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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 334 - ao Sr. Maignen
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334 - ao Sr. Maignen

O Sr. Le Prevost aceita que o Sr. Maignen lhe envie livros para se distrair, mas reserva o essencial de seu tempo para a oração. Informações para a organização de um sermão de caridade e para solicitar benfeitoras.

 

Vernet-les-Bains, 16 de dezembro de 1855

2o Domingo do Advento

 

            Caríssimo filho em N.S.,

 

            Queria responder ontem à sua carta, mas o irmão Myionnet  ocupou todo o meu tempo226, não pude reservar parte dele para você. Não quero dizer que, na realidade, todas as minhas horas vagas tenham sido usadas para lhe escrever, mas porque, após minhas refeições e nas horas do dia em que sinto-me mais cansado, abstenho-me de escrever. Fiquem tranqüilos então sobre esse ponto, você e todos os nossos irmãos; fora dos casos de emergência, não escrevo de modo a cansar-me e minhas correspondências com vocês são o meu mais doce descanso.

 

            Deixarei ainda ao irmão Paillé hoje o cuidado de dar-lhe, em seu pequeno diário que ele vai continuar estes dias, os pormenores que podem lhe interessar, sobre o emprego de nossos dias. São, no que me diz respeito, muito monótonos nestes últimos tempos, e sua idéia  de me procurar alguma distração era bem inspirada por esses pressentimentos que seu coração de filho amoroso e dedicado sempre teve para comigo. Aceito sua proposta, de mandar-me alguns livros, se a franquia pelo correio é pouco dispendiosa, o que será preciso dizer-me após sua primeira remessa, para que eu julgue se é razoável fazer-me uma segunda. Desejaria a Vie de dom Barthélemy des Martyrs, obra excelente que falta em nossa biblioteca e que se poderia comprar se for barata; nosso amigo, Sr. Berthuot, lhe dirá isso. (Por essa ocasião,  você o assegurará de nossas afetuosas lembranças). Se você não pensou em colocar Les légandes intimes, de que você me fala, numa cesta de vinho que o irmão Myionnet deve ter-me expedido estes dias, poderia acrescentá-lo ao primeiro que lhe pedi em cima. Verei com você, depois desta primeira remessa, o que poderíamos achar ainda. Posso consagrar alguns momentos do dia a um pouco de leitura de diversão, sobretudo nos dias frios em que não posso absolutamente sair, mas não quereria dar a isso muito espaço no emprego de minhas horas. Creio que o Senhor me manda para o retiro com várias finalidades e, em particular, para me reencontrar mais habitualmente com Ele. Acharia então que procurar demais ocupar meu espírito fora dele não é corresponder a seus desígnios; portanto, um pouco de distração honesta e escolhida, mas não demais e tomada com discernimento.

            Você sabe,  caríssimo filho, com que fácil atrativo me entrego a conversar com você, e como essa consolação me seria doce; mas você me fala de diversos negócios sobre os quais espera algumas palavras de resposta. Começo  por aí; se sobrar um pouco de tempo, terei ainda um pouco de expansão com você.

 

            O Sr. de Lambel me escreve que volta a Paris nos últimos dias de dezembro e que ali estará totalmente à sua disposição; não seria melhor esperar a volta dele para as visitas às Sras. De Monsaulmin e de la Bourdonnaie? Ele o acompanharia e o apresentaria a elas. Para as Sras. De Brissac e de la Chatre, Dona de Gontaut (prima delas), a pedido dela, o anunciaria e o recomendaria. Isso não passa de um adiamento de oito dias; se, porém, por causa do pouco tempo que sobra, você prefere ir sozinho,  escreva-me logo. Escreva-me também se quer esperar o Sr. de Lambel, porque lhe mandarei uma pequena carta para recomendar-lhe ainda o negócio. Se você coloca seu sermão na Madelena uma quinta-feira de janeiro, o que é bem próximo, escolha ao menos no fim  de janeiro, pois, daqui até lá, achar angariadoras, e que realizem em seguida sua tarefa, é muito para tão pouco tempo. Você viu Dona Récamier? Se a apertar um pouco, você obterá, ela é muito boa para nós; o Sr. Massé poderia, acho, ajudá-lo.

 

            Para o sermão dos órfãos, você viu o Sr. e a Sra. de Monchy?

 

     A senhorita Gauthier pode também procurar talvez alguma pedidora.

 

            Siga bem a irmã São Francisco e a irmã Emelie (acho), tia do pequeno Coulbeaux; veja suas pedidoras quando puder.

 

            Dona Restou é muito poderosa, obtém tudo através de São José.  Dona Bingham e suas duas filhas (Sra. d’Espreménil e X...); Dona Cauchy, 12 rua Tournon, que me dava todos os anos ajuda, conselho e aberturas de todos os tipos. Ela me tinha colocado em relação com a senhorita Lefebvre-Durufflé, 8 ou 10 rua Férou, que não tivera sucesso no ano passado, mas que está cheia de boa vontade e que tem grandes relações. Ela me prometera não negligenciar nada este ano. Dona Chomel, cais Voltaire, protetora de uma de nossas crianças; talvez Dona de Gontaut, que fica muito impressionada com minha doença e organiza neste momento uma novena em meu favor; vendo-a com o Sr. de Lambel, você a decidiria, ela não sabe recusar nada. Enfim, as Sras. De Vatry e Hainguertot, através do Sr. de Girardin.

 

            Eis que o dia declina, não terei tempo para conversar com você sobre os negócios de Nazareth hoje. Vou mandar-lhe estas poucas linhas para você ter paciência, já que quer na hora uma carta minha, e amanhã, lhe dirigirei mais algumas linhas. O Sr. Boutron consentiu em escrever ao Sr.. de Montaud, ou ele pensa que mais vale esperar até o mês de janeiro para não pedir ao nosso generoso amigo dois auxílios para um mesmo ano?

 

            Adeus por hoje, caro filho; devo fazer um pouco de exercício espiritual antes do almoço que vai logo chegar. Às 7 horas, as cartas partem; adeus, portanto; continuo ainda apegado à vida quando penso que poderia revê-lo, você meu filho primogênito, e todos esses bem-amados amigos que o cercam e cuja terna afeição me toca tão profundamente. Mas deixemos agir o Senhor tão bom,  tão sábio, tão cheio de ternas misericórdias. Não tenha atenções exageradas, caro filho, nem a seu respeito, nem sobre seus trabalhos, jogue tudo isto no seu Coração e tenha confiança: nunca Ele o abandonou; você sentirá sua graça crescer com suas necessidades e também com seus anos, pois, como no Céu o veremos sempre, sempre mais, na terra ele já se mostra também sempre, sempre mais perto de nós. Abraço-o ternamente em Jesus e Maria.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

            N.B. --- As cartas jogadas a tempo no correio em Paris chegam a nós aqui um dia mais cedo que as cujo envio é feito de Vaugirard.

 

 





226 Essa carta que o Sr. LP. escreveu na véspera, dia 15 de dezembro, ao Sr. Myionnet, e que ocupou bem seu dia, não foi encontrada.





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