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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 367 - ao Sr. Carment
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367 - ao Sr. Carment  

Exortação à devoção interior. Observações sobre penitências pouco discretas, usadas após o retiro. Desde sua volta, o Sr. Le Prevost espera levá-lo consigo para Amiens.

 

Hyères, 24 de abril de 1856

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Você me mandou uma carta linda e longa, e faço-lhe uma bem pequena resposta. É que, para escrever-lhe uma longa carta, seria preciso escolher os momentos, esperar muitos dias talvez, ao passo que um pequeno bilhete não muito extenso se encaixa em algum breve intervalo e encontra facilmente seu lugar. Prefiro portanto mandar-lhe algumas linhas somente, em vez de correr o risco de não lhe mandar nenhuma ou de fazê-lo esperar  bem mais que eu desejaria.

 

            Estou feliz, caro filho, pelos bons sentimentos que o divino Mestre lhe inspira, pela cordial aplicação que você deu a seu retiro, pelas resoluções generosas que tomou e pelos laços de filial apego que o ligam ao serviço todo particular de sua tão amada Mãe, a Santa Virgem Maria. Gostaria, todavia, que esses laços fossem mais interiores e espirituais do que exteriores e materiais. Será que essa corrente de ferro com suas pontas agudas é, de fato, uma representação verdadeira do terno e amoroso devotamento que nos une à mais doce, à mais misericordiosa das Mães? Parece-me que nosso Padroeiro São Francisco de Sales, apesar de muito amigo da mortificação, não teria aconselhado aquela em honra da Mãe amável, clemente e também muito prudente. Não acredito, com efeito, caríssimo amigo, que esse meio seja prudente para você. Ele seria excessivo para todos, dia e noite, com trabalhos como os seus; principalmente para você, com um temperamento nervoso, irascível,  como é o seu, essa penitência me parece excessiva, ou melhor, totalmente intolerável. Deus permitiu que, momentaneamente, após o retiro, e como testemunho de seus bons desejos de conversão, você tenha sido capaz de suportar por alguns dias essa mortificação, mas eu acreditaria faltar de prudência e de verdadeiro cuidado para com sua santificação como para com sua saúde, se eu o autorizasse a usar desse meio de forma tão imoderada. Duas ou três horas por semana, em espírito de obediência e de generoso desejo de ser todo de Deus por Maria, será suficiente, caro filho; é a isso que você deve limitar-se. Para tranqüilizar seu espírito, faça uma pequena visita ao nosso santo padre Beaussier, fale com ele sobre esse assunto, você o encontrará do meu parecer, garanto-lhe isso de antemão.           Gostaria de conversar um pouco intimamente com você sobre os bons frutos de seu retiro e sobre as observações que me comunica para tornar esse exercício ainda mais salutar, mas isso  seria longo demais e minha folha seria insuficiente. Na minha volta, terei recuperado bastante as forças para falar nisso de viva voz com você, e não deixarei de fazê-lo. Desejo sinceramente, como você, que possa ter um dia de descanso cada semana para retemperar-se um pouco. Vou ter uma palavrinha sobre isso com nosso irmão Myionnet que fará, com você, tudo o que puder para chegar a esse objetivo.

            Faço o propósito, no fim de maio, logo depois de minha volta, de ir a Amiens. Você será, se quiser, meu companheiro de estrada. Parece-me que será para você um certo apoio o fato de eu estar com você. Se você achar essa época afastada demais, pode pedir 4 ou 6 dias ao nosso irmão Myionnet e combinar com ele o momento dessa viagem. Veja, caro filho, qual das duas decisões parece a melhor. Digo 4 ou 6 dias, porque acho que  poderiam ser o suficiente, mas, se  não achar que possa esperar por mim, você resolverá esse ponto, como todos os outros, com o Sr. Myionnet. Você poderia escrever, tanto num sentido como noutro, de um modo positivo a seus pais. Não acabaria agora, meu caríssimo filho, se acreditasse na minha terna afeição que me faz achar breves os instantes que passo a conversar com você, mas tenho muitas escrituras a fazer. Limito-me então a essas poucas palavras que termino pedindo ao Senhor para dar-lhe, por Maria, a abundância de suas graças e de suas bênçãos.

 

            Abraço-o bem afetuosamente.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

            Escreverei logo à Senhorita Payen. Desculpe-me junto a ela. Ofereça-lhe meu respeito. Lembrança à mãe Georges. Abrace por mim meu padre Louis [Boursier].

 

 




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