Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
|
|
331 - ao Sr. CaillePerigo da atividade natural. Critérios de admissão das crianças: o bem moral e espiritual que será realmente possível realizar. O Sr. Le Prevost confiou ao Sr. Myionnet a direção dos negócios da Comunidade. Abertura do Sr. Halluin para entrar no Instituto.
Vernet-les-Bains, 11 de dezembro de 1855
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Você achou alguns instantes, apesar da carga tão pesada de suas ocupações, para enviar-me no meu retiro, poderia dizer meu exílio, boas e afetuosas palavras que seu coração tão devotado lhe inspirou, para trazer todo o alívio possível às provações que apraz ao divino Mestre me mandar.
Juntou a este ato de doce caridade outro testemunho de sua terna atenção: um vale postal, cuja importância deve contribuir às despesas de minha doença. Esquece assim suas próprias necessidades, caríssimo amigo, para preocupar-se somente com as nossas. Entrega-se generosamente ao Senhor, esperando que Ele fará seus negócios, enquanto você faz com tanto zelo os dele. Possa Ele, caríssimo amigo, responder como o fez até agora, ao seu filial abandono e devolver-lhe, por mim, todo o bem que suas ternas inspirações me trazem, como consolação e socorros eficazes. Pedir-lhe-ei isso com todo o fervor de que sou capaz e tenho a esperança de que Ele se dignará ouvir meus desejos. Você não terá, então, nada a desejar para sua querida obra de Amiens e, a todas as graças que o Senhor já nos fez, Ele acrescentará ainda um pouco de crescimento para a pequena Comunidade: algumas almas dedicadas para partilhar seus trabalhos, e estes apoios espirituais que você gostaria de encontrar nos exercícios regulares da vida em comum. Estes bens tardarão um pouco talvez, a fim de que você sinta melhor seu preço e os peça com mais instância, mas não lhe serão recusados. O bom Pai os concederá à sua perseverança e à sua dedicação.
Escrevi a meu irmão Myionnet que meu parecer era de que devíamos dar-lhe o irmão Mainville. Não sei se terá conseguido fazê-lo; além de que esse jovem irmão sente uma necessidade imensa de formar-se na casa central, nossos irmãos de Vaugirard se acham extremamente embaraçados para o serviço da casa e nem sei, para falar a verdade, como estão conseguindo cuidar disso neste momento. Acredite bem, meu bom amigo, que nosso irmão Myionnet fará tudo para o melhor, ele tem a largueza de coração que convém a um Superior, possui uma igual afeição para todas as partes da nossa obra e acompanhará atentamente suas necessidades com um constante interesse. Entreguei-lhe a inteira direção de nossos negócios e o fiz com uma total segurança, conhecendo há muito tempo sua abnegação e seu amor esclarecido pelo bem. O Senhor o assistirá e guiará com ele o pequeno barco de nossa obra. Estou feliz por saber que meu irmão Marcaire vai bem e mantém-se em todas as suas boas disposições, apesar das dificuldades de sua tarefa e a falta de ambiente religioso, mas Deus proporciona sempre seus auxílios às necessidades; que confie nEle, que invoque fielmente a Santa Virgem à qual dedicou-se totalmente, e sentirá suas forças centuplicar-se e o poder de Deus juntar-se-á à sua própria fraqueza. Quando você me escrever, que meu irmão Marcaire acrescente algumas palavras à sua carta; há muito tempo não me diz nada. Abrace-o por mim, assim como o nosso querido Sr. Allard, que considero como um dos nossos, embora sua entrada definitiva entre nós esteja um pouco adiada. Recomendo-me às suas orações e às desses bons irmãos, e às também de suas crianças que já tiveram a caridade de lembrar-se de mim, coisa pela qual lhes sou muito grato. O Senhor atenderá certamente seus pedidos, se não para minha cura, que parece bem incerta, ao menos para minha edificação, para meu amparo espiritual, nos dias talvez difíceis que me restam a atravessar. Sem estar num estado desesperado, há alguns dias estou menos em forma. Estamos no momento mais desfavorável da estação e os doentes sentem mais particularmente sua influência. Seja o que for o que aprouver ao Soberano Senhor decidir, espero que, com sua graça, serei resignado e ternamente submisso; quereria fazer mais, ir ao encontro do sofrimento e dos langores e desejá-los como fizeram tantos santos, mas minha fraqueza fica por baixo e não chega até lá.
Penso como você que estará agindo sabiamente deixando de admitir tão cedo um número maior de crianças, tanto em razão das despesas quanto pela boa conduta e composição de sua obra. Insisto também muito para que você seja bem severo nas admissões, examinando bem se as crianças que aceita não poderiam passar sem sua casa e não estariam quase tão bem em outro lugar como em sua casa, pois sua presença lhe ocasiona sacrifícios e penas consideráveis. É preciso que isso responda a um bem moral e espiritual notável. De outra maneira, a própria base da obra estaria defeituosa. Assim, recolher na sua casa crianças às quais o patronato bastaria e sobre as quais você não teria muito mais ação, tendo-as no interior, como se ficassem fora, isso seria, a meu ver, um sacrifício sem quase nenhum resultado. Enfim, convido você a procurar o mais possível tornar a estadia em sua casa verdadeiramente útil às crianças, esforçando-se para que encontrem alguma instrução, sobretudo religiosa, os bons conselhos e, por parte de seus colegas, os bons exemplos que exercerão sobre elas verdadeira e séria influência. Nosso regulamento indica que nossas obras, em geral, devem tender a um bem espiritual. Devemos então voltar particularmente nossos esforços para esse lado e ver se nossos meios são bem calculados para atingir esse fim. Eis, meu bom amigo, algumas observações gerais sem aplicação direta àquilo que você está fazendo, pois acredito sinceramente que é neste espírito que você trabalha. Mas precisamos voltar a isso de vez em quando pelo pensamento, para ficarmos firmes no nosso caminho.
Agradeço-lhe pela comunicação que me fez da carta do Sr. padre Halluin. Tudo me deixa esperar que, com a retidão de visões que o anima, o entendimento será bem fácil entre nós; procuramos, de ambas as partes, somente a glória de Deus e a salvação de nossos irmãos, dos pequenos, dos pobres, dos que são mais abandonados. Em tal terreno, o orgulho e o espírito próprio não têm seu lugar e não saberiam impedir as almas de se unirem. Tenhamos então boa confiança e, na hora que o Senhor tiver marcado, veremos se consumar esta feliz associação.
Adeus, caríssimo amigo, meu irmão Paillé e eu, vamos algumas vezes, pelo pensamento, fazer nossa adoração na pequena capela de Amiens; venha, também, por sua vez, com o irmão Marcaire, visitar os pobres exilados e com eles rezar; há horas de sofrimento e de abatimento em que eles precisam desta doce consolação.
Seu devotado amigo e Pai em Jesus e Maria.
Le Prevost
Respeito aos Srs. Mangot e Cacheleux.
12 de dezembro. Encontro-me sofrendo menos hoje: o tempo estava lindo, pudemos dar um passeio.
|
Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText |
Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License |