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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 436 - ao Sr. J. Faÿ
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436 - ao Sr. J. Faÿ272

O Sr. Le Prevost o assegura de suas orações para sua ordenação sacerdotal. Delicadezas no trato que o jovem padre poderá encontrar em Vaugirard, tanto para a alma como para o corpo.

 

Cannes, 18 de dezembro de 1856

 

            Caro Senhor padre,

 

            Não sei se o regulamento de seu retiro permite que receba cartas durante os dias tão preciosos que precedem sua ordenação. Farei esta bem breve, para que seja para você, em todo o caso, uma distração de um instante apenas. Na aproximação do grande dia que deve consagrá-lo plenamente ao Senhor, não será, aliás, tirá-lo do piedoso recolhimento em que  sente a necessidade de manter-se, dizer-lhe em uma palavra: rezamos com você, todos os membros de nossa pequena família, nos diferentes pontos a que o Senhor dignou-se enviá-la, estão com você no cenáculo, esperando a hora de graça em que o Espírito Santo há  descer sobre seus eleitos. Possa Ele repousar sobre você, caro Senhor padre, iluminar seu espírito com as puras luzes da fé, abrasar seu coração de suas chamas divinas e marcá-lo com esse selo inapagável, que deverá permanecer mesmo na eternidade.

 

            É uma grande alegria para nós pensar que todos esses tesouros de graças virão aumentar os preciosos recursos que o Senhor já reuniu na nossa pequena família, para concorrer a obras de misericórdia e de salvação. Esteja, aliás, caro Senhor padre, bem tranqüilo sobre o uso discreto que faremos dos dons do divino Mestre: somos sabedores demais do seu valor, para não poupá-los com um cuidado ciumento. Combinaremos com você nossos meios, de tal modo que a mais inteira latitude será deixada para seus estudos, ao mesmo tempo que o mais livre espaço para o descanso de suas faculdades de corpo e de espírito. São João, meu padroeiro, não queria que o arco fosse sempre tenso; não devo esquecer esse exemplo entre os outros na sua vida: será agora o tempo, todo particularmente, de lembrar-se disso.

 

            Obrigado mil vezes por esse bom e fraterno pensamento de dizer a Santa Missa para a pequena comunidade de Vaugirard no dia da festa de São João. Não estarei ali visivelmente, mas a melhor parte de meu ser, todo o meu coração e todas as minhas afeições dirigir-se-ão para lá com ardor. Rezarei ao Senhor, pela Santíssima Virgem, nossa Mãe e constante protetora, para que nos aproxime todos de seu divino Coração e nos una, ali dentro, numa terna e generosa caridade. Parece-me que, depois disso, o laço de família estará formado para nós e que só restará aguardar a hora desejada de nossa reunião. Tome, para isso, caríssimo Senhor padre, todo o tempo que lhe parecer necessário; o bom Mestre quer que todos os deveres se conciliem, é o espírito que deseja ter nossa pequena família. Está aí propriamente, a seus olhos, a santa liberdade dos filhos de Deus.

 

            Ouso pedir-lhe alguma lembrança particular, no dia de sua ordenação, em favor de todos esses amigos dedicados, que se tornarão seus irmãos, e por mim notadamente, que minha frágil saúde torna neste momento um membro quase inútil nos trabalhos da família.

 

            Adeus, caríssimo Senhor padre; ofereça meu respeito a seus bons pais, não deixarei de ir vê-los depois de minha volta. Quero doravante unir-me a todos os seus sentimentos de apego e de gratidão para com eles.

 

            Sou, com uma terna e respeitosa afeição,

 

            Seu devotado servo e amigo em Jesus e Maria

 

                                               Le Prevost

 





272 O Sr. Justin Faÿ (1830-1871) vai ser ordenado padre em 20 de dezembro, no Seminário São Sulpício. Tendo abusado de sua voz no Seminário, uma doença do laringe, duplicada por uma perigosa pneumonia, atrasará sua entrada no Instituto até o dia 31 de março de 1857. Será o primeiro Irmão de São Vicente de Paulo a ser mestre dos noviços, em 1864. Seis anos mais tarde, em 1870, partirá fundar a comunidade de Tournai na Bélgica. Irmão de Augustin que entrará como irmão leigo em 1862. (Cf. infra, cartas 919, 1695).





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