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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 401 - ao Sr. Caille
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401 - ao Sr. Caille

O irmão Polvêche, após ter-se afastado por alguns dias, volta à comunidade, em Vaugirard. O Sr. Le Prevost vê nisso a intervenção da Santíssima Virgem. Alegria geral.

 

Vaugirard, 6 de setembro de 1856

 

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Um novo testemunho da terna proteção da Santíssima Virgem acaba de ser concedido à nossa pequena família.

 

            Você ficara sabendo, com tristeza, através de nosso bom padre Lantiez, da defecção de nosso irmão Polvêche. Tínhamos rezado com insistência à Santa Virgem, para desviar de nós essa aflição e iluminar nosso irmão sobre a gravidade da diligência que ia fazer. No entanto, depois do fim de uma novena que tínhamos feito nessa intenção a Nossa Senhora da Salete, nosso pobre amigo, persistindo na falsa vista pela qual o demônio queria abusá-lo, acreditou fazer bem deixando-nos. Mas era somente uma provação temporária para ele e para a pequena família. Maria tinha ouvido nossos votos, seu coração materno tinha sido tocado por eles, ela queria somente que uma lição útil saísse para todos dessa dor de um momento. Com efeito, depois de seis dias somente de ausência,  nosso irmão escrevia-nos que, depois de sua saída, não tivera um instante de descanso, que via paz para si somente na sua volta para o meio de nós, que, sentindo seu erro, tinha-se dirigido à Mãe das Misericórdias e lhe tinha prometido consagrar sua vida a fazê-la amar e venerar, se ela se dignasse de conseguir sua volta à família que tinha abandonado.

 

     Acreditamos reconhecer nestas circunstâncias a intervenção manifesta da Santíssima Virgem, nossa boa Mãe, e, depois de ter bem examinado as disposições de nosso irmão e ter-nos assegurado de que seu coração só havia sido enganado por uma ilusão do espírito maligno, lhe abrimos os braços e o fizemos reentrar no rebanho. Não saberia dizer-lhe, caríssimo amigo, a alegria de nossos irmãos, vendo arrancada ao mundo e talvez ao demônio uma alma que nos é tão cara e que tínhamos julgado irrevogavelmente perdida para nós. Os irmãos, as crianças, e até as pessoas de serviço estavam emocionados até as lágrimas. Nós próprios só pudemos encontrar contentamento e reconhecimento e, quando nosso irmão, reconhecendo sua culpa, nos pediu, assim como à Comunidade, para esquecermos seu erro, nós o abraçamos com efusão, lembrando-lhe somente sua promessa de estar doravante cheio de gratidão e de terno devotamento para com Maria. Nossos irmãos tiraram disso esta lição, de que os mais firmes aparentemente caíam depressa, se se relaxassem o mínimo que seja e esquecessem de apoiar-se em Deus. Viram também que, quando se pertenceu a Ele sinceramente e de coração, não se pode achar sua paz longe dele, que não se deve perder coragem nas provações, mas curvar-se um momento sob a pena que nos pressiona e reerguer-nos em seguida pela confiança e pelo amor para com o Senhor.

 

            Nosso irmão Marcaire, que é particularmente afeiçoado ao irmão Polvêche, seu antigo colega de classe, ficará sabendo desses detalhes, tenho certeza, com uma grande alegria. Ficará feliz também ao pensar que o apoio da Santíssima Virgem nunca nos falta, e redobrará, para com ela, de confiança e de filial apego. Toda a pequena família vai bem; temos neste momento entre nós um de nossos Confrades de Guingamp, o Sr. Goeury, antigo membro da Conferência de São Sulpício, que tem o desejo de agregar-se à família. Sua saúde não é muito vigorosa, é a única dificuldade. Esperamos, no entanto, que não haja nisso obstáculo real e que poderá seguir suas boas inspirações; o recomendamos às suas orações e às de nosso caro irmão Marcaire.

 

            O aguardávamos nestes últimos tempos. Esperamos que sua viagem a Paris não possa tardar a efetuar-se. Escrevo-lhe, no entanto, estas linhas, não querendo ficar tanto tempo em silêncio com você e desejando, aliás, comunicar-lhe a alegria que a casa de Vaugirard sentiu pela volta do irmão Polvêche.

            Adeus, meu bom amigo, continuemos a pôr em comum nossas alegrias e nossas penas, nossos trabalhos, nossas orações, o Senhor aceitará com prazer essa santa e fraterna união e dignar-se-á, pela nossa caridade, nos reconhecer como seus filhos.

 

            Seu afeiçoado amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost 

 




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