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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 402.1 - ao Sr. padre Timon-David
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402.1 - ao Sr. padre Timon-David

Uma moldagem da estátua de Nossa Senhora da Salete expedida para Marseille. Por enquanto, o Sr. Le Prevost não pode responder favoravelmente ao convite que lhe é feito de ir passar uma temporada no Sul. O estatuto dos eclesiásticos no Instituto.

 

Vaugirard, 10 de setembro de 1856

 

            Caro Senhor padre,

 

            Demorei um pouco para responder à sua última carta, que você quis bondosamente escrever-me, desejando anunciar-lhe definitivamente a saída para Marseille da estátua da Santa Virgem, que estamos felizes em oferecer para sua capela. Fomos obrigados a adiar um pouco seu envio, para  que ficasse suficientemente seca e pudesse suportar sem perigo a viagem; mas hoje parece estar em boas condições. O Sr. Paillé a fez encaixotar e pôr na estrada de ferro; espero, portanto, que  chegará a você sem acidente.

 

            Estamos felizes por pensar que teremos, assim, uma pequena parte no bem que se faz em sua obra e que essa piedosa imagem, bem cara para nossas crianças e para nós, tornar-se-á assim também para sua abençoada casa.

 

            Agradeço-lhe, caríssimo Senhor padre, pelas instâncias bondosas que me faz para minha estada no Sul durante o inverno. A estação não tem sido ruim até agora, não estou bastante sofrendo para ser constrangido a mudar ainda de clima. Se tiver, mais tarde, que sofrer essa necessidade, me deixarei conduzir pela Providência e irei onde sua vontade parecer me mandar. Até o momento,  agarro-me a tudo o que me cerca e faço todos os meus esforços para não partir. O outono decidirá e o vento que faz voar as folhas secas me empurrará talvez para a direita ou para a esquerda, não importa em que sentido, tudo será bem se estiver sinceramente submisso ao bom prazer de Deus.

 

            Estou-lhe também agradecido pelas observações que você bondosamente quer me dirigir relativamente à nossa pequena Comunidade e às suas obras. Recebemos sempre com gratidão as informações e luzes que nos são comunicadas: podem servir a nos iluminar em nosso caminho e nada desejamos tanto como andar direto. Você o sabe, aliás, caro Senhor padre, nossos meios de conduta foram muito simples até agora, deixamos unicamente ao divino Mestre o cuidado de guiar nossos passos.

 

            Não creio que haja grande utilidade para nós em discutirmos os diferentes pontos a respeito de nossas obras: tenho a convicção de que, no fundo, estamos perfeitamente de acordo, já que queremos unicamente a glória de Deus, na ordem e segundo as leis que ele mesmo estabeleceu. Reconheço perfeitamente com você que aos superiores eclesiásticos é que pertence conduzir os membros do clero em tudo o que diz respeito ao seu ministério. Pois bem, é exatamente o que procuramos observar relativamente aos membros eclesiásticos de nossa pequena Comunidade. São colocados perto de nós por seu Bispo, aconselhados por um Vigário geral que Monsenhor designou como protetor de nossas obras, e enfim habitualmente dirigidos pelo padre diretor, que conduz espiritualmente toda a nossa Comunidade e que lhe serve particularmente de conselho e de apoio. Este padre diretor é aprovado como tal por Monsenhor o Arcebispo. Não creio que essa situação tenha algo irregular; Monsenhor o julgou assim, sendo que nos autorizou a nos mantermos nela, quando lhe prestamos conta e lhe pedimos seus conselhos paternos.

 

            Nossos irmãos eclesiásticos têm em nossas obras uma posição perfeitamente digna,  têm nela a melhor parte, toda a direção espiritual. Se não conduzem absolutamente seu movimento exterior, influem, no entanto, nele de tal sorte que as conveniências e necessidades de seu ministério se acham plenamente satisfeitas. Acontece o mesmo na Comunidade, onde cada um os envolve de honra, de deferência e de afeição. Enfim, apesar de ter aprazado à Providência que a comunidade e suas obras tenham sido fundadas pelos irmãos leigos, o regulamento, ultimamente revisado ainda e submetido neste momento às autoridades mais elevadas, deixa toda liberdade para conferir as funções de superior e as tarefas aos que o Senhor mesmo parecer indicar: eclesiásticos ou leigos indistintamente. Não acho que possamos manifestar mais completamente nosso inteiro desinteresse e o desejo sincero que temos de conformarmo-nos em tudo aos desígnios do Senhor.

 

            Todos os nossos Irmãos recomendam-se muito às suas boas lembranças diante de Deus e o asseguram de sua constante e perfeita reciprocidade de sentimentos. Queira também acreditar, caro Senhor padre, nos sentimentos bem respeitosos de

     Seu humilde e devotado servo em  N.S.

 

                                               Le Prevost

 

 




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