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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 390.2 - ao Sr. padre Timon-David
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390.2 - ao Sr. padre Timon-David 

Timon-David escreveu suas reações após sua estada em Paris, início de julho. Seu projeto de união é adiado. A decepção é recíproca. O Sr. Le Prevost apresenta suas desculpas por não ter escondido seu desapontamento.

 

Vaugirard, 27 de julho de 1856

 

            Caro Senhor padre,

 

            Agradeço-lhe pela sua boa carta. Explica bem seus sentimentos e só pode aumentar ainda minha elevada estima e nossas simpatias sinceras por você e por sua obra. Não me surpreendo com suas hesitações, no momento de tomar a grave decisão que devia uni-lo a nós: quando alguém se dá sem medida, deseja colocar bem sua oferta. Outras comunidades fora da nossa podem ser bem mais atraentes por sua antiguidade, seu número, sua composição escolhida, a regularidade exterior de seus movimentos, a importância de suas obras. A nossa só tem a dedicação simples e verdadeira de seus membros: é pouco diante dos homens, isso bastará, espero, diante de Deus, para merecer-lhe viver e fazer um pouco de bem. Aspiramos somente a isso, o divino Mestre não irá no-lo recusar.

 

            Lamentaria muito ter contribuído, por minha culpa, a impedir a expansão dos movimentos que se passavam em você, e que  teria querido me expressar mais completamente. Você sabe, a profunda alteração de minha saúde me deixa impressionável e fácil a abalar: é a essa disposição que você deve atribuir os poucos indícios de emoção, que você achou reparar em mim e pelos quais apelo à sua indulgência se, com efeito, é necessário. É bem verdade, aliás, que sentia alguma tristeza naquele momento: eu viera para vê-lo em Marseille, na persuasão de que  estava firmemente resolvido a associar-se a nós. A coisa sendo projetada há três anos, parecia ter sido bem amadurecida. Só examinei uma coisa em você: se havia um espírito verdadeiro de sacrifício e de dedicação.Pensei encontrá-lo na sua pobreza voluntária, na sua vida dura e laboriosa, no seu zelo pela salvação de suas crianças e, particularmente, na sua misericórdia pelo pobre menino com tuberculose linfática, que você acolheu e de quem cuida em sua casa. Tinha reconhecido ali os indícios dessa pura caridade, na qual desejamos assentar nossa obra e na qual creio que  viveu até agora, com a graça de Deus.

 

            Mas, desde sua chegada em Vaugirard, você me manifestou algumas desconfianças e prevenções; conselhos de prudência que não censuro, haviam mudado suas disposições, você interrogava meus irmãos, os irmãos eclesiásticos em particular, perguntava a nosso respeito a todos aqueles que você supunha, do lado de fora, poder informá-lo. Discutia com eles todas as questões que podiam nos concernir; não pude deixar de me ressentir com esses inquéritos, que me pareciam tardios e inoportunos, no ponto onde o pensava conosco. Eis aí, caro Senhor padre, toda a minha confissão. Ela lhe provará mais uma vez que a imolação absoluta de si e de todas as suas afeições não é muito comum, sendo que os que fazem profissão de consumar plenamente o sacrifício continuam tão sensíveis, tão sujeitos às mínimas impressões.

 

            Ouso assegurá-lo, todavia, de que essa leve picada não alterou de maneira nenhuma nossos sentimentos a seu respeito. Continuamos gratos pelos bons conselhos que deu às nossas obras, desejamos à sua todas as bênçãos do Senhor, enfim, guardamos com você a esperança de que o perfeito entendimento, que não pôde realizar-se entre nós de uma só vez, poderá consumar-se mais tarde por retomada e que a divina Providência pode ter tido suas vistas nessa primeira aproximação.

 

            Não deixaremos sobretudo, e aconteça o que acontecer, de permanecer unidos a você pela oração e os bons ofícios recíprocos: isso já será um grau de caridosa e fraterna associação.

 

            Adeus, caríssimo Senhor padre, queira oferecer ao bom Sr. Guiol meus sentimentos de respeitoso apego e receba, você mesmo, todo o meu respeito e minha dedicação em N.S.

 

            Seu humilde servo

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- Sua imagem da Santa Virgem está encomendada no modelador; logo que estiver pronta, cuidaremos de expedi-la,  sem demora.

 

            Nossos Irmãos são bem gratos pela sua boa lembrança; o Sr. Maignen receberá com grande alegria uma carta sua.

 




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