabelecimento, fundado com recursos por demais módicos, estivesse em condições de acolhê-los.

 

            Essa experiência, não deixando mais dúvida sobre a utilidade da instituição, e parecendo ter chegado o momento de assegurar-lhe uma situação definitiva, que será suficiente para as necessidades atuais e permitirá mais tarde alguns desenvolvimentos, o abaixo-assinado acreditou dever adquirir, em Vaugirard, uma propriedade vasta e bem situada, mas onde quase tudo está para fazer no tocante à adaptação e à instalação.

 

            Nesse instante tão decisivo para o futuro da obra, os que a fundaram ousaram esperar, Senhor, que sua Majestade se dignaria  assisti-los com seu generoso apoio, para prover os encargos de uma aquisição que, acrescida às despesas de adaptação, ultrapassa 100 000f, e dar, assim, uma consistência assegurada a um estabelecimento verdadeiramente necessário às classes operárias e indigentes.

 

            Eles solicitam de Sua Munificência Imperial um socorro de 3000f, a título de encorajamento para as despesas de instalação, e a fundação de algumas meias-bolsas, ao preço de 3000f, que estariam à disposição de Sua Majestade para as crianças pobres que Ela quisesse favorecer.

 

            Graças a esse apoio oportuno, a obra definitivamente fundada prosseguiria seus desenvolvimentos e testemunharia com tantas outras das paternais solicitudes de Sua Majestade, em favor das classes pobres e sofredoras. Graças a essa marca de Sua Munificência Imperial, nossos órfãos seriam garantidos contra privações e incômodos duros demais, e a obra seguiria sua caminhada sem obstáculos.

 





190 É preciso achar fundos para o Orfanato, que, tudo calculado, custará 115,000f. O Sr. LP. recorrerá não somente ao Imperador, mas também ao Ministro do Interior e ao prefeito de Paris, o barão Haussmann.





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