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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 278 - ao Sr. Caille
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278 - ao Sr. Caille

O Sr. Le Prevost concorda em adquirir uma casa. Disposições a tomar para o envio de dois irmãos a Amiens. O Sr. Caille será o superior da pequena comunidade.

 

Vaugirard, 6 de outubro de 1854

 

Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Concordo plenamente com você e acho inteiramente satisfatórias as explicações que me dá a respeito de sua aquisição. O que fez era o que as circunstâncias permitiam de melhor e podemos esperar que tudo foi resolvido segundo a vontade de Deus. Continuemos a nos abandonar a Ele, que nos inspirará o que teremos de fazer para Lhe tornar nossas obras constantemente agradáveis.

 

Seguirei seu desejo para a designação dos irmãos que deverão partilhar seus trabalhos em  Amiens e, após o retiro, manter-se-ão prontos a ir perto de você, logo que sentir a necessidade. A esse respeito, veio-me um pensamento que acho dever comunicar-lhe, deixando-o inteiramente livre de não adotá-lo, se não achar útil segui-lo. Parece-me que a introdução dos irmãos em Amiens, embora preparada há muito tempo por seus cuidados benevolentes, sempre será um tipo de acontecimento que será julgado e acolhido de diversas maneiras. Ao meu agrado, quanto menos se fizesse com aparato, mais despercebido passaria e mais chance teria de êxito. Esses estranhos que chegarão aí para se instalar em suas obras, sem missão bem estabelecida, sem hábito para se fazer respeitar, serão, para muitos, objeto de curiosidade e de desconfiança antes do que de afeição e de simpatia. Acho, portanto, que, para se fazerem aceitar, deveriam se tornar bem humildes, bem pequenos e entrar, por assim dizer, incógnito. Assim, em vez de enviá-los juntos com um irmão antigo, que iria os instalar com uma espécie de solenidade, eu proporia lhe  encaminhar em primeiro lugar somente o irmão Vince, sem acompanhante. Iria para guardar a casa e ajudá-lo nas suas pequenas arrumações interiores. Sua chegada não faria sensação alguma e, como ele é muito sociável e atencioso com todos, como saberia certamente se tornar útil, se acostumariam depressa a ele. No seu isolamento, não faria sombra a ninguém e pareceria, de verdade, o que esperamos dele, com efeito: um agente dedicado, um guardião fiel para as obras, não uma força, um poder que vem afirmar-se e tomar um papel de direção em suas obras. Após um pouco de tempo, quando se tivessem acostumado a vê-lo, lhe tivessem arranjado seu lugar, mandaria vir um secundo para ajudá-lo e partilhar seus trabalhos, o que passaria então sem dificuldade. À primeira vista, a coisa se apresenta a mim, desse modo, bem mais praticável e bem mais segura. No entanto, se você, que conhece melhor as pessoas e pode julgar melhor a situação, acha que minhas desconfianças são tímidas demais, que se pode proceder mais corajosamente e que vale mais apresentar de uma vez nossos dois sujeitos, como irmãos de São Vicente de Paulo, enviados pela casa de Paris para ajudarem as obras de Amiens, confio em você e conformar-me-ei a seu parecer. Peço-lhe, somente, para refletir nisso um pouco diante de Deus e pedir suas luzes antes de tomar sua determinação.

Há outro ponto que parece plenamente indicado de antemão e do qual pareceria supérfluo cuidar, mas que acho oportuno, porém, determinar bem nitidamente. Embora suas ocupações ainda não lhe permitam fundir inteiramente sua vida com a dos irmãos que vão se juntar a você e que lhe seja possível, sem dúvida, assistir a suas atividades somente de modo bem irregular, acho que será necessário que você seja o Chefe e Superior constituído da pequena comunidade. Na sua ausência, o irmão Vince o substituirá, mas na sua presença, ele será somente seu assistente. É absolutamente necessário que as coisas sejam assim nitidamente colocadas. De outra forma, haveria mal-estar, embaraço na situação, e a comunidade assim como as obras sofreriam. Você entenderá isso facilmente, caro amigo, e acho que concordará plenamente  comigo a este respeito.

 

Você não tem que recear que essa arrumação lhe seja um embaraço na posição que está obrigado a guardar ainda por um ano nos negócios. Os detalhes de sua vida pessoal não dizem respeito a ninguém e podem ficar ignorados de todos. Você saberá, portanto, conciliar temporariamente a parte do Senhor e a deste mundo, até o dia bem-aventurado em que, rompidos todos os laços terrestres, estará integralmente ao serviço do Senhor, não mais somente de coração como hoje, mas em todos os momentos e atos de sua vida.

 

Adeus, caríssimo amigo e filho em N.S., assegure todos os nossos amigos de nossas cordiais afeições. Ainda não sei o dia preciso em que começará nosso retiro. Farei prevenir nosso caro Sr. Giraud. Peça-lhe para trazer a pequena calça que tinha mostrado como modelo ao irmão Maignen e que se esqueceu de lhe deixar. Ficarei bem contente por ver se conviria, como pensamos, para nossas crianças. Vamos aguardar, daqui a poucos dias, nosso bom amigo, Sr. Tourniquet, que nos anunciou sua chegada do dia 12 ao dia 15 deste mês. Junto uma pequena carta aqui, em resposta à que me escreveu.

 

Assegure nosso jovem amigo Crestel de minha afeição bem verdadeira. Dou plena aprovação à arrumação que propõe, aguardando o momento de seu serviço militar e, depois, o verei com alegria aqui para continuar seu noviciado. Diga também algumas palavras bem amigáveis a nosso caro Ernest Vasseur. Sua cartinha me agradou muito; que persevere, será um verdadeiro servo de Deus, como seu irmão com quem estamos sempre contentes. Você não me falou do jovem Mainville, que parece bem decidido a se juntar a nós; o bem que me disseram dele me faz desejar vivamente que sua vocação se confirme.

 

Eu não acabaria se quisesse mencionar todas as almas excelentes de quem o Senhor o cercou. Encarrego-o por todos, pelo Sr. Dupetit em particular, de minhas sinceras afeições e abraço-o, caro amigo, nos Corações sagrados de Jesus e de Maria.

 

Seu amigo e Pai

                                               Le Prevost

 

P.S. O irmão Vince, que se consola de deixar seus irmãos, já que o reencontrará para acolhê-lo, lhe oferece, de modo bem particular, seu respeitoso apego.

 




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