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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 495 - ao Sr. Halluin
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495 - ao Sr. Halluin

Fórmula de testamento. Um livro do padre Lequette. Notícias das comunidades e de alguns órfãos. Projeto de união com o padre Choyer. O Sr. Le Prevost conta com o Sr. Halluin para entreter relacionamentos feitos de franqueza e de simplicidade, garantia de uma colaboração sólida e duradoura.

 

Vaugirard, 22 de outubro de 1857

 

 

Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,

 

Mando-lhe o modelo de testamento que você me pediu. As formas são simples e serão bem fáceis de serem observadas.

 

Fiquei sabendo por nosso irmão Caille que o irmão Carment estava momentaneamente em Amiens, por causa da saúde de seu pai, que parece estar bem gravemente doente. Acho que essa ausência obteve sua aprovação e que se realizou no momento que lhe pareceu conveniente. O Sr. Caille me diz que o irmão Carment passa a noite perto de seu pai e que se têm inquietudes sérias sobre o estado do doente. Ele está, felizmente, em boas disposições, cristãmente.

 

O Sr. Anatole de Ségur287 prometeu examinar o livro do Sr. Lequette288, ele me parece achá-lo bem sério. Ele mesmo se empenha, no livro que está compondo para os soldados, em colocar as formas mais atraentes. O Sr. Paillé foi encarregado por mim de ver o Sr. Pároco de Saint-Sulpice e de lhe deixar uma nota, que lhe lembre que o Sr. Lequette já pregou em Saint-Sulpice e que se poderia contar com ele, na ocasião.

 

Acabo de receber uma cartinha do Senhor padre Deberly, que me anuncia sua chegada entre nós para amanhã, sábado. Nós o acolheremos com alegria, por todo o tempo que quiser bondosamente nos conceder. Ele tem qualidades preciosas, que poderiam ser bem úteis nas obras; duvido, porém, um pouco que ele se decida a se dar a elas inteiramente.

 

Não recebemos até agora notícias de nosso filho Paul Piart [Baffait,  dito Piart]. Acho que ele já se acostumou bem à sua nova posição. Quando  entrou em nosso grupo, alguns anos atrás, ficou vários dias sem comer, de tão grande era sua pena. Mas, hoje, tendo  mais idade e razão, espero que  se tenha facilmente aprumado.

 

Ferdinand, de quem junto aqui uma cartinha, vai bem. Temos colocado no seu programa diário uma mistura de trabalhos de costura e de trabalhos ativos, para colocá-lo em boas condições para sua saúde. Jules vai bem igualmente;  ainda é jovem de espírito, mas a maturidade virá. O Sr. Lantiez não está descontente dele.

 

Nossa pequena oficina de cinzeladura está em plena atividade e parece dever andar bem; a de escultura toma mais consistência. As dos sapateiros e dos alfaiates se sustentam bem. Espero que vamos, desse lado, dar um passo para frente e colocar as bases de um bom futuro.

 

O negócio de Angers deve se decidir no decorrer de novembro. O Sr. padre Choyer está sempre nas melhores disposições. Deixaremos o bom Deus nos guiar nessa circunstância como sempre. Vou dizer-lhe a seqüência desse projeto que poderia interessar grandemente à Comunidade inteira.

 

As ocupações do irmão Georges [de Lauriston] não lhe deixam mais folga para fazer regularmente o extrato do jornal da Casa de Vaugirard e mandá-lo para você a  cada quinze dias. Encarreguei desse cuidado o irmão Paillé, que poderá assim tornar nossas comunicações habituais e mais íntimas. Temos necessidade desses relatórios freqüentes, posto que, não tendo gozado, no início, de vida comum, sempre teremos alguma dificuldade em realizar entre nós essa fusão perfeita, que se tem naturalmente quando se viveu um certo tempo na mesma casa. A caridade de ambas as partes suprirá isso, espero. Peço-lhe, caro Senhor padre, para proceder sempre conosco em toda a franqueza e simplicidade, dizendo-nos o que poderia entristecê-lo ou lhe fazer sombra. O Sr. Beaussier me disse alguns pequenos escrúpulos que lhe vieram sobre um ou dois pontos do regulamento. Eles se referem a pontos de detalhe que poderão facilmente ser revisados, se for o caso, após exame. O essencial é que não haja entre nós mal-entendido, falta de confiança recíproca. Da nossa parte, nos temos dado a você em toda e plena cordialidade. Tenho a convicção de que é a mesma coisa de seu lado. Essa perfeita segurança nos é necessária de ambas as partes; de outro modo, não estabeleceríamos nada de sólido, nem para o presente, nem para o futuro.

Adeus, caríssimo Senhor padre, abraço nos Corações sagrados de Jesus e de Maria você e todos os seus irmãos, e sou, com uma profunda afeição

 

Seu amigo e Pai

 

                                   Le Prevost

 

P.S. Queria escrever algumas palavras de afeição para o irmão François Cousin, a quem devo uma resposta. Queira assegurá-lo de que não me esqueço dele diante de Deus.

 





287 Cf. infra, carta 515. Era o irmão de Monsenhor Gaston de Ségur. Mestre das requisições no Conselho de Estado, membro do Conselho central da Sociedade de São Vicente de Paulo, A. de Ségur escreveu várias obras de história militar. Em les Martyrs de Castelfidardo, que narra a derrota do exército pontifical em Castelfidardo, no dia 18 de setembro de 1860, consagra uma nota a um dos sobrinhos do irmão Clément Myionnet, Georges Myionnet, que foi matado no decorrer da batalha.

 



288 O padre Lequette, futuro bispo de Arras. Ordenará padre o Sr. de Varax, em 25 de novembro de 1866. Quando este último for nomeado Vigário geral do Instituto, e que efetuará uma viagem a Roma em 1874, obterá muitas cartas favoráveis, entre as quais, a de Dom Lequette: “Essa Congregação, cuja finalidade é a moralização da classe operária, é sumamente adaptada às necessidades dos tempos atuais, em que essa classe é atormentada por tantas doutrinas perversas. Independentemente das casas onde os irmãos exercem de uma maneira mais direta sua ação sobre os operários, tiveram sua grande parte no movimento que provocou, nestes últimos anos, os círculos de operários, a União católica operária, os Congressos onde foram tratadas as questões referentes a essa classe da sociedade. Minha diocese em particular experimentou essa salutar influência”. (Positio, p. 365.)

 

 

 





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