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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 327 - ao Sr. Myionnet
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327 - ao Sr. Myionnet

Dívidas a pagar. Fazer pagar as pensões atrasadas dos órfãos. Não se deixar esmagar pelos cuidados: Deus está conosco. O Sr. Le Prevost inquieta-se com a  saúde de seus irmãos.

 

Le Vernet, 2 de dezembro de 1855

 

            Caríssimo amigo e filho em  N.S.,

 

            Você me fala de tantos negócios juntos, que terei muita pena em responder a todos, e sobretudo que me será bem difícil acrescentar ainda alguns pormenores de afeição para nossos irmãos e nossos amigos, mas, em todo o caso, vou começar e farei para hoje o que puder, abreviando aliás e sendo sucinto, o mais possível.

 

            Para os 5.000f da Sra. Tarbé, vou escrever a seu agente de negócios para pedir que haja adiamento até minha volta, que suponho até agora dever realizar-se. Mas isso só nos dará um prazo de alguns meses, será preciso aproveitá-lo para procurar outros meios. Pagaram os juros desses 5.000f? Você tem, no meu pequeno livro, as épocas de pagamento; procure fazer esses pagamentos na hora exata. Temos também, para o mês de julho próximo, que prever o pagamento dos 5.000f restantes devidos ao Sr. Bellebille; os juros são pagos até o mês de abril próximo.

 

            Para o Sr. Laroze, você terá que pagar imediatamente os 4.000f fora do ato, mas, para outros pagamentos, fazem-se, de costume, somente no fim de 4 meses, por causa da desobrigação das hipotecas; convém pensar que o Sr. Paillé estará de volta para esse momento; ele, aliás, só deve receber seus 6.000f no mês de abril próximo. Acho que será bom não propalar essa aquisição, muita gente adotaria o parecer do Sr. Lambert. Você não esquecerá que, para as inscrições romanas dadas pelo Sr. Houdart (cujo endereço você tem, rua Bonaparte, 82), você conserva a obrigação de pagar-lhe a renda para o semestre, cujo vencimento cai neste mês e para o ano que vem, quer dizer em junho e em dezembro 1856.

 

            Será bom, por outro lado, não dispor dos 1.100f devidos à minha irmã, pois ela acaba de me escrever que adquiriu definitivamente sua casa. Portanto, vai lhe escrever logo, sem dúvida, para pedir-lhe de volta esse dinheiro. Procure receber logo (em casa de Rothschild) o semestre que vai vencer dessas duas inscrições; corta-se somente o pedacinho que se refere ao semestre vencido, cuidando para não cortar dois em lugar de um.

 

            Acho que você pode muito bem, nas circunstâncias tão rudes em que estamos, aplicar para com os pais e protetores das crianças as poucas medidas que você indica. Faça-o somente com mansidão e delicadeza; pouco a pouco se tomará o uso e isso será uma vantagem real obtida; o Sr. Roussel poderia ver o Sr. padre Dupré, protetor do pequeno Baccon, o qual tinha um atrasado de 5 ou 6 meses no momento em  que os Amigos da Infância se encarregaram definitivamente dessa criança. A irmã Grand deve um mês para Brugier. São devidos 12f pela irmã protetora de Ambruster por sua roupa de primeira comunhão.

 

            A Senhorita Boucher deve de novo 110f  para seu irmão,  etc, etc.

 

            Acho que não podemos recusar ao Sr. Caille, que nos é tão devotado, a ajuda do Sr. Mainville; seria, aliás, imolar o irmão Marcaire, que fica com um fardo pesadíssimo e um isolamento absoluto. Precisaria dizer ao irmão Mainville que  será logo chamado de volta, espera-se, e que isso é um auxílio temporário que ele vai dar em Amiens; talvez o Sr. Caille possa mandar-nos algum outro irmão, ou a Providência virá ao nosso auxílio  para Vaugirard. Ela velará também sobre os irmãos que estão em Amiens tão pouco amparados. Estamos em suas mãos. Ela não nos abandonará.

 

            Para o Sr. Mullois, o Sr. Maignen não tem outra incumbência a não ser vê-lo, incitá-lo instantemente e entregar-lhe uma nota como lembrança. Se o irmão Maignen pedisse ao Sr. Mullois para Nazareth, você deveria agir de seu lado em favor de nossos órfãos junto ao Sr. Bray, protetor de Mélier. Monsenhor o Bispo, esmoler-mor do Imperador, é, acho, tio do Sr. Bray.

 

            Para o pedido ao Ministro do Interior, que os Srs. Maignen e Hello o façam em nome deles, como representantes da obra de Nazareth, particularmente para o alojamento dos pobres, e que o façam apoiar da melhor forma possível; não vejo outra saída a seguir.

 

            Você faria bem, de seu lado, com o Sr. Lantiez, dirigindo também  um pedido ao Interior. É o momento de apresentá-lo; o Sr. Cochin o apoiaria, espero, como faz habitualmente, assim como o Sr. Prefeito de Vaugirard.

 

            Aconselho ao nosso irmão Maignen, em todos os seus relacionamentos com nossos Confrades relativamente a Nazareth, agir vivamente, mas sem ares de solicitude e de desânimo. As pessoas são pouco dispostas, a não ser por uma virtude e uma caridade bem raras, a tomar a peito negócios que lhes são apresentados como estando em situação deplorável. Os nossos, aliás, são graves, mas não ficam abandonados à nossa fraqueza: Deus está conosco, nunca esqueçamos disso. Com esta segurança, o que importa o peso dos encargos? Ele os suportará por nós, pagará por nós; então, tenhamos confiança, chegaremos a um final feliz; qui seminant in lacrimis, in exultatione metent222 [os que semeiam entre lágrimas, colherão na alegria]. Vou esforçar-me por escrever mais uma pequena folha para nossos irmãos.

            Nosso padre Beaussier me escreve que acha o irmão Hello cansado, que as vivas cores de suas faces parecem-lhe um sinal da fraqueza de seu peito. Insiste vivamente para que ele se poupe e pede, em particular, que abstenha-se de seu jejum costumeiro da sexta-feira; sou totalmente do mesmo parecer, convido você a entender-se a esse respeito com nosso querido padre Hello; digo-lhe uma palavra a esse respeito em minha pequena carta anexa, avisando-o de que, sem dúvida, você lhe pedirá esse sacrifício. Nosso padre Beaussier e eu temos sacrifícios bem mais duros a aceitar.

 

            Veja que nossos bons padres tenham roupas quentes; cada um tem em sua pequena bolsa uma reserva suficiente para essa providência.

 

                                               [Le Prevost]

 

            Vou escrever diretamente em relação à renda do Sr. Proust paga pelo Sr. de Flers; informe-o, se o encontrar, e não cuide disso de outra forma.

 





222 Salmo 125,5.





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