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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 459 - ao Sr. Caille
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459 - ao Sr. Caille

Regras a observar para com um hóspede da comunidade. Evitar a centralização exagerada das diferentes seções da obra. Que os irmãos cuidem das crianças e operários com um empenho todo paternal, para guardá-las no Senhor.

 

Grasse, 17 de março de 1857

 

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

     Sua carta do dia 8 deste mês e as de nossos irmãos Jules e Henry me tranqüilizaram muito; vejo com alegria que a paz sempre reina em sua pequena família e que o zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas enche sempre seus corações. Bendigo ao Senhor por isso e espero de sua bondade que Ele vai mantê-los nessas felizes disposições.

 

            Estou muito satisfeito também por saber que seus trabalhos vão para frente e que as despesas de que vão carregá-los não ultrapassarão muito suas previsões. Tenha boa confiança, caríssimo amigo, o Senhor os assistirá, mas tenha também muita prudência e permaneça dentro dos limites das necessidades essenciais. Espero que poderei assistir à bênção dessa nova morada preparada para a Comunidade e para as obras, minha volta a Vaugirard devendo efetuar-se no decorrer de abril e meu desejo sendo de pagar-lhe uma pequena visita depois de minha chegada. Será uma grande alegria para mim revê-lo, assim como meus filhos Jules e Henry. Continuemos até lá, fazendo o melhor possível no serviço de Deus, para que, de ambas as partes, possamos, ao reencontrarmo-nos, prestar-nos este testemunho de que, se não fizemos grandes coisas, correspondemos ao menos aos desígnios do Senhor.

 

            Creio, como você, que precisa tender a deixar a comunidade na sua intimidade de família; a liberdade, a regularidade e o recolhimento de seus exercícios sairão ganhando. As misturas impedem a unidade de sentimentos e de ação; assim não se pode fazer um corpo firme e solidamente constituído.

 

            Não sei com bastante nitidez as disposições do Sr. padre Deberly e o conheço pessoalmente pouco demais para ver bem como se fará entre vocês sua posição. Se ele não entrar em sua casa antes de minha viagem a Amiens, poderemos conversar a esse respeito mais precisamente; parece-me que, em todo o caso, com simplicidade e caridade, você poderá se sair disso, assim como nossos irmãos. Eles cuidarão de serem bem respeitosos para com o Sr. Deberly, por causa de seu caráter santo, mas não esquecerão, todavia, que, para tudo o que diz respeito à comunidade e a seus exercícios, é só com você que eles têm de se entender e que, para a conduta mesma de suas obras, é ainda você quem deve dar-lhes direção. Mas, mantendo-se nessa sábia reserva, não devem fazê-lo com rigidez nem contenção; quanto mais amáveis e bondosos estiverem, tanto mais fáceis e vantajosos para o bem de todos eles tornarão seus relacionamentos com o Sr. Deberly.

 

            Não me foi bem explicado qual parte do patronato deve ter suas reuniões na nova casa; suponho que seja o Patronato São Tiago. Ela será, de resto, o ponto central e como o foco geral da obra, mas você deverá evitar atentamente, meu bom amigo, tender para uma concentração grande demais. Reunir de longe a longe os patronatos para algumas festas solenes pode ser coisa boa, mas é muito essencial conservar, para cada divisão, seus agentes próprios, seu local, seus apoios espirituais. De outra forma, você iria diminuir inevitavelmente o bem moral e espiritual que se faz na obra e diminuiria também muito o número dos que se santificam dando-lhe sua cooperação. Espero que a tarefa de nossos caros irmãos Jules e Henry não se achará sensivelmente aumentada em conseqüência dessas disposições. Eles sabem, aliás, que, com a graça de Deus, se tem êxito além de toda espera, no que diz respeito a seu serviço. Mas, qualquer que seja seu trabalho, que estejam ocupados nas obras do orfanato, dos jovens operários ou do patronato, não esquecerão de que trata-se de proteger pobres almas de jovens contra as armadilhas do demônio e que, por suas orações, seus exemplos, suas vigilâncias, devem tender a guardá-los para o Senhor. Em sua infância, eles mesmos receberam os cuidados de suas famílias, de seus mestres; é justo que, à sua vez, façam um pouco de bem aos pequenos e aos fracos. Que se considerem como os pais, como os anjos da guarda dessas crianças e que façam tudo o que sua consciência, e sobretudo tudo o que seu coração cristão e dedicado lhes inspirar para a salvação dessas queridas almas, preço do sangue de Jesus Cristo.

 

            Parece-me que você deve limitar-se presentemente a seus 35 internos. Quando for visitá-lo, veremos se convém aumentar um pouco esse número; no caso em que necessidades graves se apresentassem, você poderia escrever-me a esse respeito, mas não me parece muito que haja muitas vezes necessidades absolutamente impreteríveis.

 

            Bendigo a Deus pelo casamento da Senhora sua irmã; considero esse acontecimento como totalmente feliz para sua família; esperemos que sua querida mãe recuperará, de seu lado, mais força e saúde; não deixarei de rezar nessa intenção como por tudo o que o interessa.

 

            Adeus, meu excelente amigo; teremos, no fim de abril ou no começo de maio, após minha volta, nosso retiro semestral. Não tenho muita esperança de que você possa vir, e as ocupações de suas obras impedirão talvez um ou outro de seus irmãos de vir; você verá o que as circunstâncias lhe parecerem exigir. Acredite como sempre na minha terna e constante afeição em Jesus, Maria, José.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

            Ofereça meu respeito aos Srs. Mangot, de Brandt e Cacheleux.

           




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