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Jean-Léon Le Prevost Cartas IntraText CT - Texto |
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446 - ao Sr. HalluinExplicação sobre a insuficiência do pessoal e a impossibilidade de fornecer à obra de Arras toda a ajuda pedida.
Cannes, 17 de janeiro de 1857
Caro Senhor padre e filho em N.S.,
Uma indisposição, que se acrescentou durante estes últimos tempos às minhas misérias habituais, me impediu de escrever-lhe assim como ao nosso bom irmão Joseph Loquet, a quem teria querido responder, para dizer-lhe todas as minhas afetuosas simpatias pela provação que Deus lhe impõe. Sobrevieram-me vários abcessos no braço direito, e especialmente um bastante considerável no pulso, que pôs uma interrupção absoluta a todas as minhas correspondências. Foi nesse momento que, não querendo atrasar as medidas que podiam ter que ser tomadas em Vaugirard no interesse de suas classes, avisei o Sr. Myionnet e o autorizei a dispor, para a melhor solução possível nessa circunstância, dos recursos bem restritos de nosso pessoal. Ele mesmo lhe disse, desde então, que no mesmo instante em que acabava de decidir, com o Sr. Lantiez e nosso pequeno Conselho, a partida para Arras do irmão Polvêche, o irmão Bassery, que devia tomar alguma pequena parte de seus trabalhos, caiu bastante gravemente doente. Encontrávamo-nos assim, nós mesmos, a descoberto demais e fomos obrigados a ficarmos parados. Escrevem-me que o irmão Bassery está melhor, mas não pode sair, seu peito está mais do que delicado, e pode-se presumir que, mesmo após um restabelecimento igual, não estará próprio tão cedo para lecionar de maneira seguida.
Lamento, aliás, somente um pouco a dificuldade que se opôs à saída do irmão Polvêche. Estou tentado a ver nela a intervenção da Providência. Ele poderia ter-lhe sido útil para organizar suas aulas, tem preciosas qualidades, é trabalhador, capaz, flexível e maneável de caráter. Mas tem uma fleuma toda setentrional, é pouco aberto, tem um gosto natural pela vida retirada, teria sido pouco próprio para movimentar sua pequena comunidade, como elemento de união e de entusiasmo. Ele, aliás, tem necessidade de ser particularmente amparado espiritualmente, sua falha momentânea foi bem consertada, mas fica sempre sendo um tipo de ferida que deixa após si uma cicatriz. Por isso, consentindo na sua partida, eu tinha lançado em mim mesmo um grande gemido, sofrendo o que me parecia uma necessidade para as carências de suas crianças, mas vendo ao mesmo tempo todos os pontos negativos dessa combinação.
Caro Senhor padre, conhecer os meios, que seu zelo industrioso lhe tiver sugerido para responder a uma situação evidentemente muito difícil, me será de grande interesse. Nada menos do que nossos próprios problemas foi exigido para nos impedir de dar-lhe socorro, como nossa afeição a isso nos impulsionava tão sinceramente. O próprio Sr. Myionnet caiu doente ao mesmo tempo em que o irmão Bassery. Ele está melhor, acaba de me escrever algumas linhas; mas continua fraco e mal disposto. Ele se cansara muito nestes últimos tempos. Nosso bom padre Lantiez, que precedentemente havia estado sofrendo, encontrou-se felizmente de pé para supri-lo, a casa de Nazareth também deu um pouco de ajuda, e tudo pôde sustentar-se. Você vê, caro Senhor padre, que em Vaugirard como em Arras, as obras do serviço de Deus são rudes e dão muito trabalho; mas, tenho confiança de que, por isso mesmo, são agradáveis a Deus e que Ele as abençoará na proporção da coragem, da generosidade que tiverem exercido para sustentá-las.
Acabo de receber uma carta de nosso caro irmão Caille. Tudo vai bem na casa. Mas quantos encargos também sobre a cabeça desse bom irmão, e como necessitamos, desse lado como de todos os demais, do socorro do Deus de misericórdia!
Minha saúde, deixando ainda muito a desejar, não posso, com grande pesar, escrever hoje a nossos irmãos de Arras, ao irmão Loquet, sobretudo. Fá-lo-ei logo, se Deus me der um pouco de forças. Queria também responder a nosso bom pequeno irmão Thuillier. Abrace-o, peço-lhe, por mim e recomende-lhe de minha parte ficar muito atento a sua salvação e o bem que Deus lhe dá a fazer. Foi mandado a Arras para consumar a união entre todos os membros da família de Arras e de todos aqueles do resto da Comunidade. Que ele tenda, portanto, a isso por seu bom espírito, por seu desejo constante de tornar-se útil e agradável a você e a seus irmãos.
Peço-lhe também, caro Senhor padre, para dar em meu nome alguns bons sinais de afeição ao nosso bom amigo, o Sr. de Lauriston; uma de minhas primeiras cartas será para ele. Peço-lhe sua indulgência e suas boas orações, as minhas são-lhe asseguradas para todos os dias.
Nosso pequeno irmão Vasseur se apresenta para que você lembre-se dele e oferece-lhe seu respeitoso apego.
Receba também o meu, caro Senhor padre; sou em Jesus e Maria
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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