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Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
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347 - ao Sr. MaignenO Sr. Le Prevost fica triste por não poder ajudar seu jovem irmão. Aviso sobre a obra de Nazareth. Papel do Sr. Maignen junto aos Confrades. Recomendação de bem ordenar suas atividades.
Vernet-les-Bains, 5 de fevereiro de 1856
Caríssimo filho e amigo em N.S.,
Aguardava para lhe responder a segunda parte de sua carta (sem data) que você me anunciava para o dia seguinte; mas, já que ela não chega, vou tratar dos poucos pontos de que você fala nesta primeira remessa. Tive uma impressão um pouco penosa; pareceu-me que essa carta levava o sinal da precipitação e o indício do cansaço que lhe causam as ocupações multiplicadas em demasia, que você tem a obrigação de enfrentar de uma vez. Gemi diante de Deus por vê-lo carregado de um fardo tão pesado para seus jovens ombros, e lamentei muito vivamente não poder ajudá-lo mais eficazmente; mas o Senhor sabe em que incapacidade estou. Espero que Ele veja também suas necessidades e que Ele não lhe recusará seu apoio. Quanto a crer que você esteja cessando voluntariamente, como diz, caro filho, de merecer essa indispensável ajuda, não fazendo bom uso dos instantes tão curtos da estação de caridade, dissipando sua atenção e suas forças em conversas vazias, não posso acreditar Seria faltar à sua posição, comprometer nossas obras e nossa querida Comunidade. Tenho certeza de que a gravidade desse pensamento o ampara e que o medo sobretudo de servir mal ao divino Senhor lhe é um contínuo estimulante. Você teria medo também, caríssimo amigo, de me afligir profundamente demais e de entristecer para mim o pensamento da volta. Então, não insisto, caro filho, sobre essa parte de sua carta, seria-me penoso demais pensar que ela contém outra coisa que não seja o escrúpulo de uma alma dedicada, que sempre teme não fazer o suficiente.
A vista dos aumentos sempre crescendo das despesas de Nazareth me apertou também um pouco o coração, mas como você, me levantei pela esperança das bondades do Senhor; Ele aumenta nossos encargos, para que nossa confiança nele cresça e lhe dê um mérito também mais extenso. Cuidemos somente, caro filho, de corresponder por todos os nossos esforços aos desígnios do divino Mestre; Ele fará sua parte, mas com a condição de fazermos a nossa, na fé, na oração, na cooperação fiel de nossa vigilância e de nossa dedicação.
Parece-me, quanto à comissão de revisão das contas proposta pelo Sr. Leblanc, que seria preciso tentar impedir uma solução desvantajosa para nós, sem, porém, quebrar abertamente com o arquiteto. O Sr. Leblanc não poderia ler ao Sr. Cabaret minha carta e ver o que ele pensa de minha proposta? Ainda que a rejeitasse, seria sempre uma comunicação e um aviso. Você poderia também pedir, em meu nome, ao Sr. Lequeux para fazer-lhe todas as recomendações possíveis, assegurando nosso Confrade de que não somente eu, mas todos os que acompanharam um pouco de perto o assunto, acharam o Sr. Cabaret muito mole para apoiar nossos interesses e não bastante cuidadoso para prevenir os aumentos de despesa. Essas medidas bastariam talvez, sem prejuízo da contra-verificação dos acertos feitos pelo Sr. Cabaret. Temos que recear também a não-aceitação dos acertos pelos empreiteiros e processos tão dispendiosos quanto penosos a seguir. Veja com nosso bom Confrade, o Sr. Leblanc, se é possível tomar esse meio termo, e aja com ele da melhor forma.
Parece-me, caro filho, que você perdeu de vista o conteúdo de minhas últimas cartas, pois eu prevenia precisamente a proposta que você me faz, de designar uma comissão que tratasse de regulamentar tudo o que diz respeito à casa dos idosos. Ela poderia cuidar também dos interesses da Santa Família e da Caixa dos aluguéis; já existe para tanto um núcleo formado: os Srs. Guillemin, de Monchy, Boutron, Leblanc, de Verneuil, Desains, etc. (não sei se, para o que diz respeito aos idosos, se poderia fazer intervir os Srs. de Lambel, de Kergorlay, etc., seria a examinar, conforme as circunstâncias o permitissem; isso parece pouco fácil a ajustar). Acho que você tem que cuidar particular e oficialmente com o Sr. Hello somente do patronato, do qual você é titular. Quanto ao resto, é útil que você intervenha, mas, na medida do possível, oficiosamente, esforçando-se para que nossos Confrades tomem a defesa de suas obras e cuidem de sustentá-las. Não sei se poderemos mais tarde dar-lhes um irmão que os ajude, atualmente não é praticável, mas se fosse, esse irmão deveria ser somente o agente e não o diretor dessas obras. Provisoriamente, o Sr. Boutron cuida da Caixa dos aluguéis. Já há muito tempo, me contentava em acompanhar do olhar sua direção; o Sr. Leblanc dirige a Santa Família; que ele tenha a bondade de falar muitas vezes sobre isso com o Sr. Guillemin. Não poderia também ele reunir, de vez em quando, os que o ajudam nessa obra para trocar idéias sobre os meios de sustentá-la e ampliá-la? Quanto aos recursos da Santa Família, o fundo principal consiste sobretudo nas alocações anuais das quatro Conferências: Saint Sulpice, les Carmes, Stanislas e Saint Germain des Prés. Elas dão de costume esse auxílio na época de seu sermão. Nosso querido Confrade, Sr. Leblanc, poderia acompanhar essas cobranças em tempo útil. Para tudo isso, lembre, aconselhe suavemente, exorte, mas, na medida do possível, não assuma mais cargos do que lhe é possível carregar; quanto mais nossos Confrades tomarem parte nas obras, melhor será; elas são feitas para sua santificação tanto e mais que para o bem que elas podem produzir além disso.
Parece-me que, se uma Comissão se organizasse bem para a administração e a conduta da casa dos idosos, os ajudaria a criar recursos e, bem informada da situação, tomaria sobre si decidir se todos os quartos devem ou não ser cedidos gratuitamente. Parece-me que, reservando ao menos um andar para as pessoas que gostariam de hospedar pobres ali às suas custas, não se tiraria da obra nada do seu caráter caritativo e se aliviaria um pouco o peso das Conferências. Você abandonou, então, o pensamento de ceder alguns quartos a cada uma das Santas Famílias da margem esquerda, você não me fala mais nisso?
Os recursos da casa de Nazareth consistiam em algumas subscrições, coletas das reuniões, coleta em Nosso Senhora das Vitórias e uma outra coleta anual concedida regularmente pelo Sr. Pároco de Saint Sulpice. O sermão formal que se deve fazer na Madalena não permitiria um segundo sermão em Saint Sulpice, mas não impediria de jeito nenhum uma coleta num domingo um pouco escolhido. A coleta fazia-se o dia todo, isso dava 500f. O Sr. Boutron, com a irmã Louise e com o consentimento do Sr. Pároco, achava as encarregadas da coleta que são quase todas designadas para essas coletas por seu turno. Veja com o Sr. Boutron se não se pode, como de costume, gozar desse privilégio. O Sr. Pároco, na sua entrada na paróquia, me havia dado uma palavra formal, seria bem lamentável perder-lhe o benefício. Dessa forma, se completaria, como fizemos até agora todos os anos, os 2.000f que custavam os aluguéis de Nazareth.
Parece-me, portanto, em resumo, que, para fazer andar direitinho as obras que, independentemente do patronato, são ligadas à casa de Nazareth, seria preciso que nossos Confrades formassem duas Comissões, uma para a administração e conduta da casa dos idosos, a outra para a Santa Família com a Caixa, a Biblioteca, etc. Você e nosso bom padre Hello poderiam, cada um por sua vez, assistir às reuniões dessas comissões e ajudá-las oficiosa e caridosamente, tanto quanto pudessem; assim é que as coisas se apresentam a mim.
Não sinto pesar pela extensão destas cartas que, no entanto, me cansam um pouco às vezes. Mas parece-me, caro filho, que você as lê às pressas e não tira talvez grande proveito delas, para ajudar a si mesmo. Não estranho, compreendo como a multiplicidade de suas providências lhe deixa pouco tempo para combinar seus movimentos. Recomendo-lhe, todavia, fazer tudo o que puder para bem dirigir e ordenar sua atividade: você a tornará mais eficaz e menos cansativa.
Você não me fala do sermão de Nazareth, isso me inquieta um pouco, o tempo nos alcança e esse recurso é bem importante para nós. Dona de la Bourdonnaie me escreveu uma carta bem boa, mas só promete sua esmola pessoal.
Quando a loteria da casa de Vaugirard estiver bem segura, (e o tempo nos alcança também por ali; 3 meses para uma loteria considerável, são bem pouco)poder-se-ia fazer passar para Nazareth algumas das encarregadas de coleta que eram esperadas para os órfãos. A Sra. Restou não conseguiu nada da Sra. Demadre e de outros lados? Você vai achar, caro filho, que sou bem impaciente; bem sei, por mim mesmo, que as coisas vão mais rápido pelo pensamento do que pela ação. Não quero, portanto incitá-lo além de suas forças; resumo somente com você a multidão de nossas obrigações, para que, juntos, supliquemos bem ardentemente a Deus e à Santa Virgem para nos assistirem.
Adeus, caríssimo filho, estou ainda bem fraco e bem pouco seguro do futuro; receio secundá-lo bem menos do que meu coração o quereria quando estiver de volta; tome, portanto, no coração do divino Senhor muitas potências de zelo, de firmeza e de santo ardor, a fim de suprir em bom filho a tudo o que seu Pai velho e débil não puder fazer. Abraço-o bem paternalmente, quer dizer com muita ternura.
Seu amigo e Pai Le Prevost
Quando suas cartas contêm mais de duas folhas, coloque dois selos; fui obrigado a pagar 40 centavos por sua última carta; as franquias insuficientes são consideradas como nulas. As subscrições iniciadas na casa do Sr. de Lambel vão bem, mas se esse negócio não for um pouco alimentado e acompanhado pelo Sr. de Lambel ou algum outro que tome a coisa a peito, produzirá pouco efeito. Aproveite todas as ocasiões para dar-me notícias do irmão Vince; não me dão notícias dele suficientes vezes.
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