Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText
Jean-Léon Le Prevost
Cartas

IntraText CT - Texto

  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 309 - ao Sr. Vince
Precedente - Sucessivo

Clicar aqui para ver os links de concordâncias

309 - ao Sr. Vince

A consolação que seria uma viagem a Paris pode ser adiada. A saúde do Sr. Le Prevost dá sinais de inquietude. Mortificação da vontade na obediência ao Superior. Dom Sibour em visita em Vaugirard.

 

Vaugirard, 29 de junho de 1855

 

            Caro bom amigo e filho em N.S.,

 

            Sua boa pequena carta me alegrou plenamente o coração; queria escrever-lhe todos os dias, temia não tê-lo deixado plenamente em paz, após minha saída e não tê-lo tranqüilizado bastante no tocante às poucas e pequenas aflições que se encontram em sua vida de cada dia. Estava chateado comigo, por não ter sabido encontrar palavras bastante ternas, para banir toda inquietação de sua alma e fazer-lhe entender como eu mesmo estava tranqüilo. Vejo com alegria que você tomou as coisas como eu as apresentava e que, graças ao Senhor, você está nas melhores disposições.

 

            Estou sofrendo um pouco, há alguns dias, e uma dor de ouvido bastante forte me faz subir de tal modo o sangue à cabeça, que escrevo-lhe quase sem enxergar. Todavia, prefiro enviar-lhe estas linhas hoje, embora curtas, a adiar ainda, por medo de um mais longo atraso. Querem me purgar amanhã, o que não vai de jeito nenhum com minha constituição: pode ser que isso me mantenha todo abalado durante alguns dias.

 

            Não desaprovo sua viagem projetada pelo irmão Caille. Você sabe, caro filho, o quanto você é amado aqui; no entanto, como sei muito bem que você é bastante forte para caminhar sem essa consolação, o convidaria a vir agora somente se você antevê que não lhe será possível tomar parte em nosso retiro de outubro. Então, os poucos dias que você passaria aqui presentemente teriam uma finalidade espiritual; mas, para mim, só substituiriam  imperfeitamente os efeitos de um verdadeiro retiro feito com a comunidade. Veja, portanto, caro amigo, o que seria  melhor. De outra forma, essa viagem pareceria talvez, aos que o rodeiam em Amiens um mimo exagerado de nosso bom irmão Caille e uma pequena falta de coragem de sua parte.

     Nosso bom irmão Lantiez não pôde ir fazer seu retiro em Amiens; teve medo das visitas que seria forçado a fazer e a receber e que teriam atrapalhado sua paz de retirante; ficará para alguma outra ocasião.

 

            Vejo com alegria, caro bom amigo, você orientando seus esforços para a direção certa. Sim, caro filho, mortifique sua vontade corajosamente: grandes graças de Deus são ligadas para você a esse sacrifício; as resistências que sente são uma tentação, é preciso vencê-las; não procure ter mais prudência e vistas sábias do que nosso bom irmão Caille; conduziu bem, a bom término até agora obras pesadas, difíceis, o Senhor abençoou constantemente seus trabalhos. Tenha portanto confiança no Senhor, que está com ele e que o sustenta visivelmente. Mesmo se não tivesse todas as qualidades tão preciosas de que está dotado em experiência, caridade, paz constante, retidão de visão, você deveria ainda inclinar sua vontade e seu juízo aos seus, porque o Senhor assim o determinou e que Ele faz bem todas as coisas com sabedoria e amor. Repito, caro amigo, estou todo feliz por vê-lo abundar nesse sentido: é evidentemente por um movimento interior do Espírito Santo; você será bem fiel a isso e o Senhor o recompensará.

 

            Certamente, você terá suas duas lâmpadas, vou dá-las de todo o coração. Quanto às estátuas, você pensou bem no aumento notável que o preço sofrerá pelo empacotamento e o transporte? Tenho medo de não achar a nota exata de todas as pequenas estátuas que você pedia; será bom você me mandá-la de novo, me empenharei o mais possível para enviá-las.

 

            Fique tranqüilo, caro filho, não senti necessidade alguma de comer na minha viagem, suas pequenas provisões, então, não me fizeram falta.

 

            Tinha resolvido pôr uma pequena carta aqui para o bom Sr. Giraud, para me desculpar por não tê-lo visitado como queria; mas eu já estava passando mal ao deixar Paris e não estava muito forte durante minha estada em Amiens: só fiz a metade do que queria fazer. Diga isso ao nosso bom amigo, até que eu mesmo lhe diga em algumas linhas; assegure seus bons jovens amigos de minhas lembranças bem afetuosas, e os Srs. Mangot, Cacheleux e Decaix, etc. de meu sincero e profundo respeito.

 

            Caro pequeno Firmin, queria escrever-lhe uma carta particular, é para o próximo correio; estou exausto, tendo a cabeça cheia de cataplasmas e o espírito não muito lúcido. Assegure meu caro irmão Mainville de minha terna afeição. É nosso último filho, há bem naturalmente um pouco de predileção por ele; todos os nossos irmãos ficaram sabendo com alegria de sua admissão na Comunidade.

 

            Adeus, caríssimos amigos, sobra-me o vigor suficiente para apertá-los ternamente contra meu coração: reúno-os ali com delícias em união com os Corações Sagrados de Jesus e de Maria.

            Seu afeiçoado Pai e amigo em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- Devíamos ter Monsenhor de Tripoli218 para a confirmação de nossas crianças, Monsenhor o Arcebispo de Paris nos fez a agradável surpresa de vir em pessoa; quis ver toda a casa, inclusive a cozinha, nos fez uma pequena exortação na sala de Comunidade, onde quis ver nossos irmãos reunidos; enfim, nada podia igualar sua bondade que podemos dizer toda paterna; glória a Deus que dispõe assim os corações.

 





218 Monsenhor Léon Sibour, primo do arcebispo de Paris.





Precedente - Sucessivo

Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText

Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC
IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License