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Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
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258 - ao Sr. CailleInquietações a respeito dos patronatos de Paris que a Sociedade de São Vicente de Paulo parece disposta a fechar, por falta de pessoal dirigente. Os órfãos do Sr. Le Prevost. Ele procura homens para salvar esses patronatos. Ele impõe sacrifícios à sua Comunidade. Apelo ao Sr. Caille.
Vaugirard, 13 de abril de 1854
Caro bom amigo e filho em N.S.
Fiz o seu recado para o pagamento do aluguel do Sr. Dupetit e lhe prestarei conta desse pequeno negócio remetendo-lhe, numa próxima ocasião, o bilhete que tínhamos para retirar; pode, portanto, ficar tranqüilo quanto a isso.
Não teria sido, talvez, tão exato em responder à sua última carta, porque, de ambos os lados, estamos bastante ocupados para que nossa correspondência não tenha sempre a atividade que quereria nossa afeição recíproca. Mas quero recomendar às suas orações e à sua atenção caridosa o patronato de Paris que me parece neste momento seriamente ameaçado.
Há bastante tempo, queixas levantavam-se nas Conferências em relação às casas de patronato. Censuravam-lhes, salvo alguma exceção, produzirem poucos frutos morais e religiosos, custar muito caro e impor às Conferências o peso de uma loteria anual que onerava consideravelmente o orçamento. Mas a maior queixa era que a generalidade dessas casas, hoje, acho, no número de 10, estavam dirigidas por homens assalariados, sem força de inteligência e de coração, não suficientemente dedicados para dar à Sociedade sólidas garantias e a segurança de que ela necessita numa obra dessa importância. Essas queixas tornaram-se mais vivas, mais repetidas há alguns meses e os Irmãos das Escolas, tendo, nestes últimos tempos, tentado em um ou dois pontos de Paris uma espécie de patronato sobre seus antigos alunos, os insatisfeitos aproveitaram disso para pedir que as Conferências renunciassem ao patronato e o abandonassem aos Irmãos que poderiam, dizem eles, se consagrar a isso com mais constância e perseverança.
A isso, respostas firmes hão de ser feitas: é que esse patronato dos Irmãos, mal nascido, parece ainda muito vacilante, que reduzido a duas ou três horas no período da manhã, ele parece pouco próprio a exercer uma grande influência sobre as crianças, que ele não se aplica, de forma alguma, à colocação das crianças e a seu acompanhamento nas oficinas, que, enfim, ele não atingiria, em todo o caso, senão um número bastante restrito de crianças e deixaria para fora multidões de aprendizes educados por outros mestres que não sejam os Irmãos, ou não sejam submetidos à sua ação. A supressão do patronato da Sociedade de São Vicente de Paulo nos pareceria, portanto, uma verdadeira infelicidade para a caridade, para o amparo e a defesa das pobres crianças jogadas aos milhares nas oficinas, sem contrapeso às más influências que sofrem ali. Esperamos, portanto, ainda que o bom Mestre, que vela sobre estas pobres crianças, não permitirá que sejam abandonadas. Porém, as ameaças são prementes e a tempestade parece difícil de se desviar. Uma assembléia geral dos Presidentes das Conferências, levando em consideração as queixas e reclamações levantadas contra o patronato, nomeou uma comissão para examiná-las e submeter suas proposições. Essa comissão se pronunciou para a supressão de 8 casas de patronato, e para a manutenção somente das duas que são confiadas à nossa pequena Comunidade. O Sr. Baudon, a quem o Sr. Maignen esteve fazendo reclamações da minha parte a esse respeito, respondeu, como já tinha feito a mim mesmo, que somente nós poderíamos ter salvo o patronato ou ao menos algumas de suas casas ( o que seria bem essencial neste momento para não perder a posição que tinha essa obra no mundo caritativo por sua loteria e seus outros recursos), que teria sido necessário nossa pequena Comunidade poder doar alguns membros para dirigir essas casas.
Estou em condições de devolver o Sr. Myionnet ao patronato, talvez até de aplicar nisso um outro irmão igualmente firme e dedicado; mas essa medida, se a tomo para dois elementos sobretudo, vai diminuir bastante nossa casa central dos órfãos; teria, portanto, grande necessidade de algum reforço enviado providencialmente. Você não veria, caro amigo, nesse tipo de pequeno noviciado de homens dedicados que o bom Mestre agrupou ao seu redor, algum elemento generoso que, tocado pelo perigo que corre a obra tão interessante do patronato, se sentiria inspirado de dar o passo decisivo e vir a nós para nos prestar ajuda neste momento difícil?
Examine isso diante de Deus, fale nisso a seus amigos, reze sobretudo muito conosco e talvez o Senhor for atender os nossos votos.
Adeus, caríssimo amigo e filho em N.S.; respondendo-me, não deixe de dar-me notícias de suas queridas irmã e sobrinha, você não me falou delas em sua última carta. Todos os nossos irmãos o asseguram de sua terna afeição, e eu o abraço por todos nos Corações sagrados de J. e de M.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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