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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 344 - ao Sr. Maignen
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344 - ao Sr. Maignen

Os negócios preocupantes de que lhe fala o Sr. Maignen não lhe permitem escrever-lhe como ele (o Sr. Le Prevost) gostaria. Providências a efetuar para a vida da obra.

 

Vernet-les-Bains, 21 de janeiro de 1856

 

            Caríssimo filho em N.S.,

            Lamento muito que minhas cartas o tenham, de certo modo, entristecido, em vez de consolá-lo e de encorajá-lo, como meu coração queria fazê-lo. Estou convencido de que, relendo-as e refletindo um pouco sobre as circunstâncias nas quais foram escritas, você mudará plenamente de sentimento. Você me escrevia de costume às pressas para negócios urgentes, com pedido para responder pelo primeiro correio. Esses negócios pesados, preocupantes, se jogavam em primeiro lugar em meu espírito quando havia de responder-lhe, e era só quase pelo fim, uma vez descarregado do fardo que faziam pesar sobre mim, que eu encontrava algumas palavras de ternura e um pouco de efusão. Mas essas palavras, se você as tivesse pesado um pouco, falavam bastante para satisfazer sua afeição. Há algumas que foram escritas com lágrimas nos olhos; fique tranqüilo, caro filho, amo-o ternamente. O sério de nossa vida, as dificuldades de nossa situação podem muitas vezes dar um pouco de austeridade aos meus relacionamentos com você, mas o coração não perde nada. Quase todas as minhas preocupações aqui, minhas orações mais costumeiras, minhas providências para fora só foram para você. Há apenas alguns dias, na hora, talvez, em que você me escrevia as linhas um pouco exageradamente inquietas de sua carta, confessava ao nosso irmão Paillé, numa conversa íntima, que, se, apesar das obrigações da vida comum, me restasse algum sentimento de preferência por um de meus filhos, era para você. Tenho certeza, caro filho, que você deplora um pouco esta explicação e que a julga comprida demais, mas, se o tranqüiliza para o presente e para o futuro, não me arrependerei por tê-la dado.

 

            Mando-lhe as cartas que você me pediu; precisará pô-las em envelope; aquela em cujo papel se encontra um cachorrinho é para a Sra. de la Bourdonnaie.

 

            Não posso responder a todos os pontos de sua carta hoje, o farei amanhã. Mas, mais uma vez, caro filho, quando lhe escrevo para meus negócios, não se surpreenda que eu seja conciso, breve até. Correspondências tão cumpridas são muitas vezes difíceis, algumas vezes impossíveis para mim; estou longe de ser forte, você viu em que estado de enfraquecimento estava outrora em São João de Deus, onde você me visitava tão fielmente. Estou mais fraco ainda hoje, pois sou mais velho, e meu peito, que então estava intato, é agora um velho instrumento gasto e sem dúvida irreparável. Mas não quero demorar para dizer-lhe que você vai contra minha vontade ao velar tão tardiamente como você fez para me escrever; acredito que Deus não pede isso, ele fará o que não estiver feito e que ficará fora do limite de nossos meios e de nossas forças.

 

            Reconheço, porém, que, para sua grande loteria com Dona de Vatry, é preciso de prontidão, um negócio de tanta proporção não se completa sem vários meses e o inverno avança. Mas, mesmo assim, não abuse de suas forças: Deus fará, repito, o que não tivermos conseguido fazer. Acho que será sábio ser bem discreto sobre esse negócio, até que seja autorizado e bem montado; faço-lhe, caro filho, esta recomendação sem ter  tempo de explicar-lhe as razões; isso não o impedirá, tenho certeza, de levá-la em conta.

            O Sr. padre Taillandier me tinha escrito que o Comitê das Obras ia conceder um auxílio para Nazareth; você não me fala mais disso; diga alguma coisa sobre isso ao Sr. de Lambel, etc. e dê impulso ao assunto,  se for o caso.

 

            Parece-me que o Sr. Decaux, melhor do que ninguém, poderia convidar o Sr. Baudon a fazer algum donativo para Nazareth; será que o projeto de enterro do pai dele não lhe forneceu alguma ocasião? Acho que o projeto das conselheiras a 20f é bom, mas não deixará de exigir muitas providências por causa do número que precisaria reunir, mas uma vez adquiridas essas adesões, fariam um círculo de proteção para a obra.

 

            É tanto mais desejável (para a casa de Vaugirard, misturo um pouco demais todos esses negócios) que o negócio da loteria se decida que é urgente, se ela não acontecer, promover o sermão. Acho que a Sra. de Gontaut estará bem disposta para uma coisa ou para outra. Sempre nos apoiou muito até agora; não se deveria perder, este ano, sua colaboração.

 

            Adeus, caro filho, o resto fica para amanhã, se eu puder. Abraço-o ternamente em Jesus e Maria.

            Seu velho amigo e Pai

 

                                                           Le Prevost

 

            Abrace todos os nossos irmãos, não canse demais meu bom padre Hello.

 




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